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Relojoarias resistem ao tempo e mantêm tradição no Centro de Goiânia

Região se tornou referência no serviço | 23.02.24 - 09:17
Relojoarias resistem ao tempo e mantêm tradição no Centro de Goiânia Foto: Rodrigo Obeid/A Redação
Carolina Pessoni
 
Goiânia - Com a digitalização do mundo, ver as horas mudou a prática de olhar ponteiros para simplesmente ler números em telas de dispositivos móveis, como os smartphones. Entretanto, o costume de usar relógios analógicos ainda resiste ao tempo. Com isso, conserva-se também a profissão de relojoeiro e seus estabelecimentos para conserto e manutenção do acessório. Em Goiânia, a região do Centro se tornou tradicional por oferecer opções diversas de prestadores deste tipo de serviço.
 
Há 43 anos atuando na Avenida Araguaia, Hélio Mamede Nogueira conta que nunca trabalhou com outra coisa. "Aprendi com um amigo, que me ensinou o ofício, e estou aqui até hoje. Tive pontos em três lugares na mesma avenida. Comecei no prédio inacabado, depois em outra sala ao lado e me fixei aqui, mas sempre na mesma região."
 
No negócio, além de consertar os acessórios, Hélio também fornece peças para outros profissionais do ramo. "A gente conserta uma média de 200 relógios por mês, mas com o tempo também me tornei fornecedor de pulseiras, baterias e peças diversas", conta ao destacar que foi se reinventando ano após ano. 
 

Centro de Goiânia se tornou referência em relojoarias (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
Para ele, o mercado, que já foi muito bom, hoje vive um momento regular com o esvaziamento da região central. "Já foi ótimo, mas o movimento tem caído com o tempo. Participei de uma reunião com o prefeito [Rogério Cruz] sobre a revitalização do Centro, para ver o que é possível fazer para as pessoas voltarem a frequentar aqui." 
 
Apesar de a clientela ter diminuído, alguns fregueses continuam fiéis e até ficaram amigos do empresário. "Muita gente não deixa de vir, como o ex-prefeito Pedro Wilson, a cantora Maria Eugênia e até o juiz Jesseir Coelho", enumera Hélio.
 
Com quase meio século de atuação na área, Hélio conta que toda a família foi criada com o trabalho nos ponteiros dos relógios. "Virou uma herança. Minha filha, meu genro e meu neto hoje trabalham comigo também e estão dando sequência", diz, sem esconder o orgulho. 
 

Hélio (de cinza) sempre trabalhou com o amigo Paulo (de preto) e ensina o ofício de relojoeiro para o genro, o neto e a filha (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
Sobre sua relação com o Centro de Goiânia, Hélio se declara. "É tudo pra mim! É ótimo e tem que manter essa tradição. Há 17 anos eu passei a morar aqui e gosto muito."
 
Duas quadras abaixo, na mesma avenida, a fachada revela a tradição de quem já oferece o mesmo serviço há muitos anos. No letreiro pintado lê-se: "Relojoaria Silva. Fone: 6.27-24", denunciando a idade do empreendimento.
 
O proprietário, Omar Ferreira, é um dos mais antigos da região. "Há quanto tempo eu trabalho aqui? Ah, há uns 200 anos, mas pode colocar aí que é mais de 40", afirma, entre risadas, ao destacar o orgulho do trabalho que executa. 
 

Relojoaria do seu Omar é uma das mais antigas da região (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
O ofício foi aprendido somente ao ver outros profissionais realizando consertos e montagens dos relógios. "Comecei menino, ia vendo o pessoal trabalhando e fui aprendendo. É a única coisa que sei fazer." Apesar de sempre ter mantido a família com este trabalho, nenhum dos filhos  de Omar quis seguir a tradição de relojoeiro. "O sustento da família veio daqui, mas ninguém foi bobo igual a mim", brinca.
 
Sempre no número 519 da Avenida Araguaia, Omar viu muitas transformações na região. "O movimento aqui já foi muito bom, mas agora está bem parado. Os políticos têm que fazer alguma coisa para voltar a ser o que era", considera. Mesmo assim, alguns clientes seguem firmes. "A maioria da minha clientela é antiga e fiel. Clientes novos, como essa moça, já são mais raros", diz Omar, em referência à funcionária pública Regina Ariane Lemos, que havia acabado de entrar na loja.
 

Entre relógios de pulso e de parede, Sr. Omar dedicou uma vida ao conserto dos acessórios (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)
 
Para Regina, o Centro ainda é uma referência de prestação de serviços, principalmente pelos preços acessíveis. "Onde moro, no Jardim Goiás, tudo é mais caro. Então, prefiro vir aqui para fazer compras, consertar roupas, sapatos, relógios."
 
Além do valor mais baixo, a funcionária pública ressalta a qualidade do atendimento prestado. "A gente sabe que o serviço é bom, que são pessoas confiáveis, porque estão aqui com essa atividade há muitos anos. Pra mim, o Centro é uma referência", elogia.
 
A opinião é ratificada por Omar, que declara sua ternura pela região. "O Centro é o amor. É a menina dos olhos da gente", arremata. 

 
 

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