Entre os mais influentes da web em Goiás pelo 12º ano seguido. Confira nossos prêmios.

Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351

ENTREVISTA EXCLUSIVA

"Eu existo através dos meus desenhos", diz goiano Marcelo Solá

Conheça a história do artista | 17.02.17 - 16:26 "Eu existo através dos meus desenhos", diz goiano Marcelo Solá Marcelo Solá (Foto: Renato Conde / A Redação)
Lucas Cássio
 
Goiânia - Contemporâneo e carismático, o artista plástico goiano Marcelo Solá pode ser definido como um poeta visual. Solá, que é um dos representantes do movimento da arte contemporânea em Goiás, recebeu nossa equipe em seu apartamento, em Goiânia, para uma conversa descontraída sobre sua carreira e sobre o mercado artístico goiano. O local se confunde com uma verdadeira galeria de artes, onde as obras de Solá se misturam com as de outros artistas, que também são referências no cenário da arte. 
 

(Imagens: Renato Conde - A Redação) 
 
“Eu existo através dos meus desenhos”, afirmou Solá, que vive 100% da arte e para arte. Ele contou que seu dom foi despertado ainda quando criança e no decorrer do tempo a sua carreira foi sendo consolidada. “A criança se comunica com o desenho antes de começar a escrever. No meu caso, eu aprendi a escrever, mas continuei desenhando”, disse.  
 
Com obras que dialogam com a arquitetura e engenharia, Solá contou que se inspira no cotidiano para criar suas obras. “Eu gosto de arquitetura, de poesia, de cinema. E tudo isso vai aparecer no meu trabalho de uma forma ou de outra. Mas a minha referência é estar vivo, é o dia a dia, o cotidiano”, ressaltou.
 

(Foto: Renato Conde - A Redação)
 
Solá, que teve como referência outros artistas goianos, como Siron Franco, afirmou que o sucesso nunca será de imediato. “Não é uma coisa que acontece em um, dois ou três anos. É uma coisa que acontece em 10 anos. Vejo muitos artistas preocupados em venda, mas que esquecem da consistência do trabalho”, ressaltou. 
 
Confira a entrevista na íntegra:
 
Jornal A Redação - Quando você decidiu entrar nesse universo da arte?
Solá - Desde de criança. Eu fui uma criança que gostava muito de desenho e até hoje eu gosto. Tem um momento na alfabetização que somos forçados a trocar o desenho pela escrita, porque a criança se comunica com o desenho antes de começar a escrever. No meu caso, eu aprendi a escrever, mas continuei desenhado. Quando eu vi a coisa já estava consolidada.
 
AR - Você se considera autodidata?
Solá - Acho que não tem essa coisa de autodidata. A gente aprende com alguém. As formas são amplas. Eu frequentei ateliê de alguns artistas que eu gosto muito. Na minha época, eu gostava muito do Siron Franco, Fernando Costa Filho, que são algumas das minhas referências aqui em Goiás. Desde moleque eu sempre me interessei pelos trabalhos deles e cheguei a frequentar os ateliês. Dessa forma a gente aprende alguma coisa. 
 
AR - Sua vida profissional é dedicada exclusivamente à arte?
Solá - Sim, eu vivo 100% da arte. Eu falo que quando eu estou dormindo eu fico sonhando, e quando estou acordado fico pensando na próxima exposição. A minha forma de comunicar é com os meus desenhos. Eu existo através dos meus desenhos. 
 
AR - Qual a inspiração para fazer suas obras?
Solá - Eu seria um arquiteto se não fosse artista plástico. Eu gosto muito de arquitetura, de poesia, de cinema. E tudo isso vai aparecer no meu trabalho de uma forma ou de outra. Mas a minha referência é estar vivo, é o dia a dia, o cotidiano. Tudo isso é inspiração.
 
AR - Como você avalia o mercado das artes plásticas em Goiás?
Solá - Nos anos 80 e 90 Goiânia contava com várias galerias de arte. Hoje não tem uma grande galeria, mas o mercado está muito mais interessante do que há 10 anos. O público goiano está consumindo e vendo mais. Os artistas de Goiânia estão saindo mais, a arte goiana é bastante vista fora do circuito daqui. 
 

(Foto: Renato Conde - A Redação)
 
AR - O que deve ser feito para fomentar ainda mais esse mercado?
Solá - Os museus de arte de Goiânia deveriam ser mais apoiados. Em muitos faltam até materiais de limpeza. Não têm estrutura mínima para funcionar e quando funcionam, é na raça. Esses museus funcionam como criador do novo público. Então o museu precisa funcionar bem para criar um novo público que vai ver e discutir a arte. 
 
AR - O que um artista precisa fazer para se destacar no mercado?
Solá - É preciso desenvolver uma linguagem própria. Se preocupar primeiro com seu trabalho e, quando ele estiver um corpo formando, ele vai ser absorvido. Em determinado momento alguém vai ver as obras e o artista vai começar a circular pelo circuito brasileiro de arte contemporânea. Não é uma coisa que acontece em um, dois ou três anos. É uma coisa que acontece em 10 anos. Vejo muitos artistas hoje preocupados em venda, mas esquece da consistência do trabalho. 
 
AR - Tem alguma exposição prevista para este ano?
Solá - Sim, mas ainda não acertei datas. Esse vai ser um ano muito movimentado. Começo agora em abril com a SP Arte, que é a maior feira de arte da América Latina.  
 
AR - Nesse tempo de carreira, tem algum trabalho que você considera ser mais especial?
Solá - Entre várias, a Bienal de São Paulo que eu participei em 2005 foi uma das mais importantes. Foi através dela que meu trabalho deu um salto. Eu penso que a Bienal é a mostra mais importante de arte da América Latina. O mundo inteiro vem e você é visto por milhares de pessoas. 
    
 

Comentários

Clique aqui para comentar
Nome: E-mail: Mensagem:
Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351