Os bastidores da eleição para o governo de Goiás em 2026 já estão a pleno vapor. A divulgação de duas pesquisas eleitorais aponta para uma disputa acirrada entre o vice-governador Daniel Vilela (MDB), o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) e o senador Wilder Moraes (PL). Aliás, como já citamos neste espaço em agosto.
A pesquisa estimulada da Quaest, realizada entre 13 e 17 de agosto, mostra que Daniel Vilela tem 26% das intenções de voto. Em segundo lugar, mas praticamente em empate técnico, aparece Marconi Perillo, com 22%. Em terceiro surge Wilder Moraes, com 10%. A deputada federal Adriana Accorsi (PT) é citada por 8% dos eleitores ouvidos no levantamento.
Os números são muito semelhantes aos da pesquisa estimulada realizada pela Real Time Big Data/TV Record. Conduzida na primeira semana de setembro, ela apontou Daniel Vilela na liderança com 26%; Marconi Perillo logo atrás, com 22%; Wilder Moraes em terceiro, com 14%; e Adriana Accorsi com 11%.
O que esses números indicam?
Primeiro, que certamente teremos um segundo turno para o governo de Goiás. O vice-governador dificilmente ficará de fora — não apenas por liderar as pesquisas, mas também porque conta com o apoio do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), terá a máquina do Estado (em abril assume o Palácio das Esmeraldas) e, muito provavelmente, a maior coligação em 2026.
Como se diz, Daniel Vilela estará com a faca e o queijo na mão. É, sem dúvida, o favorito. Mas não pode se acomodar, já que a vitória não está garantida, como apontam as pesquisas.
Marconi Perillo, cada vez mais com pinta de candidato ao governo, comemora o fato de estar tecnicamente empatado com o vice-governador. Isso mesmo após viver um período de ostracismo político desde suas duas derrotas eleitorais para o Senado, em 2018 e 2022.
A dúvida, entretanto, é se o tucano já está próximo de seu teto de intenções de voto ou se ainda tem força para avançar nas pesquisas até agosto de 2026, mês das convenções partidárias que definirão candidaturas e alianças. O ex-governador lidera, com ampla margem, o índice de rejeição no eleitorado, o que pode indicar um teto baixo. Portanto, a decisão para Marconi Perillo de disputar pela quinta vez o governo estadual não será fácil. E há um outro fator: Wilder Moraes.
Dos três primeiros colocados nas pesquisas, o senador é o que menos tem feito movimentos públicos em direção a uma candidatura ao governo. Seu maior trunfo para 2026 é o apoio de Jair Bolsonaro (PL). Wilder só será candidato se tiver a bênção do ex-presidente — mesmo que Bolsonaro esteja preso.
Ainda assim, figurar com 10% ou mais nas pesquisas já o coloca no jogo, a depender do futuro político de Bolsonaro. Se uma eventual prisão do ex-presidente fortalecer ainda mais seus aliados (candidatos à Presidência, governos estaduais, Senado e Câmara) em 2026, Wilder Moraes tem potencial para crescer nos próximos 12 meses — e, com isso, pode chegar ao segundo turno.
Evidentemente, trata-se de uma fotografia do momento. Estamos a mais de um ano do primeiro turno da eleição para o governo de Goiás. Há muito ainda para acontecer. Mas, neste momento, este é o cenário apontado pelas pesquisas.
*Jarbas Rodrigues Júnior é jornalista com especialização em política e economia.