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Em entrevista

Marconi reforça necessidade de mudar a educação

Governador também analisou a economia | 24.01.16 - 08:39 Marconi reforça necessidade de mudar a educação (Foto: divulgação)
A Redação

Goiânia -
Em entrevista ao programa Conheça Goiás, o governador Marconi Perillo disse que a implantação da gestão compartilhada com as Organizações Sociais (Os) na Educação poderá repercutir de forma irreversível em todo o País, como ocorreu com a Saúde. “Hoje, no Brasil inteiro, PT, PSDB, PSB, PMDB, os Estados que quiseram mudar a Saúde implantaram OSs”, afirmou. Em respostas ao presidente da Associação Goiana dos Municípios (AGM), Cleudes Baré, no salão verde do Palácio das Esmeraldas, Marconi falou ainda de investimentos do Governo Estadual para os próximos anos, em programas como o Inova Goiás e o Goiás Mais Competitivo, de Segurança Pública, de eleições municipais, do seu futuro político e da situação de Goiás frente à forte crise econômica por que passa o País. 

Confira a entrevista: 

Crise econômica
"Nós avaliamos que o Estado de Goiás foi o que fez o maior e mais bem estruturado ajuste fiscal do País, iniciado em 2014, quando eu previ que nós teríamos uma gravíssima crise em 2015. Esse ajuste nosso resultou na economia aos cofres do Estado da ordem de 3,5 bilhões de reais. Entres os cortes que fizemos, reduzindo aí nossa equipe, para 10 secretarias, cortando mais de 40 diretorias e superintendências, 5 mil cargos comissionados, 5 mil cargos temporários, reduzindo as mesadas das secretarias, e isso tudo, somadas às despesas que nós deixamos de fazer, resultou nessa economia, e nos tirou de uma situação de insolvência. Além disso tudo, tomamos muitas medidas para evitar que pudéssemos ter novamente os reflexos dessa crise em 2016. Sabemos que a crise vai aumentar ainda mais em 2016 e por isso tomamos as medidas, prorroguei por um ano os aumentos salariais que estavam previstos e tomei outras medidas para arrecadar recursos junto a empresas beneficiadas por incentivos fiscais. São medidas impopulares, é claro, mas é preciso que as pessoas compreendam que o governo do Estado não pode estar direcionado apenas a uma minoria, a algumas poucas pessoas. O governo do Estado tem o compromisso com 6,7 milhões de goianos"
 
Fundo Nacional de Segurança
"Eu defendo a criação de um fundo que faça como aconteceu na Educação e na Saúde. O constituinte de 88 garantiu recursos constitucionais, vinculação para Educação. Depois, eu ajudei o Serra (senador José Serra, do PSDB) a garantir aprovação de uma emenda que vinculou recursos para Saúde. E agora a gente precisa de uma emenda que defina vinculação de recursos para Segurança Pública. Essa é uma coisa. A outra que eu defendo na área de segurança é que a gente ponha o Exército, a Marinha, a Aeronáutica, ou seja, as Forças Armadas, nas fronteiras do Brasil com os países que enviam drogas para cá: cocaína, maconha, heroica e crack, que infelicitam as famílias goianas. Nós não temos guerra com nenhum país. Nós podemos perfeitamente enviar um terço das nossas Forças Armadas pra vigiar as nossas fronteiras, pra evitar o ingresso de drogas e armas contrabandeadas. Eu defendo também que o Brasil não empreste mais dinheiro, através do BNDES, pra nenhum país que produza drogas e armas contrabandeadas".
 
Populismo
"Sem dúvida, o populismo não deixa as coisas avançarem. As mudanças não ocorrem, porque eles ficam muito presos a determinadas corporações que não querem permitir que avanços ocorram. Vejam bem aqui em Goiás. Nós fizemos uma grande revolução na área da Saúde. Quem vai a um hospital gerenciado pelo Governo do Estado hoje percebe nitidamente a diferença do tratamento que nós oferecemos aos pacientes que necessitam de nossos serviços". 
 
Resistência à OS
"Houve muita resistência à implantação da gestão por OSs. As pessoas de modo geral resistem às mudanças, à quebra de paradigma. Mas é preciso ter coragem para fazer o que é bom, o que é certo. Aos olhos de Deus, o que nós estamos fazendo é algo corretíssimo, porque nós estamos evitando a morte de milhares de pessoas. Quem vai hoje aos hospitais do Governo do Estado sai de lá curado, bem atendido. São atendidos com humanismo. Eu estou tentando fazer uma mudança, experimentar uma mudança gradual aqui na Educação, com um único objetivo: fazer com que filho de pobre possa estudar em escola pública, sem pagar nada, como se fosse em escola de rico, para ter mais oportunidade no mercado de trabalho, para ter mais oportunidade de acesso às universidades boas. E aí cria-se uma parede para evitar que isso ocorra. Querem tudo menos essas mudanças, porque essas mudanças mexem no corporativismo histórico. E essas mudanças, se elas acontecerem aqui em Goiás, elas serão irreversíveis no País, como aconteceu na área de Saúde. Hoje, no Brasil inteiro, PT, PSDB, PSB, PMDB, os Estados que quiseram mudar a Saúde, implantaram as OSs". 
 
Motivação
"A grande motivação desse mandato é mudar a Educação para melhor. Nosso governo conseguiu chegar ao primeiro lugar do Ideb no ensino Médio, mas com nota 3.8. A gente pode chegar à nota 6, à nota 7, essa é a nossa meta, para que os nossos estudantes da rede pública possam realmente competir em pé de igualdade com os filhos dos ricos, no ingresso às boas universidades, no mercado de trabalho, principalmente para as profissões mais bem remuneradas. Nós ficamos em segundo lugar no Ideb em 2013 (ensino Fundamental). Mas nós queremos mais. Eu não concordo que o Brasil sofra esse desastre econômico, por uma razão fundamental: nós somos um País atrasado no que diz respeito à Educação. O Japão e a Alemanha saíram arrasados, destroçados da segunda Guerra Mundial. Os governos que sucederam à Segunda Guerra Mundial nesses países investiram maciçamente em Educação, no ensino, pesquisa e inovação tecnológica. Hoje são potências mundiais. Nós temos de investir em Educação. Eu não posso concordar que, entre as 200 melhores universidades do mundo, a gente não tenha nenhuma do Brasil. Isso está errado. Isso revela que o modelo está errado. Essa discussão que está acontecendo hoje em Goiás é acompanhada pelos principais especialistas em Educação no Brasil. Está todo mundo de olho nessa experiência que a gente quer começar em Goiás. Porque está todo mundo querendo algo novo, está todo mundo querendo mudança, mudança que realmente faça diferença, que quebre paradigma, que realmente coloque o aluno em primeiro lugar. Mudança que exija disciplina. Por que muita gente quer colégio militar? Porque as notas dos alunos dos colégios militares são boas. (Os colégios militares) estão entre os melhores, porque têm disciplina. Se não houver disciplina nas escolas, os alunos não aprendem. Ficam dizendo: o governador quer militarizar a educação. Eu não tenho proposto nada nesse sentido. Quem tem pedido são os pais, são os prefeitos, são os alunos. Eu tenho recebido agora abaixo-assinados com 90%, 100% de pais pedindo escolas militares para as cidades do interior. Porque eles estão pedindo? Porque eles querem uma alternativa ao modelo atual. Eles querem uma alternativa que garanta um futuro para os filhos deles. E é isso que a gente está querendo". 
 
Inova Goiás
"Os Estados que investirem em inovação, ciência, tecnologia e na pesquisa vão sair na frente, não tenha dúvida. Esse é o nosso desejo. Nós lançamos no ano passado, no primeiro ano deste último governo, dois grandes programas, e um é entrelaçado ao outro. Esse que é o Inova Goiás, a que você se refere, tem como objetivo, como foco, melhorar o Estado de Goiás, do ponto de vista da agregação de valor tecnológico; e outro, que é o Goiás Mais Competitivo, que objetiva colocar Goiás entre os cinco mais competitivos do Brasil. À medida que formos competitivos, naturalmente, as indústrias, os investidores virão pra cá. Então, eu aposto muito nesses programas, nós estamos trabalhando com alto profissionalismo, para que eles realmente cumpram seus objetivos". 
 
Rodovias estaduais
"Quando eu assumi o governo novamente, em 2011, nós tínhamos mais de 7 mil quilômetros de rodovias destruídos. Nós conseguimos reconstruir mais de 5 mil. E ainda ficaram faltando dois mil. Este ano nós vamos enfrentar o que falta em termos de consertos dessas estradas e de manutenção permanente. E nós dividimos por etapas os recursos que nós estamos viabilizando. A primeira abertura de crédito do ano foi para a manutenção e conservação. Nós conseguimos viabilizar R$ 212 milhões, que vai significar R$ 20 milhões por mês, investidos nos 21 mil quilômetros de rodovias pavimentadas e não pavimentadas. Nós já estamos com tudo pronto, com licitações prontas, para entrar em campo. Não adianta entrar com chuva, porque você faz estrago. Então, eu peço paciência a todos, até que a gente possa entrar definitivamente. E nós vamos entrar no Estado inteiro. São mais de 30 empresas que ganharam as licitações. Então, esse recurso está assegurado. Depois, nós fizemos o levantamento das rodovias que precisam ser reconstruídas. São 1,1 mil quilômetros que ainda faltam. Nós precisamos de cerca de R$ 430 milhões para entrar nessas estradas. Nós já temos uma operação de crédito assegurada para isso. Uma vez viabilizado esse dinheiro, nós vamos colocar na reconstrução. A operação de crédito que está prevista pra este ano, o ministro da Fazenda irá anunciar aos governadores agora nos próximos dias; nós vamos priorizar os municípios, através do Rodovida Urbano, e vamos priorizar a continuidade de obras que estão em andamento. Os recursos já estão assegurados; o ministro (da Fazenda) ficou apenas de dizer qual é o espaço fiscal que cada estado terá em 2016. Isso tudo só esta sendo possível por causa do ajuste que fizemos. Do contrário, não teríamos condições de receber qualquer tipo de operação de crédito".
 
Lula e Dilma
"Eu fiz duas sugestões ao governo dele: o ProUni – eu criei aqui o Bolsa Universitária – e o Bolsa Família, por conta do Renda Cidadã. Quem quiser verificar o Lula falando a meu respeito, basta consultar o Google, no dia de lançamento do Bolsa Família. Mas o pagamento que ele me fez foi uma perseguição implacável, porque eu discordei dele em algumas coisas. Quanto à presidente Dilma, elogio, quando é preciso, eu faço (elogios), por reconhecimento ao tratamento republicano e correto que ela tem dado a Goiás, apesar de eu ser de um partido de oposição. Ela duplicou a rodovia Goiânia–Jataí, ela terminou a Ferrovia Norte–Sul. Ela não me perseguiu, ela não deixou de repassar os empréstimos que eram de direito do Estado de Goiás. Deu tratamento correto. Então, o que eu tenho feito é apenas um reconhecimento. Agora, em relação à questão do impeachment, isso diz respeito ao Congresso Nacional. E acho que os desajustes que foram feitos aí no passado, precisam ser corrigidos, independentemente de termos uma relação republicana correta. Eu também sou crítico ao que foi feito no passado e que precisa ser corrigido". 
 
2016 e as eleições municipais
"O que se pode esperar do governo em 2016, é um trabalho de acompanhamento rigoroso com relação ao ajuste fiscal, trabalho de economia pra valer, redução de gastos, cuidados com a crise econômica, todo o gerenciamento dessa crise, através da minha governança e dos meus assessores. Em relação aos municípios, aos prefeitos, eu vou fazer tudo o que eu puder para ser parceiro mais uma vez, pra colaborar com as administrações municipais. Eu, como poucos, reconheço as dificuldades vividas pelos prefeitos, pelos municípios. Se nós nos Estados temos dificuldades por conta da crise econômica, imagine os prefeitos. Vocês que estão lá para atender as pessoas, estão lá vivendo o dia a dia dos problemas do povo. Então, tudo o que eu puder fazer pra celebrar as melhores parcerias, eu vou fazer; e isso só vai acontecer por conta dos ajustes, por conta das economias que o Estado foi capaz de fazer. Agora, eu fui eleito pra ser governador do Estado; a minha responsabilidade é administrativa. Eu vou conversar com os partidos, vou conversar com os parlamentares, para decidir a minha atuação. E tem que ser uma atuação discreta. Não posso misturar política com governo, pois eu tenho as minhas preferências. Eu não tenho dúvida alguma que, disparado, você é a melhor liderança política de lá e da região. Eu tenho as minhas preferências partidárias e administrativas, como é o seu caso. Agora, uma coisa é eu ter as minhas preferências, eu fazer algumas gravações; outra coisa é eu sair por aí andando pelo Estado. Eu vou decidir isso com os partidos. Mas eu acho que ajudo muito mais fazendo um bom governo do que ficar me imiscuindo nas questões que são questões municipais". 
 
Futuro político
"O grande foco meu é o Estado de Goiás, superar esta crise. Agora mesmo a Votorantim Metais anunciou o fechamento da fábrica de Niquelândia e uma fábrica no interior de São Paulo. Eu vou receber já, na segunda-feira, o presidente da Votorantim Metais, para tratar desse assunto, pra cobrar explicações sobre isso. Ou seja, nós estamos vivendo um momento de turbulência total na economia brasileira, não é só no Estado, não; isso é culpa do governo federal, é da economia. Agora eu tenho sido chamado a participar de todos os fóruns em que os governadores se reúnem para tratar dos assuntos mais importantes do Brasil, talvez por ser o decano – sou o governador mais antigo do País, só eu tenho quatro mandatos. Também tem a minha experiência, os nossos modelos de gestão em várias áreas. Eu decidi propor a criação do Fórum do Brasil Central por acreditar que nossa região é uma região que precisa ser valorizada, e nós temos de ficar juntos, para enfrentar os desafios, principalmente, da infraestrutura. Mas tenho participado de outros fóruns de governadores. Em relação ao processo eleitoral de 2018, eu já fui convidado a ser candidato a presidente por vários partidos, mais de seis partidos, mas acho que não é o momento de tratar disso. Eu tenho um partido muito bem estruturado, que é o PSDB, eu tenho orgulho de ser tucano, estou no sexto mandato consecutivo no PSDB, sou certamente uma boa referência no PSDB, e acho que esse assunto só deve ser tratado em 2018. Não sei se você se lembra, o ex-governador Eduardo Campos, que era governador de Pernambuco, só começou a falar em eleição presidencial no ano 2014, no início do ano. Ele governou os três anos, e quando chegou no último ano, ele disse que era candidato a presidente. Então, eu tenho todas as condições de pleitear qualquer cargo no País. Eu não me considero menor que nenhum desses líderes atuais, agora o meu foco é o foco no governo do Estado". 

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