Baseado nas histórias de expansão territorial na Península Ibérica, a manifestação das Cavalhadas relata a batalha entre mouros e cristãos e revela outras facetas deste épico embate.
No Catolicismo, o dia 26 de dezembro é celebrado a missa dos santos inocentes, uma carnificina cometida por Herodes às crianças de zero a dois anos, para impedir que a profecia sobre o rei da Judeia, Jesus Cristo, fosse cumprida. Conhecido como os três reis magos, título concebido aos astrólogos da época, que interceptaram os soldados de Herodes, argumentaram que a estrela de Belém foi o sinal do céu sobre o nascimento da criança referida na profecia.
Não convencidos desta história, os soldados se aproximaram da singela manjedoura e finalmente entenderam que aquele iluminado bebê era um prenúncio da paz. Assim, foram naturalmente convencidos do poder do cristianismo e, de assassinos, passaram a ser seu protetor.
Outra versão sobre os mouros e cristãos tem algumas semelhanças à Guerra da Tróia. Conta a história de um príncipe mouro que se apaixona por uma bela princesa cristã e a rapta. O exército cristão subitamente entra em batalha com o exército mouro. O fim da história não chega a ser uma tragédia como a de Romeu e Julieta e nem um drama histórico como a de Helena de Troia, mas todas essas versões alimentaram um imaginário na cultura popular como manifestação e patrimônio imaterial brasileiro.
Talvez por isso as tradições e o resgate de histórias orais ainda seja a forma mais afetiva e efetiva de preservarmos os valores culturais de uma nação.
Talvez seja, realmente, um desafio transgredir o fluxo desenfreado das mídias virtuais, das redes sociais e da impecável inteligência artificial para que possamos ser ou continuarmos sendo humanos.
Deixo aqui meus sinceros agradecimentos a todos que prestigiaram a abertura do Projeto Goianins e para quem não pôde conferir, a mostra se estenderá até o dia 20 de junho. Marque sua visita!
Espero você!