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Sobre o Colunista
José Abrão
José Abrão é jornalista e mestre em Performances Culturais pela Faculdade de Ciências Sociais da UFG / atendimento@aredacao.com.br
(Foto: divulgação)Embora tenha acontecido em 1972, a história dos estudantes uruguaios que sofreram um acidente aéreo na Cordilheira dos Andes e tiveram que recorrer ao canibalismo para sobreviver ainda povoa o imaginário da América Latina, tantos anos depois, em parte devido aos filmes Sobreviventes dos Andes (1976) e Vivos (1993). O que justificaria, então, fazer ainda mais um longa sobre o caso?
Confesso que estava reticente com A Sociedade da Neve, produção espanhola que estreou na Netflix e que mira o Oscar internacional deste ano. Meu temor era que, como em abordagens anteriores, o filme descambasse para o melodramático e o fator de choque, desumanizando os sobreviventes em troca de emoções baratas.
Fiquei feliz em ver que este não é o caso. Além de ser uma produção muito bem-feita, o filme tem como principal força sua abordagem pé no chão, quase documental, sem fazer juízo de valor sobre as ações dos sobreviventes, narrando os fatos o mais próximo possível de como aconteceram.
Caso você não saiba, o filme é baseado no acidente real de um time estudantil de rugby que ia em um avião fretado da Força Aérea uruguaia para um jogo em Santiago do Chile. Das 45 pessoas a bordo, apenas 16 voltaram com vida mais de dois meses depois.
E essa pegada pé no chão não é desprovida de emoção: só que nos momentos certos e em medida equilibrada o suficiente para contar uma história que, embora assombrosa, é crível e emocionante.