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Saúde pública

Gravidez na adolescência aumenta 32% em Goiânia

54 meninas até 14 anos engravidaram em 2014 | 28.03.15 - 16:37
 
A Redação
 
Goiânia - A gravidez entre 15 e 19 anos aumentou 32,5% na capital goiana, passando de 1.762, em 2013, para 2.336, em 2014. A informação é do Sistema do Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento (Sisprenatal) do Ministério da Saúde (MS). Dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) mostram ainda que entre meninas de até 14 anos, esse número é ainda mais alarmante, pois passou de 13 para 54 casos no último ano, e que só em 2015 já foram registradas 8 situações de gestação na faixa etária.
 
Em 2014, a gravidez entre meninas de 10 a 19 anos correspondeu a 18% do total de gestantes que fizeram pré-natal em unidades públicas de saúde em Goiânia e teve aumento de 34,6%. O coordenador técnico-médico da Maternidade Nascer Cidadão, Jony Rodrigues Barbosa, traçou um perfil epidemiológico das jovens gestantes atendidas na unidade em sua dissertação de mestrado. 
 
De acordo com a pesquisa, além das garotas apresentarem baixo nível de escolaridade, muitas abandonam a escola em virtude da gestação. Apesar de 20% dessas meninas possuírem atividade de trabalho remunerada, a renda mensal per capita do grupo é considerada baixa, girando em torno de 1 a 3 salários mínimos.
 
Em relação ao contexto familiar, a maioria das adolescentes moram com os pais e parceiros, sendo que 60% vivem em união consensual. O médico destaca que “70% se auto declaram pardas ou negras e apresentam histórico de gravidez precoce na família, principalmente a mãe”.
 
Causas e implicações 
A falta de informação não é mais o maior motivo da gestação na adolescência. As garotas, apesar de conhecerem os métodos contraceptivos, não os usam regularmente. As meninas relatam conhecer principalmente a camisinha, seguida da contracepção de emergência, também chamada de pílula do dia seguinte, e a pílula anticoncepcional.

Barbosa reforça que “a falta de orientação especializada, acessibilidade aos métodos contraceptivos e ausência de planejamento e apoio familiar são as possíveis causas para o aumento da gravidez”.
 
A gravidez na adolescência é considerada de alto risco, por isso a importância do pré-natal para evitar problemas durante a gestação e o parto. Dentre as possíveis complicações da maternidade na adolescência, pode-se citar a prematuridade e o baixo peso do bebê ao nascer, diabetes e hipertensão materna, aumento do risco de morte da mãe e morbidade e mortalidade fetal.
 
Para Jony Barbosa, a gravidez juvenil causa inicialmente um trauma na família e atrapalha o futuro social das jovens. “O fato de muitas meninas abandonarem a escola devido a gestação dificulta a inserção delas no mercado de trabalho, causando dificuldades de ascensão social e contribuindo para a perpetuação da pobreza”, reforça o coordenador.

No primeiro trimestre de 2015, já foram registradas no Sisprenatal da SMS, 293 novos casos de gestação em jovens na faixa etária de 15 a 19 anos. (Com informações da SMS)

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