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Desmatamento

Mais de mil espécies do cerrado podem ser extintas nos próximos 30 anos

Estudo foi divulgado nesta quinta-feira (23/3) | 24.03.17 - 18:01 Mais de mil espécies do cerrado podem ser extintas nos próximos 30 anos Babaçu (Foto: DoDesign-s)
A Redação
 
Goiânia - O avanço do desmatamento no Cerrado poderá resultar na extinção de 1140 espécies de plantas nos próximos 30 anos, diz um estudo internacional coordenado por brasileiros publicados nesta quinta-feira (23/3), na Nature Ecology and Evolution. O número é oito vezes superior a todas as espécies de plantas registradas como extintas desde 1500 em todo o mundo.
 
Segundo a pesquisa, uma série de políticas públicas e privadas já em implementação ou desenvolvimento que poderiam evitar o quadro de extinções projetado. Segundo Bernardo Strassburg, coordenador do estudo, Diretor Executivo do Instituto Internacional para a Sustentabilidade e Coordenador do Centro de Ciências para a Conservação e Sustentabilidade do Departamento de Geografia e Meio Ambiente da PUC-Rio, o Cerrado já perdeu praticamente metade de sua área, mas ainda reúne 4600 espécies de plantas que não existem em nenhum outro local do planeta. 
 
Segundo Bernardo, se o ritmo do desmatamento continuar, daqui a 30 anos, o Cerrado ficará ainda menor, perdendo mais um terço do tamanho atual. Esse resultado será causado pelo desmatamento para a expansão da soja, cana de açúcar e pastagem. Entre 2002 e 2011, as taxas de desmatamento na região foram 2,5 vezes mais altas do que na Amazônia. 
 
Entre as espécies mais vulneráveis estão um fruto bem conhecido, o babaçu (Attalea brasiliensis), a canela-de-ema-gigante, além de várias bromélias e orquídeas. Entre os animais, as espécies que poderão desaparecer estão o lobo-guará, onça parda, tatu-canastra, ariranha, tamanduá-bandeira, arara-azul e a anta. 
 
“O Cerrado brasileiro abriga uma coleção enorme de espécies únicas no mundo, que é a base deste bioma tão fundamental para a economia, segurança hídrica e energética do país. O que identificamos é que a progressão do desmatamento levará a um quadro de extinções de espécies de plantas em escala jamais registrada no mundo”, afirmou Bernardo.
 
Para Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza, diretor de Conservação de Ecossistemas do Ministério do Meio Ambiente e um dos autores do artigo, a recuperação da vegetação nativa tem papel fundamental para evitar o colapso. Segundo ele, se for realizada em áreas prioritárias para a biodiversidade, poderiam evitar até 83% das extinções projetadas. “A nova Política Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa, criada por decreto presidencial no mês passado, pode auxiliar na promoção desta restauração em áreas prioritárias”, disse.
 

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