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Eleições na OAB-GO

“Enil Henrique ficou fascinado pelo poder”, critica vice-presidente

Antônio Carlos diz que falta transparência | 04.10.15 - 11:14 “Enil Henrique ficou fascinado pelo poder”, critica vice-presidente (Foto: Mônica Parreira/A Redação)
 
Sarah Mohn
 
Goiânia – Único representante do interior na direção da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), Antônio Carlos Monteiro da Silva criticou ao jornal A Redação que o atual presidente da seccional, Enil Henrique de Souza Filho, ficou “fascinado pelo poder” e, por isso, rompeu com o grupo do qual fazia parte, a OAB Forte, e decidiu disputar a reeleição. “O doutor Enil fez o compromisso para que o doutor Flávio Buonaduce fosse o próximo candidato. Um certo dia confirmou que seria candidato e não iria apoiar Flávio Buonaduce.”
 
Em entrevista exclusiva, Antônio Carlos desabafou que tem sido “difícil” exercer o mandato de vice-presidente da Ordem, pois tem sofrido “exclusão velada” das reuniões e tomadas de decisões encabeças por Enil Henrique. “Está sendo muito difícil a condução hoje da diretoria. A partir do momento em que declarei apoio ao doutor Flávio, passei por algumas situações complicadas na instituição”, declarou.
 
Antônio Carlos denunciou que não tem recebido informações sobre gastos com a instituição e citou como exemplo os custos das olimpíadas nacionais realizadas em agosto pela seccional goiana. “Nós temos as Olimpíadas que custaram para a instituição aproximadamente R$ 500 mil. Eu não tenho informação se os patrocínios vieram a ponto de assumir todas as despesas. E não é falta de solicitar essas informações. Infelizmente, eu não recebo esses dados”, disse.  
 
Ao AR, o vice-presidente da Ordem voltou a criticar o oposicionista Lúcio Flávio de Paiva e reafirmou que o advogado nunca compareceu a uma sessão da OAB-GO. “Em nove anos que estou como conselheiro da OAB, Lúcio Flávio nunca esteve em nenhuma sessão da Ordem, em nenhuma comissão da OAB. Nunca esteve em nenhuma reunião e agora emerge como salvador da pátria.”
 
 

(Foto: Mônica Parreira/A Redação)
 
Confira a íntegra da entrevista:
 
Jornal A Redação: O senhor é vice-presidente. Por que decidiu não apoiar o atual presidente, Enil Henrique?
Antônio Carlos Monteiro da Silva: O doutor Enil me assegurou e assegurou a todos os conselheiros do interior que seria apenas restrito ao mandato tampão. Foi um dos motivos que fez com que eu votasse nele. O doutor Enil fez o compromisso para que o doutor Flávio Buonaduce fosse o próximo candidato a presidente pela OAB Forte. Veio a eleição para vice-presidente, porque o doutor Sebastião Macalé renunciou, e eu não era candidato na época. Nunca houve na história da OAB Goiás um diretor do interior. Eu coloquei meu nome e houve uma resistência muito grande por parte do presidente Enil.
 
AR: Como foi essa resistência?
Ele afirmava na época que advogado do interior não tinha tempo de se dedicar à instituição. E não é o que se apresenta até o momento. Eu insisti e pedi para que ele abraçasse a minha candidatura. Ele recusou e lançou como candidato o doutor Alexandre Prudente para concorrer. Nós fomos vitoriosos com o apoio do doutor Flávio e do grupo da OAB Forte. Mas ali já houve uma ruptura em relação ao grupo do Enil e o da OAB Forte. Nós entendíamos que tínhamos que ocupar esse espaço e estamos ocupando.
 
AR: Quando o senhor decidiu romper com o presidente Enil?
Bom, com o passar do tempo eu fui percebendo que o presidente estava fascinado pelo poder. Ou seja, ele estava tentando ser candidato para a reeleição. Até um certo momento, estive com ele, participei com ele, mas ele não expressava que seria candidato. Tanto que em todas as entrevistas ele dizia que não era. Até um certo dia em confirmou que seria candidato e não iria apoiar Flávio Buonaduce. 
 
AR: Como foi exercer mandato de vice-presidente junto a Enil?
O que mais me afastou do presidente foi que, infelizmente, ele começou a querer negociar algumas coisas. Por exemplo, ficou demorando iniciar a obra da sede de Rio Verde. Paralisou a obra de Jataí. E eu entendi que era para que ele prendesse apoio de alguns advogados do interior e conselheiros da nossa região.
 
AR: Seria para negociar o apoio?
Eu não sei se seria isso. Eu não tenho nada contra o Enil, mas infelizmente tem alguns tem procedimentos que eu não posso admitir. E foi a partir daí que eu fiz a ruptura e me posicionei. A minha preferência é o doutor Flávio Buonaduce Borges, porque ele é o advogado que representa a OAB Forte. O presidente não anunciava que seria candidato, então eu fiz a minha opção e me posicionei. Sou e serei até o final cabo eleitoral do doutor Flávio Buonaduce Borges. 
 
 

(Foto: Mônica Parreira/A Redação)
 
AR: O senhor vai ocupar alguma vaga de diretoria na chapa?
Eu não tenho a intenção, mas cogitam a hipótese de que eu seja o candidato a vice do Flávio. Nós nunca tivemos nenhuma conversa nesse sentido e nenhuma promessa por parte dele. Ele está liberado para fazer a equipe dele. Eu confio no projeto da OAB Forte, que sempre foi um projeto voltado para a advocacia de Goiás, um projeto de construção, de defesa de prorrogativas de advogados, um projeto que realmente atende a advocacia de Goiás. É esse o meu posicionamento. 
 
AR: O senhor participou integralmente deste mandato tampão ou o senhor sofreu alguma resistência lá dentro?
Está sendo muito difícil a condução hoje da diretoria. Recentemente, houve um colégio de presidentes e eu nem fui consultado para representar o presidente. Ele encaminhou a doutora Márcia Queiroz (diretora tesoureira) para que ela representasse a presidência. Regimentalmente, o vice-presidente precisa ao menos ser consultado. Eu não fui. A partir do momento em que declarei apoio ao doutor Flávio, passei por algumas situações complicadas na instituição.
 
AR: O senhor foi perseguido? 
Não diria perseguido. Como a nossa instituição é presidencialista, eu diria que minhas atribuições ficaram relegadas a segundo plano. Ele encaminha alguns presidentes de comissões para representar a seccional e nem consulta o vice-presidente. Eu não participo mais de reunião com diretoria. Nem o doutor Julio Meirelles, que é secretário-geral, também participa. A minha atribuição tornou de mero despachante, de assinar cheques, contratações e demissões de servidores. Começou uma forma velada de excluir as pessoas que não apoiam o presidente Enil. E posso te afirmar: hoje eu estou frequento mais a seccional do que todos os diretores que foram eleitos no mandato tampão. Hoje, estou mais dentro da instituição do que o próprio presidente.
 
AR: Como vice-presidente, o senhor viu alguma irregularidade neste mandato tampão, principalmente em relação a empréstimos?
Eu apenas questionei alguns critérios de escolha. Por exemplo, por que não constrói a sede de Rio Verde, mas constrói em outra cidade? Agora, é evidente que não podemos deixar de ficar indignados com algumas questões. Por exemplo, nós temos as Olimpíadas que custaram para a instituição aproximadamente R$ 500 mil. Eu não tenho informação se os patrocínios vieram a ponto de assumir todas as despesas. E não é falta de solicitar essas informações. Infelizmente, eu não recebo esses dados. 
 
AR: Mas isso não vai para o portal da transparência?
Está tendo uma seleção de alguém para alimentar esse portal da transparência, que está defasado. Infelizmente não está sendo estampado no portal da transparência.
 
 
(Foto: Mônica Parreira/A Redação)
 
AR: Como o senhor avalia o cenário com três candidatos hoje?
Eu acho que isso fortalece o processo democrático, porque todos querem participar de alguma forma. Eu parabenizo os três candidatos que estão aí, presidente Enil, o doutor Lúcio Flávio e o doutor Flávio Buonaduce.
 
AR: O senhor chegou a dizer certa vez que Lúcio Flávio nunca teria frequentado as sessões da OAB em Goiás.
Inclusive, quero reiterar essa informação. Muitos me criticaram pelo fato de ter revelado que o doutor Lúcio Flávio, em nove anos que estou como conselheiro da OAB, nunca esteve em nenhuma sessão da Ordem, de nenhuma comissão da OAB. Nunca esteve em nenhuma reunião e agora emerge como salvador da pátria. Eu reafirmo isso. Ele critica a instituição sem saber e sem apresentar propostas.
 
AR: Quais são as características que credenciam Flávio Buonaduce a receber seu apoio?
Ele é um advogado na concepção da palavra. Além de ser um excelente professor, um estudioso no processo civil, tem uma cadeira na Universidade Federal e ele tem serviços prestados à instituição. É humilde, não promete aquilo que não pode cumprir. É uma pessoa responsável, ético e, acima de tudo, conhece todos os problemas da instituição. Hoje, ele é o mais bem preparado. Ele está atualmente colhendo propostas da categoria.

Comentários

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  • 04.10.2015 11:31 João Carlos

    Doutor Antonio Carlos tem o meu respeito. É sério e não se deixa ser usado pelo presidente Enil.

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