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Centro Cultural Marietta Telles: viagem pelos mais variados tipos de artes

Edifício foi o 1º prédio público da capital | 03.09.21 - 15:57
Centro Cultural Marietta Telles: viagem pelos mais variados tipos de artes Foto: Secult Goiás
Carolina Pessoni
 
Goiânia - Um dos prédios mais icônicos do Centro de Goiânia abriga um grande acervo cultural de Goiás. Localizado na Praça Cívica, o Centro Cultural Marietta Telles Machado concentra algumas unidades e setores da Secretaria de Estado da Cultura (Secult Goiás), sendo elas: Museu da Imagem e do Som (MIS), Biblioteca Estadual Pio Vargas, Biblioteca Braille, Gibiteca Jorge Braga e Cine Cultura.

(Foto: arquivo)

 
Em estilo art déco, o prédio foi um dos primeiros edifícios públicos de Goiânia, construído estrategicamente na Praça Cívica. Primeiramente, abrigou a Secretaria Geral do Estado, com os órgãos que vinham da antiga capital. Posteriormente, foi a sede do Fórum, da Secretaria da Fazenda, além do escritório técnico das obras da construção de Goiânia.
 

(Foto: Acervo MIS-GO)

Conforme explica a superintendente de Patrimônio Histórico, Cultural e Artístico da Secult Goiás, Tânia Mendonça, o prédio foi projetado pelo urbanista Attilio Corrêa Lima, o mesmo responsável pelo projeto de Goiânia. "A construção foi iniciada em 1935, mas finalizada em 1937, pelos irmãos Coimbra Bueno. O edifício faz parte do conjunto urbano tombado pelo Iphan como patrimônio histórico", diz.
 
Somente em 1988 a Cultura passou a ocupar o espaço. Foram feitas reformas e readequações para que o edifício passasse a ser um centro cultural. "O prédio da frente continua com sua construção original, mas foram construídos dois anexos, onde funcionam a administração da Secretaria de Cultura, a reserva técnica dos acervos e arquivos históricos", completa. 
 
Reabertura
Após quase um ano e meio fechado por conta da pandemia, o Centro Cultural foi reaberto ao público na última quinta-feira (26/8). A mostra "Centro Cultural Marietta Telles Machado - a Retomada para o amanhã" fica em exposição até outubro, com visitação de terça a sexta-feira, das 10h às 17h, respeitando os protocolos de segurança.
 
A exposição é gratuita e temporária, e foi idealizada para ocupar provisoriamente a Sala Alois Feichetenberg, espaço expositivo do Museu da Imagem e do Som (MIS). Por meio de painéis fotográficos, sons e imagens, o visitante pode apreciar os diversos momentos da construção do edifício e a trajetória de ocupação do espaço que abrigou, nas primeiras décadas, as principais repartições públicas do Estado.
 

(Foto: Letícia Coqueiro)

Outro elemento interativo que compõe a mostra é a contribuição do público, que tem a oportunidade de registrar suas lembranças pitorescas do Marietta, da Praça Cívica e da cidade. Goianienses e goianos da “Campininha”, atual bairro de Campinas, são convidados a compartilhar casos interessantes, curiosos, alegres, misteriosos para compor a história. Os contos serão gravados ou escritos nos cadernos disponibilizados na sala de exposição.
 
Tânia Mendonça ressalta que está prevista para começar até o fim de 2021 uma obra de restauração do Centro Cultural. “O projeto já foi aprovado pelo Estado e vai iniciar a fase de licitação. Será uma obra de restauro e requalificação, com manutenção de segurança da alvenaria e redes hidráulica e elétrica. Com o restauro, queremos trazer de volta ao edifício seu estilo original, dentro das possibilidades arquitetônicas atuais”, explica.
 
Quem foi Marietta Telles Machado
Marietta Telles Machado é um dos grandes nomes da área cultural em Goiás. Nascida no município de Hidrolândia, em 1934, Marietta dedicou seus conhecimentos de literatura e sua larga experiência em bibliotecas para deixar acessíveis acervos em instituições de Goiás e em várias cidades.
 
A escritora, que também foi poetisa, cronista, memorialista, documentarista, ensaísta, conferencista, produtora de cultura e conhecedora das artes em geral, tem o seu nome citado em uma dezena de antologias de prosa e verso. É verbete em vários dicionários de literatura em Goiás e em outros estados. Marietta faleceu precocemente aos 54 anos de idade, em 1987, em decorrência de ataque cardíaco, deixando um legado de profissionalismo e dedicação na formação de jovens leitores e produção literária.
 
"Quando o prédio foi reinaugurado para a cultura, a classe literária sugeriu que o nome fosse de Marietta devido à sua grande contribuição para a área. Para se ter uma ideia, as maiores bibliotecas do Estado foram organizadas por ela. Então, o Conselho Estadual de Cultura aprovou a sugestão por unanimidade e o nome do prédio faz uma homenagem a essa grande personalidade goiana", explica a superintendente de Patrimônio Histórico, Cultural e Artístico da Secult Goiás.




A coluna Joias do Centro tem o apoio da Sim Engenharia
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