Foto: Reprodução/Facebook Goiânia Antiga
Foto: Reprodução/Facebook Goiânia Antiga
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Carolina Pessoni
Goiânia - Na Rua 20, coração pulsante da nova capital, ergueu-se uma casa que transcendeu os limites da arquitetura e se transformou-se em um verdadeiro portal para o passado. Construída nas primeiras décadas do século XX para abrigar os gestores da recém-fundada Goiânia, a residência abriga, em suas paredes, a história de uma cidade em formação e a trajetória de uma das mais importantes instituições de ensino superior estado: a Universidade Federal de Goiás (UFG).
Nas palavras de Maria Teresinha Campos de Santana, historiadora e guardiã da casa, “quando Goiânia foi projetada, era necessário criar residências para que os gestores pudessem morar na cidade.” E foi neste cenário que a casa da Rua 20 se tornou o lar temporário de Pedro Ludovico Teixeira, o idealizador da nova capital. “Nessa casa ele despachou, morou e também implementou ações diversas da construção e da gestão de Goiânia”, relata Maria Teresinha, que é arquivista e coordenadora adjunta da Casa da Memória da UFG e Justiça Federal.
Com o passar dos anos, a casa da Rua 20 se tornou o palco de acontecimentos que moldaram a história de Goiás. Em meados do século XX, a Faculdade de Direito, a primeira instituição de ensino superior do estado, foi transferida da antiga capital, a cidade de Goiás, para Goiânia e encontrou naquela residência um novo lar. Foi ali que se formaram grandes nomes da política e do Direito goianos, como Iris Rezende e João Neder.
Casarão da Rua 20, nos primórdios de Goiânia (Foto: Reprodução)
As paredes da casa também testemunharam a intensa mobilização dos estudantes pela criação da Universidade Federal de Goiás. Nesse local foram traçadas as primeiras estratégias para a construção da instituição, que contou com o apoio de figuras como Juscelino Kubitschek e o professor Colemar Natal e Silva, o primeiro reitor da UFG.
Essa casa foi palco de vários acontecimentos. Um deles, o plantio de um mogno, em 1959, em protesto ao desmatamento desta espécie de árvore na região no Bico do Papagaio, que antigamente fazia parte de Goiás e hoje compreende o norte de Tocantins. Maria Teresinha conta que os estudantes conseguiram uma muda da árvore no Lago das Rosas e plantaram na frente da casa.
Os próprios alunos de direito, como João Neder, Pedro Wilson e Iris Rezende, tomaram esta atitude como um ato de resistência, conforme explica a coordenadora adjunta. "Em 1987 ele foi tombado como Patrimônio Ambiental, quando Iris Rezende era ministro da Agricultura. Em 2018, convidamos o próprio Iris Rezende, um dos filhos de João Neder, o professor Orlando Ferreira de Castro, entre outras personalidades, para fazer o plantio do mogno filho do original em frente à Reitoria da UFG, no Campus Samambaia, como um ato simbólico do início da universidade na sua atual sede administrativa."
O mogno foi plantado na frente da casa em 1959 e tombado como Patrimônio Ambiental em 1987 (Fotos: Nelson Santos e Rodrigo Obeid/A Redação)
Com o passar dos anos, a casa da Rua 20 passou por diversas transformações, abrigando, além da Faculdade de Direito, a Reitoria da UFG e o Conservatório de Música. Em 1973, a Universidade vendeu o imóvel para a União com o objetivo de utilizar os recursos para construir e instalar a instituição na Fazenda Samambaia. Quem adquiriu a casa foi a Justiça Federal, que já estava instalada em sede provisória no estado desde 1968 e, a partir de então, passou a ter sede própria.
Foram feitas algumas alterações na estrutura da casa, sendo transformada em um espaço de trabalho. "A Justiça Federal ampliou o espaço, fez algumas alterações na arquitetura, mas manteve a fachada e três cômodos para preservação. Quando construiu seu prédio na Rua 19, em 1998, criou a Casa da Memória", conta Maria Teresinha. Atualmente a Casa da Memória da UFG e Justiça Federal tem gestão compartilhada através de acordo de cooperação técnica entre as duas entidades.
A Casa da Memória é muito mais do que um simples prédio histórico dedicado à preservação da história da universidade e da cidade. É um lugar onde se encontram as raízes da UFG e de Goiânia.
Maria Teresinha Campos de Santana é a coordenadora adjunta da Casa da Memória da UFG e da Justiça Federal (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
Como afirma Maria Teresinha, a UFG tem o objetivo de recuperar esse patrimônio de volta. "Há um projeto, inclusive com uma carta de intenções para recuperar a Casa por conta de toda história e memória institucional”. E completa: "Para mim, vir para essa casa foi um grande presente por poder ser guardiã desse espaço, juntamente com a coordenadora Rosângela Barbosa."
A Casa da Memória está em constante transformação. Novas tecnologias, como a inteligência artificial, estão sendo utilizadas para criar experiências mais imersivas e interativas para os visitantes. A previsão é que uma nova exposição com esses elementos seja inaugurada no início do próximo ano.