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Em Goiânia

Homenagens marcam missa de sétimo dia do jornalista goiano Isanulfo Cordeiro

Familiares e amigos se emocionaram | 20.01.18 - 07:00 Homenagens marcam missa de sétimo dia do jornalista goiano Isanulfo Cordeiro (Foto: Letícia Coqueiro / A Redação)
Kamylla Rodrigues 
 
Goiânia - Homenagens e muita emoção marcaram a missa de sétimo dia do ex-secretário de Assuntos Internacionais de Goiás, Isanulfo Cordeiro, realizada na Igreja Católica Ortodoxa São Nicolau, no Setor Oeste, em Goiânia, na noite desta sexta-feira (19/1). Familiares e amigos, entre eles o governador de Goiás, Marconi Perillo, lembraram com carinho e saudade do jornalista que carregava tanto na estatura quanto no coração um profissionalismo gigante. 
 

(Foto: Letícia Coqueiro / A Redação)
 
A missa foi conduzida pelo padre Rafael Magul, que não poupou elogios ao amigo. "Hoje é dia de celebração. Nós celebramos a vida e a oportunidade que tivemos de conhecer Isanulfo. Ele amava de verdade. Com seu humor generoso, ele espalhou o bem e ajudou muita gente, inclusive os refugiados da Síria. Isanulfo sempre buscava fazer o melhor em tudo: como pai, marido, amigo, jornalista. E é isso que vai ficar marcado e guardado. O nome desse grande amigo será sempre lembrado", disse. 
 

(Foto: Letícia Coqueiro / A Redação)
 
A igreja lotada mostrou que Isanulfo conquistou a admiração de muita gente, que fez questão de estar ao lado da família dele nos momentos de despedida. E esse apoio foi motivo de agradecimento. "Vocês nos ajudam a seguir em frente. Essa força que estamos recebendo nos faz perceber o quanto meu pai era querido", disse um dos três filhos de Isanulfo, Alexandre, que descreveu o pai. "Ele era intenso. Tinha pressa. Tanta pressa, que acabou cumprindo sua missão cedo demais. O legado que ele deixou para mim foi o amor e profissionalismo. Contador de histórias, meu pai me ensinou o significado de amor: é leal, incondicional, louco e intenso. Eu te amo, pai. Estou morrendo de saudades", completou emocionado. 
 

(Foto: Letícia Coqueiro / A Redação) Alexandre se emocionou ao lembrar de tudo que aprendeu com o pai
 
As palavras do filho Pedro também saíram embargadas. "O carinho de tanta gente nos faz perceber as inúmeras amizades que meu pai conquistou ao logo de seu caminho. Ele tinha um amor exigente, mas muito gentil. Me ensinou sobre justiça e isso vai ficar marcado para sempre", ressaltou. 
 

(Foto: Letícia Coqueiro / A Redação) O cantor Fernando Perillo lembrou das músicas que Isanulfo gostava de ouvir
 
Cantando canções que Isanulfo gostava de ouvir, o cantor Fernando Perillo lembrou de como conheceu o jornalista, assim que chegou em Goiânia. "Na época ele cursava direito e jornalismo ao mesmo tempo. A inteligência e integridade daquele homem me surpreendiam e, quando o apresentei ao governador Marconi Perillo, vi nascer uma profunda amizade", afirmou Fernando.

A noite de homenagens ainda contou com um texto emocionante da sobrinha Manuela Costa. "Seu abraço era como mergulhar em uma nuvem, que nos envolve por inteiro. Ele me chamava de manelíssima e de manelinha. Quando ele me perguntava 'você sabe..." eu dizia 'não, claro que não'. E eu me perguntava de onde ele tirava tanto conhecimento. A vida é um sopro. No dia do velório dele tinha muita gente. E uma das pessoas me perguntou se ele era importante. Sim, era importante para nós. Seu amor era sublime e dedicado". 
 

(Foto: Letícia Coqueiro / A Redação) Governador Marconi Perillo acompanhou a missa emocionado 

O governador Marconi Perillo, acompanhado da esposa e primeira-dama, Valéria Perillo, e das filhas Isabella e Ana Luisa, não conteve as lágrimas e preferiu ficar em silêncio. Ele disse pela redes sociais que Isanulfo foi um dos jornalistas mais vibrantes, cultos e atuantes de sua geração, modelo para quem estudou e trabalhou ao seu lado e referência para todos os profissionais da comunicação do Estado que vieram depois dele. "Não bastassem a inteligência e a competência, Isanulfo era um homem de enorme coração. Humilde, gentil, extremamente educado, foi um grande pai e avô, um precioso amigo, sempre atencioso e carinhoso. Sempre falava de sua Campos Belos. Espalhava o bem, com seu humor generoso, saber que cativava e suas histórias sobre Goiás e nossa gente", disse Perillo em um artigo. 

A celebração foi encerrada com uma salva de palmas para Isanulfo. Além de Marconi Perillo, outros profissionais e amigos participaram da missa. Eles compartilharam com o Jornal A Redação o que Isanulfo significou. Confira:
 

(Foto: Letícia Coqueiro / A Redação)
 
Superintendente executivo de Comércio Exterior da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação (SED), William O'Dwyer:
 
"Isanulfo reverenciou os amigos, a verdade e o Estado. A gente viu o governador emocionado e isso mostra que ele fez um bem para Goiás. E fazendo um bem para Goiás, fez o bem para muitos goianos. A área internacional está acéfala. Vamos ter que aprender muto ainda para chegar ao patamar dele". 
 

(Foto: Letícia Coqueiro / A Redação)
 
Superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce), Maria Abadia:
 
"Isanulfo foi profissional brilhante e o que nos marcou profundamente foi o profissionalismo, aliado a uma gentileza e amabilidade. Ele gostava de tudo muito bem feito. Ele fazia as tarefas mais complicadas com muito humor e alegria. Com isso, ele angariou amizade, carinho e admiração por onde passou. Ele é referência de como você pode ser um grande profisisonal e um grande ser humano". 
 

(Foto: Letícia Coqueiro / A Redação)
 
Cineasta e jornalista Edson Luiz de Almeida:

"Ele foi um dos primeiros amigos que fiz aqui em Goiânia. Quando entramos na faculdade, em 1970, a gente se tornou amigos rapidamente. São quase 50 anos de amizade. Fizemos o curso juntos, trabalhamos juntos no Diário da Manhã, de 80 a 84, e depois no O Popular. Mesmo eu indo morar em Brasília por um tempo, mantínhamos contato, inclusive ele é padrinho da minha filha. Esse apelido 'bixo' foi ele quem me deu. Tenho um grande respeito pelo profissional que ele era. Uma palavra que o resume é lealdade". 

 

(Foto: Letícia Coqueiro / A Redação)
 
Empresário Leonardo Rizzo:
 
"Ele significou muito para mim. O que me impressionava nele era a forma elegante. Ele dizia algo que não llhe agradava de uma forma clássica. Vai deixar muita saudade. A última vez que estive com ele, em 21 de dezembro, nós relembramos muita coisa e brincamos muito". 
 

(Foto: Letícia Coqueiro / A Redação)
 
Ex-presidente da Associação Goiana de Imprensa (AGI) e jornalista Walter Menezes:
 
"Persistência e humildade. Isso resume Isanulfo, que era de origem muito simples. Lembro de um episódio que demonstra como ele era firma em suas decisões: no O Popular, o então presidente da associação goiana de imprensa fez uma matéria de uma mulher que havia sido presa. E no final ele colocou: 'Devemos ter complacência com essa pobre culpada'. Ou seja, ele já a condenava. Quando a matéria já estava para ser impressa, o presidente notou a falha e me mandou tentar corrigir. Entramos em contato com Isanulfo, que ligou para a gráfica. O material já estava na placa para rodar. O funcionário disse que não dava mais para tirar. Mas Isanulfo insistiu: 'pode tirar. Coloque outra placa. Eu assumo a responsabilidade'. Ou seja, ele foi muito corajoso. E no lugar de pobre culpada, saiu pobre coitada". 

História
Nascido em Campos Belos, no Nordeste goiano, Isanulfo Cordeiro veio para Goiânia aos 4 anos. Formou-se em Direito (1969-1974) e em Jornalismo (1969-1973), fazendo os dois cursos ao mesmo tempo. Nunca seguiu carreira na advocacia. Entrou no Jornal O Popular e sua primeira passagem pelo veículo durou seis ano. Em 1979, ele saiu para participar do processo de fundação do jornal Diário da Manhã.
 
Em 1984, retornou ao O Popular como editor do caderno de Cidades. Um ano depois, assumiu a editoria de Política, onde ficou por 11 anos. Em 1996, se tornou editor-executivo do jornal, e em 1999, chegou ao cargo de editor-chefe, que só deixou em 2007, para trabalhar ao lado do governador Marconi Perillo (PSDB). Foi chefe do Gabinete de Gestão de Assuntos Internacionais do governo estadual.
 
Isanulfo, que tinha 66 anos, faleceu no dia 13 de janeiro após meses lutando contra um câncer que começou na bexiga e se estendeu até o intestino. Isanulfo deixou a mulher, Maria Beatriz Costa, e três filhos: Pedro, Lorena e Alexandre. 
 


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