Entre os mais influentes da web em Goiás pelo 12º ano seguido. Confira nossos prêmios.
Jornalista, produtor cultural e mestre em Comunicação pela UFG / pablokossa@bol.com.br
O Campeonato Goiano estava terminando da forma como começou: deprimente. Um modorrento zero a zero, placar igual do primeiro jogo da decisão, ia sepultando um torneio sem brilho, no qual a mediocridade e a falta de público foram os grandes destaques em todas as rodadas. Mas o acaso estava ali para mostrar sua cara e transformar um Goianão esquecível em algo memorável.
O último cruzamento do jogo e bola na cabeça do jogador atleticano que parou no fundo da rede esmeraldina mudou tudo. O gol de Lino deu dimensão histórica e épica àquele Goiás x Atlético. Não tenho dúvidas de que os rubro-negros se lembrarão desse jogo por vários e vários anos. A carga dramática estava ali presente. Essa partida será sempre especial para a torcida do Dragão.
A campanha infinitamente superior do adversário ao longo do torneio dava o favoritismo ao Goiás. Contudo, a finalíssima não estava sendo justa para com o que o time campineiro produzia em campo. Gol legítimo anulado, bola na trave, pênalti defendido pelo goleiro Márcio e o gol redentor quando a torcida verde, em ampla e inconteste maioria, já gritava “tricampeão”. Todos elementos de um épico estão presentes. Essa partida entra para a história do Atlético assim como a virada de 5x3 do Vila Nova em cima do Goiás é parte dos grandes feitos do time colorado.
E, na boa, é por esses casos de surpresa que o futebol é o esporte apaixonante que é. A regularidade de uma equipe ao longo do torneio pode ter sido em vão por conta de um escanteio bem batido na cabeça de um zagueiro. O acaso pode agir em algo que era considerado certo – no caso, o troféu de 2014 ir para a Serrinha.
O imponderável dar as caras está dentre as possibilidades de um jogo e, por isso, mesmo sabendo que seu time é mais fraco você ainda assiste o jogo. É por isso que mesmo sabendo que seu time é mais forte você fica com aquele friozinho na barriga até o momento em que o juiz apita o final da partida em decisões. Tudo pode acontecer durante os 90 minutos de bola rolando. A boa, velha e batida caixinha de surpresas.
Guardadas as devidas proporções, Lino agora é o Rondinelli (que, veja você, coincidentemente encerrou sua carreira jogando pelo Goiânia e, logo após, no Goiás em 1983) do Atlético Goianiense.
Parabéns ao Dragão pelo título!