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Cidades Para Pessoas

Estudiosa afirma que, com mudanças simples, Goiânia se tornaria sustentável

Natália Garcia percorreu o centro da capital | 25.05.14 - 09:34 Estudiosa afirma que, com mudanças simples, Goiânia se tornaria sustentável (Foto: reprodução/Youtube) Jornalista Natália Garcia percorre o mundo em busca de soluções e ideias para sustentabilidade das cidades

Lorena Lara

Goiânia -
"Escolhi ser jornalista porque gostava de ouvir e contar histórias", diz Natália Garcia, criadora do projeto Cidades Para Pessoas. Ela esteve em Goiânia na terça-feira (13/5), para apresentar as ideias que reuniu ao longo de suas viagens pelo mundo.

Paulista, ela conta que não tinha relação com os lugares públicos e espaços da cidade. "Até que eu comecei a andar de bicicleta e me apaixonei por São Paulo. Conheci lugares e pessoas novas", conta.

 
Goiânia 
A jornalista percorreu Goiânia por dois dias e apontou algumas de suas observações. "Vi os potenciais de Goiânia. Andei muito pelo Setor Sul, por aqueles espaços que passam pelas costas das casas. Esse é um percurso muito interessante de se fazer a pé, especialmente porque tem grafitti por toda a região", disse.

"Aquilo poderia ser uma galeria de arte a céu aberto e viria gente do mundo inteiro para ver, é uma coisa que não existe em nenhum outro lugar", ressaltou.

Ela ainda comentou sobre o centro da cidade e o acervo de art déco goianiense. "Passei pelo centro da cidade e vi um monte de prédios e art déco que estão escondidos pelo trânsito e por outros prédios que sobrepuseram sua arquitetura. Então existe um potencial arquitetônico e um potencial artístico muito grande", explicou Natália.

 "Mas Goiânia tem também um potencial que eu acho que é o mais importante, que é gente que conhece a cidade e que sabe o que quer para o lugar onde vive. Goiânia é a cidade onde eu mais vejo potencial", ressaltou a jornalista.

"Eu vi um grupo de pessoas apaixonadas por sua cidade, criando trabalhos e empregos para deixar um legado mais interessante, como é o caso de uma empresa chamada Sobre Urbana. Tem gente que conhece a cidade, que vê seus potenciais e que quer propor coisas para cá", ressalta.

Ela também afirma ainda que o maior problema da capital é a falta de escolhas para as pessoas. "Você não tem muitas escolhas de como vai se locomover, não tem escolhas de que tipo de prédios vão ser construídos na cidade, não tem muitas escolhas de como o orçamento público vai ser gasto. Essas escolhas não existem para as pessoas", diz Natália. 

"Talvez se as pessoas tivessem mais chance de escolher, tendo elas clareza do que querem para a sua cidade, a gente pudesse ter um sistema de gestão mais interessante para Goiânia", explica a jornalista.
 

(Foto: reprodução/ Facebook)

Ciclovias
Durante sua visita  por Goiânia, Natália também percorreu a Avenida Universitária, antiga Rua 10. "Eu pedalei pela ciclovia da 10 e para mim está bem claro que ela não foi feita por alguém que pedala, porque ela é uma linha reta do começo ao fim, sem lugares para virar", criticou. "Se você quiser virar, vai ter que atravessar a rua, o que nem sempre é fácil ali na 10, porque tem poucas faixas de pedestre", diz a jornalista.

Ela também pontua que a ciclovia é isolada e desconectada do resto da cidade. "Ela é pensada numa linha reta, não é uma estrutura cicloviária espalhada pela cidade e não tem uma continuidade de percursos que o ciclista possa percorrer", ressalta, e afirma que uma malha cicloviária não é difícil de ser implantada na cidade. "Goiânia é uma cidade plana, e num raio de cinco quilômetros você talvez consiga fazer tudo o que precisa. Cinco quilômetros é o raio ideal para um ciclista", explica Natália.

"O que falta é uma cultura de compartilhamento das vias. Talvez ter infraestrutura não seja a coisa fundamental, mas as pessoas precisam entender que a bicicleta é um veículo, tem o direito de estar na rua e tem que ser cuidado pelos carros e também pela lei", reforça.

(Foto: reprodução/ Facebook)

O projeto
O Cidades Para Pessoas é um projeto que mapeia problemas e potenciais das cidades. Criando conteúdo e visitando diferentes locais do mundo, a ideia é focar no planejamento urbano e suas soluções clássicas e em novas ideias e paradigmas das cidades do futuro.
 

Natália percorreu doze cidades e conversou com especialistas em todo o mundo. 

Copenhague, Amsterdam, Londres, Paris, Friburgo, Estrasburgo, Lyon, Barcelona, São Francisco, Portland, Cidade do México e Nova Iorque foram os destinos visitados, onde assuntos como mobilidade, gestão dos rios e agricultura urbana foram questionados e estudados. E a grande missão do estudo é fazer conexões entre os setores que moldam as cidades para buscar formas de melhorar a vida das pessoas.
 


Comentários

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  • 27.05.2014 21:44 Salvio Juliano Farias

    Muito interessante o olhar dessa jornalista. Seu projeto, sua boa vontade, seu olhar e, sobretudo, suas ações em busca de lugares mais humanos deveriam contagiar a todos nós.

  • 25.05.2014 17:09 vip

    Excelente reportagem, exatamente que Goiânia precisa é de planejamento verde. Onde o transporte coletivo, a estrutura original do centro e sul e o jardins devem mandar. Sociedade vamos acordar, o mundo tá acabando e o tempo também..vamos mudar a nossa história.

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