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Revista Nature

Médica formada pela UFG está entre os 10 cientistas mais influentes de 2016

Celina Turchi é a única brasileira da lista | 19.12.16 - 18:56 Médica formada pela UFG está entre os 10 cientistas mais influentes de 2016 (Foto: UFG)

A Redação

Goiânia
- Formada em Medicina pela Universidade Federal de Goiás (UFG), a epidemiologista Celina Turchi é a única brasileira na lista dos dez cientistas mais influentes do mundo em 2016, segundo a revista Nature.  O anúncio foi feita nesta segunda-feira (19/12). Conforme consta na publicação, o reconhecimento se deu graças a seu trabalho que permitiu associar a microcefalia à infecção pelo vírus zika. 
 
Graduada em 1981 na UFG, Celina Turchi tem mestrado em epidemiologia pela London School of Hygiene & Tropical Medicine/UK e doutorado pelo Departamento de Medicina Preventiva da USP. Com experiência na área de Epidemiologia das Doenças Infecciosas, Turchi contribui atualmente como Pesquisadora no Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães - Fiocruz/Pernambuco.
 
A revista diz que Turchi integrou uma rede de epidemiologistas, pediatras, neurologistas e biólogos que levou a resultados "formidáveis". Lembrando que, quando Turchi e seus colegas começaram suas pesquisas, o conhecimento sobre o zika era extremamente limitado, a revista afirma que a médica ajudou a produzir uma quantidade suficiente de evidências para demonstrar o vínculo entre o vírus e malformações fetais.
 
"Nem em meu maior pesadelo como epidemiologista eu havia imaginado uma epidemia de microcefalia neonatal", disse Celina à Nature. “Quando começamos, não havia nenhum livro a seguir”. Em relação a integra a lista das 10 personalidades do ano da Nature, Celina encara como um reconhecimento do trabalho de um grupo e não apenas dela. “Estou grata e entendo que esse foi o reconhecimento de um trabalho coletivo, não só de nós pesquisadores, mas por todos profissionais de saúde envolvidos. Foi fruto também da oportunidade de poder contar com grupos experientes e qualificados de laboratório, clínica, neurologia e com apoio da instituição”, declarou Celina.
 
Além de Turchi, a revista elegeu também Gabriela Gonzales, envolvida na descoberta de ondas gravitacionais e porta-voz do Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferômetro Laser (Ligo), o astrônome Guillem Anglada-Escudé, pela descoberta de um planeta de tamanho parecido ao da Terra próximo a Alpha Centauri, e Demis Hassabis, cofundador da empresa de inteligência artificial DeepMind, cujo computador AlphaGo venceu um grande mestre do jogo de estratégia Go. Esse feito que revela a crescente capacidade da inteligência artificial.
 
A lista também inclui John Zang, especialista em fertilidade que recebeu críticas e elogios ao anunciar uma técnica de substituição mitocondrial que mistura o DNA de três pessoas para produzir um bebê saudável, e Kevin Esvelt. Este alertou sobre os perigos de uma técnica que ele mesmo ajudou a inventar, que usa a manipulação genética para criar um gene que se espalha de modo mais rápido em uma população.
 
Foram homenageados ainda Terry Hughes, que alertou sobre uma catástrofe iminente na Grande Barreira de Corais Australiana e o químico atmosférico Guus Veleerds, por criar as bases para um acordo internacional que obrigará países a pararem de usar gases poluentes conhecidos como HFCs. Outros homenageados foram a física Elena Long, que chamou a atenção para a discriminação e para os obstáculos enfrentados por cientistas lésbicas, gays, bissexuais ou transgêneros, e Alexandra Elbakyan, cujo web-site Sci-Hub desafiou grandes editoras científicas ao disponibilizar gratuitamente mais de 60 milhões de artigos científicos. (Com informações do Centro Fiocruz)

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