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Sobre o Colunista
José Abrão
José Abrão é jornalista e mestre em Performances Culturais pela Faculdade de Ciências Sociais da UFG / atendimento@aredacao.com.br
Chegando como queridinho à premiação do Oscar, o filme Anora pode surpreender ao apresentar um conto de fadas às avessas, inteiramente carregado pela sua protagonista, interpretada pela atriz Mikey Madison. A trama acompanha a dançarina exótica e ocasional garota de programa Anora, uma americana descendente de imigrantes do Leste Europeu. Sua vida parece que vai mudar para uma realidade de princesa quando ela conhece o jovem Vanya, filho de um poderoso oligarca russo.
Rapidamente, porém, ela descobre que histórias como a de Uma Linda Mulher só acontecem no cinema. O filme acerta ao acompanhar o desenrolar dessa história em tempo real pelos olhos da própria Anora e, principalmente, por meio de seus sentimentos: suas esperanças, sua desilusão e, enfim, sua mágoa.
É um filme contido, um estudo de personagem com poucos atores e cenários, mas que compensa com ótimas performances e um roteiro bem escrito, com diálogos orgânicos que transportam o público facilmente para dentro da vida extremamente pé no chão dessa stripper.
Em contrapartida, o filme parece um pouco esticado, talvez se beneficiando de uns bons 15 minutos a menos, pois acaba se tornando meio desconectado. Conforme a euforia dá lugar à melancolia, o sacode é brusco, refletindo as emoções da personagem, mas isso faz com que a audiência sinta que viu dois filmes diferentes.
Ainda assim, há grandes chances de Anora conquistar o seu coração, tal como fez com Vanya e com a crítica especializada.