Mônica Parreira e Yuri Lopes
Atualizada às 18h40
Goiânia - O secretário de Segurança Pública do Estado, Joaquim Mesquita, confirmou em entrevista coletiva nesta quarta-feira (15/10) que o homem detido na terça (14) está envolvido em pelo menos oito homicídios contra mulheres na capital goiana. Tiago Henrique, de 26 anos, passou a noite na Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH).
Nesta manhã, o suspeito passou por exame de corpo de delito. Familiares estiveram na delegacia (foto ao lado), mas preferiram não falar com a imprensa. O advogado contratado por familiares, Tiago Huáscar, disse que o suspeito prestou depoimento durante a última noite, mas que não teve acesso ao conteúdo ainda. "Todo mundo tem direito de defesa, mesmo se tenha cometido alguma coisa errada. Estou aqui para garantir a integridade física dele", disse.
Segundo Joaquim Mesquita, as investigações envolvendo o homem detido já duram cerca de um mês. "Ele foi interrogado, confessou sua participação em alguns destes crimes, especificamente em relação aos casos de mulheres, e confessa também a sua participação em outros crimes", explicou. A suspeita é que o homem também tenha envolvimento com morte de moradores de rua.
Leia mais:
Marconi Perillo confirma prisão de suposto serial killer em Goiânia
Na residência onde morava, que fica no Conjunto Vera Cruz, a polícia encontrou objetos que podem reforçar a hipótese de que Tiago tenha de fato matado algumas pessoas. Placas, motocicleta e até uma arma de fogo teriam sido encontradas na residência do suspeito.

Tiago Henrique trabalha como vigilante em uma empresa goiana. O secretário, porém, não confirmou se a arma utilizada por ele nos crimes é proveniente de sua profissão.
Joaquim Mesquita encerrou dizendo que mais detalhes só serão divulgados assim que as equipes técnicas tenham a convicção de que a divulgação dessas informações não irão prejudicar o andamento das investigações.
Quem também concedeu entrevista coletiva nesta quarta-feira (15/10) foi o delegado geral da Polícia Civil, João Carlos Gorski.
"Acredito que ele seja um serial killer. No começo, ele matava aleatoriamente, mas depois ele passou a adotar um padrão. Nós nunca negamos a existência de um serial killer, mas também nunca confirmamos. São estratégias da polícia para dar andamento às investigações", comentou.
Entenda o caso
Em maio, mensagens de voz circularam por meio do WhatsApp alertando sobre a existência de um suposto assassino em série agindo em Goiânia. O áudio consistia em uma voz feminina falando sobre a ação de um serial killer. Apesar da semelhança dos crimes registrados até então na capital, a Polícia Civil chegou a descartar a hipótese dizendo que não passava de boatos.
Três meses depois, o governador Marconi Perillo (PSDB) convocou delegados do interior para auxiliarem as investigações em Goiânia. A força-tarefa reuniu cerca de 16 delegados além de agentes e escrivães.