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Já usada no mundo dos negócios com o advento da tecnologia, a tokenização vai atingir em cheio o mercado imobiliário nos próximos anos. O sistema trará a desburocratização, a segurança e a agilidade necessária para as negociações. E estamos precisando. Segundo o relatório Doing Business, do Banco Mundial, o Brasil está na 133ª posição dos países com maior facilidade de fazer negócios e de proteger os direitos de propriedade. Uma transação simples de registro de algum bem imóvel exige até 14 procedimentos por aqui, índice bem superior à média de 4,7 das nações integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Há um outro ganho que representará mais acessibilidade ao imóvel. Isso porque, com a tokenização, será possível, sem muita dificuldade e burocracia, fracionar o valor monetário de um imóvel para vender partes dele e ampliar o acesso financeiro do público ao investimento imobiliário. Por exemplo, um proprietário de um imóvel avaliado no valor de R$ 1 milhão poderá fragmentá-lo em um milhão de tokens para que um milhão de pessoas tenham acesso à mesma oportunidade de rendimentos, porém cada uma com sua fração.
O fracionamento gerará também mais liquidez e de forma mais rápida, uma vez que, com as frações acessíveis, será mais fácil encontrar investidores com poder aquisitivo proporcional a sua oferta para fazer a aquisição. Aqui no Brasil, por exemplo, o Banco Central (BC) deu o primeiro passo para regulamentar a tokenização e anunciou, no final do ano passado, que vai autorizar a emissão de tokens em blockchain.
A palavra tokenização começou a fazer parte da rotina das transações bancárias com o avanço do processo de digitalização: para fazer movimentações pela internet, os correntistas passaram a receber um código numérico para confirmá-la e, assim, garantir sua segurança. Mas ela não para por aí. Esse sistema de códigos passou a ser usado também para representar alguns ativos financeiros que têm valor de mercado, como um objeto, um contrato, uma moeda, uma cota de sociedade ou uma propriedade.
O token é um código único, intransferível, impossível de ser alterado. Ele possui seu registro efetivado através da tecnologia chamada de blockchain, que funciona como um grande livro razão digital onde são registrados vários dados do mercado cripto incluindo os tokens. Ele é inalterável. Com isso, o token se torna um registro extremamente seguro devido a grande dificuldade de alteração de sua origem. Outra característica da blockchain é que ela pode ser acessada universalmente por qualquer pessoa através da internet.
No caso dos negócios imobiliários, irá eliminar uma cadeia de procedimentos que representam também um custo alto para o consumidor. Mas, além do setor imobiliário, o ganho de tempo, a praticidade e a dificuldade de fraudes também devem influenciar qualquer setor econômico.
*Cleberson Marques é especialista em inovações, fundador da Terra Token, primeira startup do Centro-Oeste especializada na estruturação de tecnologia para a realização de transações em criptomoedas e tokenização de ativos imobiliários.