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Carolina Pessoni
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Jornalista formada pela UFG, especialista em Assessoria de Comunicação e Marketing também pela UFG / carolina.pessoni@aredacao.com.br

Joias do Centro

Curiosidades do Teatro Goiânia contam parte da história cultural goianiense

Edifício foi inaugurado em 1942 | 31.01.25 - 15:28
Curiosidades do Teatro Goiânia contam parte da história cultural goianiense Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Carolina Pessoni
 
Goiânia - Inaugurado em 14 de junho de 1942, o Teatro Goiânia, um ícone da cultura goianiense, ocupa um lugar de destaque no cenário artístico da cidade. Concebido pelo arquiteto Jorge Félix e inserido no conjunto arquitetônico original da capital, o teatro exibe um elegante estilo art déco. 
 
Localizado na estratégica esquina das avenidas Anhanguera e Tocantins, o prédio abriga um espaço cultural com capacidade para 836 pessoas. Ao longo de sua história, suas cortinas se levantaram para diversas manifestações artísticas, desde recitais até grandiosas peças teatrais, consolidando-se como um dos mais tradicionais palcos da cidade.
 
O que poucas pessoas sabem é que várias curiosidades também contam a história do teatro e formam também parte da identidade cultural de Goiânia. Uma das mais conhecidas está relacionada a túneis no subsolo da edificação.

O coordenador do Teatro Goiânia, Marco Antonini, conta que, segundo lenda, o local possuiria um túnel subterrâneo que o ligaria diretamente ao Palácio das Esmeraldas. "Dizem que seria usado por autoridades, em caso de necessidade de fuga, mas isso nunca foi comprovado."
 

Lendas urbanas contam que túneis ligariam o subsolo do Teatro Goiânia ao Palácio das Esmeraldas (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
Apesar de considerar a veracidade da história pouco provável, o coordenador afirma que narrativa tem certo sentido, se considerado o contexto em que a construção foi feita. "O teatro foi inaugurado em 1942, no meio da Segunda Guerra Mundial. Então, havia uma preocupação com possibilidades de ataques aéreos e rotas de fuga, embora mal caiba uma pessoa nesse espaço", diz, entre risadas.
 
Outra curiosidade do Teatro Goiânia é que o projeto da edificação, elaborado pelo arquiteto Jorge Félix, foi pensado como a planta construtiva de um navio. O desenho do edifício conta com elementos que remetem a escotilhas, proa, popa, convés e linha de flutuação.
 
Um fato interessante é que, em seu interior, foi projetado como um teatro clássico, em estilo italiano, conforme explica Marco Antonini. "A maior característica é a disposição do palco posicionado de frente para a plateia. Além disso, tem a delimitação pela boca de cena, a caixa cênica com 8 metros de largura por 13 de profundidade, além de altura de 23 metros", detalha.
 

Devido ao tombamento do prédio como Patrimônio Histórico, toda a maquinaria do teatro é manual (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
O prédio, que foi tombado pelo Estado em 1982 e, posteriormente, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 2003, traz, por esses fatos, mais uma característica singular. "Toda a maquinaria do teatro usada, por exemplo, para troca de cenário, é manual. Por ser um prédio tombado, não podemos trocar esses equipamentos. Isso o faz um teatro único", exalta o coordenador.
 
Ele explica que essa peculiaridade, entretanto, não faz do Teatro Goiânia um local obsoleto. "Comportamos aqui o que há de mais moderno. Podemos receber de montagens clássicas a espetáculos interativos. Além disso, proporcionamos acessibilidade ao nosso público, com audiodescrição e tradução em libras."
 

Coordenador do Teatro Goiânia, Marco Antonini já se apresentou no local como cantor (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
E no palco que pisaram grandes nomes das artes como Eva Todor - que se apresentou na inauguração, Vera Roltz, Marco Nanini, Marisa Monte, Rita Lee e Maria Bethânia, entre tantos outros, também recebeu o atual coordenador do teatro, que também é cantor. "Me apresentei pela primeira vez aqui em 1985, fizemos um show com grandes efeitos especiais para a época. É uma lembrança muito bacana que eu tenho", conta Marco Antonini.
 
Ele diz, ainda, que é uma honra trabalhar em um dos símbolos do Estado. "O Teatro Goiânia é um cartão postal de Goiás, uma grande referência do estilo art déco. É mágico ser coordenador de um aparelho tão importante da cultura da nossa cidade. Era uma coisa que eu não havia pensado na minha carreira, mas o destino foi moldando e hoje continuo trabalhando na arte, fazendo funcionar, impulsionando o setor", orgulha-se.


Leia mais:
Teatro Goiânia: marca registrada da tradição e da cultura da capital
 

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