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Ipê mais antigo de Goiânia: símbolo de resistência e beleza

Exemplar de 67 anos fica na Avenida Contorno | 20.09.24 - 10:41
Ipê mais antigo de Goiânia: símbolo de resistência e beleza Foto: Rodrigo Obeid/A RedaçãoCarolina Pessoni
 
Goiânia
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Em um ponto estratégico, no cruzamento das avenidas Contorno e Araguaia, bem no coração do Centro de Goiânia, encontra-se uma verdadeira joia da natureza: um majestoso ipê amarelo. A árvore imponente destaca-se em meio à paisagem urbana, desafiando a secura típica do inverno do Cerrado.
 
Nos meses de setembro e outubro, sua copa frondosa e repleta de flores amarelas ilumina a região, sendo visível a metros de distância. É impossível não se encantar com a exuberância e a vibração de um dos grandes símbolos da nossa região.
 
Com 67 anos, esse ipê é considerado o mais antigo de Goiânia. Plantado em 1957 por Cecília de Siqueira Brito, a árvore compartilha o mesmo ano de nascimento de um dos filhos da mulher, tornando-se parte da história local.


Ipê da Avenida Contorno é o mais antigo de Goiânia, com quase 70 anos (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
Natural de São Paulo, Cecília escolheu Goiânia para construir sua vida e família. Sua paixão pela natureza a levou a plantar um ipê amarelo em seu jardim, que se tornaria um marco da cidade. Mesmo com a demolição de sua antiga residência em 1979, a majestosa árvore permaneceu de pé, como um tributo à sua memória e ao seu amor pelas plantas.
 
Quase sete décadas depois, o ipê se mantém firme, resistindo ao tempo e às transformações da cidade. O quintal onde foi plantado hoje é um estacionamento e o que era para ser apenas mais um item a compor a região tornou-se um ícone da vegetação goianiense.
 
Para preservar a árvore e evitar qualquer dano a ela, a Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) preparou um relatório em que solicita o tombamento deste ipê como Patrimônio Natural Goianiense. Além de ser o mais antigo, ele é um dos mais altos da cidade - com 15 metros de altura - e considerado o que possui a copa mais robusta entre os cerca de 10 mil existentes em toda Goiânia.


Com 15 metros de altura, este exemplar é considerado o mais alto da Capital (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
A bióloga da Amma Wanessa de Castro explica que esse processo é necessário porque a árvore está em uma área particular. "O objetivo é garantirmos a segurança do exemplar, evitando que, em uma eventual obra, por exemplo, ele possa ser derrubado ou sofra algum dano grave."
 
Ela salienta que o tombamento não é devido à importância da árvore apenas para o meio ambiente, mas também por sua história. "Ali era uma casa com quintal, onde morava uma família e as crianças brincavam em volta dela. Ela tem importância cultural dentro da cidade", reforça.
 
O projeto para o tombamento do ipê como Patrimônio Natural Goianiense está sendo analisado pela Secretaria Municipal de Cultura e, enquanto o parecer final não é apresentado para ser colocado em votação pela Câmara de Vereadores, a Amma garante o cuidado. "Nunca precisamos intervir em nada, mas fazemos monitoramento constante no sentido da árvore não sofrer nenhum vandalismo ou ações que a prejudiquem", sublinha Wanessa.


Copa do ipê é a mais robusta da cidade e pode ser vista de longe (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
Mesmo sem um documento oficial, o ipê já é considerado por muitos um patrimônio da cidade. Nesta época do ano, o pequeno estacionamento se torna quase um ponto turístico, atraindo pessoas de diversos cantos da cidade para admirar e fotografar a árvore e sua exuberante florada.
 
A auxiliar financeiro Núbia Maria dos Santos não resistiu à beleza da copa e do chão forrado de flores. Ela fez questão de garantir um registro pela câmera do celular. "Não tem como não olhar ou tirar uma foto. Moro na região e sei que nesta época ele fica assim. É muito lindo", diz.
 
Para Keila Cristina de Azeredo Bastos, essa é uma das épocas mais aguardadas do ano. "Moro aqui pertinho e da janela da sala vemos o ipê. As crianças ficam vigiando para não perder quando ele começa a florir."


Keila Cristina e os filhos Benjamin e Elis aproveitaram para tirar fotos do ipê (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
Junto dos filhos Benjamin e Elis, Keila tirou parte do seu dia para apreciar o imponente ipê e registrar o momento em fotos com as crianças. "Se tornou um passeio de família, a gente vem, brinca com as flores que caem no chão, tiramos fotos. As crianças adoram, e eu também", afirma.
 
Cherliane Ribeiro Lins tem uma vista privilegiada durante todo o dia em seu trabalho. Da sua banca de churrasquinho, localizada dentro do estacionamento, ela admira o ipê entre um atendimento e outro. "É uma coisa linda, maravilhosa, uma bênção de Deus. É muito melhor trabalhar com essa vista, porque dá até um brilho diferente no dia. Olho pra ele e sinto uma paz, vejo que cada coisa tem um detalhe, presto mais atenção na vida", arremata.

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