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Sobre o Colunista
José Abrão
José Abrão é jornalista e mestre em Performances Culturais pela Faculdade de Ciências Sociais da UFG / atendimento@aredacao.com.br
Com a cerimônia do Oscar se aproximando, este texto é mais para dizer que, se você não viu A Substância, deve ver. O filme estrelado por Demi Moore coloca a veterana no centro, com uma atuação poderosa que, pelo conjunto da obra e contexto, pode ter força para desbancar a brasileira Fernanda Torres na cerimônia.
A trama acompanha a celebridade Elisabeth Sparkle, que é demitida ao completar 50 anos, prestes a cair no esquecimento. Sem saber lidar com a situação, ela entra em contato com uma misteriosa substância que lhe concede um novo corpo, mas com um limite de tempo, que precisa ser alimentado e descansado periodicamente. Seduzida pela perspectiva de ser jovem e voltar à fama, naturalmente as coisas degringolam rápido a partir daí.
No seu cerne, a trama é basicamente “e se O Professor Aloprado fosse um filme de terror?”, mas ganha força na atuação de Moore, de Margaret Qualley (que faz a versão alterada de Sparkle, Sue) e de Dennis Quaid, que interpreta um produtor seboso adequadamente chamado Harvey.
O filme compensa a sua falta de, digamos, substância, com essas atuações e uma montagem e estética neon, meio lisérgica, que conecta o presente e o passado de Sparkle/Sue. O longa é pouco sutil, não há como negar, em seu comentário sobre etarismo, fama e celebridade, mas é, ainda assim, envolvente.
Para os fãs de terror, em particular, ele se destaca e entra no panteão recente de terror extremo francês, junto com o maravilhoso Titane e Raw. De certa forma, o filme também me remeteu ao clássico A Mosca, não apenas pelo terror corporal, mas por abordar, de certa forma, como as pessoas são reféns de seus próprios apetites, como são cobradas para cederem a eles, apenas para, então, serem execradas por isso.
Pelo bem ou pelo mal, é facilmente um dos filmes mais interessantes de 2024, e vale muito a pena assistir. Para os não iniciados, recomenda-se ver de estômago vazio. Por garantia.