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Rodrigo Michel de Moraes

Como reduzir o analfabetismo digital no Brasil?

| 25.01.22 - 12:17
 
O Brasil é dividido em Estados, cidades, bairros, raças e etnias, mas existe uma separação social, em especial, nomeada de analfabetismo, que diz muito sobre o país e a educação.
 
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que 11 milhões de brasileiros não sabem ler, nem escrever. Para tentar minimizar o problema, o Plano Nacional de Educação (PNE) propôs como meta erradicar o analfabetismo até 2024. Mas, com a suspensão das aulas, devido a pandemia de Covid-19, a alfabetização básica foi prejudicada.
 
Podemos identificar, no contexto do analfabetismo, pessoas que conseguem apenas desenhar seus nomes - sendo a única conquista para muitos. Grafar, reconhecer letras e números, mas não ter a capacidade de compreender e interpretar textos simples é considerado analfabetismo funcional. Aqueles que se encontram nessa condição, por não possuírem participação ativa na sociedade e não serem estimados como parte dos usuários digitais, são tidos como “falsos” cidadãos. 
 
A cada dez brasileiros, três são considerados analfabetos funcionais. Segundo o IBGE, somos 213,4 milhões de brasileiros e apenas 12% da população está no nível de “proficiência” na língua portuguesa, o mais alto da escala. Somado a isso, surge um novo obstáculo: o analfabetismo digital, que afeta também grande parte da comunidade marginalizada, adultos e idosos. 
 
Conforme a pesquisa do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), em 2020, 152 milhões de usuários de internet foram identificados no Brasil, o que corresponde a 80% dos acessos no meio virtual. No entanto, 14% da população nunca teve contato com o sistema global de redes de computadores interligadas. Por faixa etária, estima-se que somente 50% dos indivíduos com mais de 60 anos acessaram a internet nos últimos 90 dias. Também é importante ressaltar que, das classes sociais D e E, apenas 67% têm acesso à internet. 
 
Assim, devemos possibilitar uma análise mais profunda para buscar medidas, alternativas e soluções de mitigação dessa realidade a curto, médio e longo prazo.
 
Segundo o filósofo francês Michel Foucault, o termo “tecnologia” agrega a ideia prática do conceito de estratégia e tática. Conceitualizações que consistem na relação dos meios (táticas) e os fins (estratégias). Neste sentido, a tecnologia pode ser um “meio” de possibilitar a educação continuada para toda a sociedade, além de gerar novos produtos, como um portal único de acesso ao cidadão, com linguagem acessível para soluções de problemas cotidianos. 
 
Atualmente, a internet possibilita tudo isso, tornando-se um alicerce que permeia todas as áreas de nossas vidas. Ela é a infraestrutura invisível, a espinha dorsal de nossos sistemas digitais, que nos direciona no trânsito, no significado das palavras, condiciona e sugere o que devemos comprar, ler e ouvir.
 
Aliado ao conceito de tecnologia e buscando soluções com “meios” e “fins”, o Governo de Goiás, desde o ano passado, executa mutirões para aproximar a população de classes menos privilegiadas dos serviços digitais de fácil acesso. Além disso, foi lançado, em junho de 2021, o portal Expresso, que possui mais de 100 serviços, estaduais e federais, disponíveis em uma única plataforma. 
 
Apesar disso, não podemos ser superficiais em relação aos serviços digitais prestados à sociedade. É necessário buscar diariamente medidas para reduzir o distanciamento digital e contribuir para ampliar o acesso aos meios tecnológicos e promover a melhoria da educação digital.
 
Palestras, cursos profissionalizantes, de linguagem e aplicações mais simples de acesso são ações a serem colocadas em prática constantemente, como o Governo de Goiás vem realizando. Dessa forma, um grande percentual de pessoas poderá aprender a utilizar as ferramentas existentes no universo da computação e ver os benefícios da rapidez e a eficácia que a tecnologia pode prover, como tirar a segunda via de uma conta e emitir uma certidão digital remotamente, entre outros.
 
Convém mencionar que todas as ações de educação e comunicação continuada são complementares e evidenciam a busca para a transformação digital no Estado. E tudo tem sido feito, conforme determinado pelo governador Ronaldo Caiado, com objetividade e pragmatismo, reduzindo e diluindo o percentual de analfabetismo digital em todas as camadas da sociedade.
 
*Rodrigo Michel de Moraes é subsecretário de Tecnologia da Informação da Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação (Sedi) 

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