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Eleno Mendonça
Eleno Mendonça

Jornalista, consultor de imagem e diretor da Eastside23 Comunicação Corporativa / elenomendonca@uol.com.br

Entender a economia

O silêncio e a economia

| 30.08.19 - 09:41
Goiânia - As coisas infelizmente não caminham como se esperava para os lados da economia. O soluço do PIB de 0,4% é muito, muito pouco para um país que tem um desemprego nas proporções do Brasil. Esperava-se muito, muito mais do novo presidente e de seu governo. É preciso que se diga que já se passaram 8 meses de governo, quase um ano. Mas, em vez de medidas concretas, bravatas. Isso tem afetado muito a situação geral do País e a própria imagem do presidente Jair Bolsonaro. Os constantes tropeços em suas falas, que beiram a insensatez, não garantem a ele agregar nenhum ponto a mais em popularidade. Ao contrário, as pessoas que o apoiavam estão desembarcando. Saem das linhas de apoio ao governo e ficam à margem da estrada à espera de uma nova condução. Ao certo, ninguém sabe muito quais serão as opções, mas já ouvi pessoas dizerem que seja o que for não poderá ser pior.
 
Esse, aliás, era o pensamento da maioria que conduziu Jair Bolsonaro ao poder. As pessoas não o escolheram, votaram nele para fugir de um risco que era representado pelo PT, enrolado em corrupção, desacreditado e que tinha um projeto de poder para se eternizar em Brasília. Mas Bolsonaro se contenta com os apoios de sempre. Haverá, também sempre, uma casta de pessoas que baterão palma para tudo o que ele fizer, mas a maioria, e é essa parcela que elege ou não alguém, está insatisfeita, desconfiada, absolutamente desmotivada. Ele, se quer renovar seu mandato, precisa abrir os olhos, parar de falar coisas sem noção, agir de forma polida e politicamente correta. Não pode atacar a esposa de um presidente, nem ficar jogando para a torcida no campo político falando mal de Dória e Huck, ou colocando Moro em descrédito. A política do morde e assopra é horrível, ultrapassada e não garante ninguém em segundo mandato.
 
Um presidente precisa, acima de tudo, ser coerente e passar confiança. Um presidente precisa agir como um estadista. A partir de suas falas é que as pessoas terão a certeza de que investir no país é um negócio bom e seguro. Vejam o exemplo das derrapadas no meio ambiente. Por falta de tato e por falar demais, a agricultura e setores adjacentes, como produtores de couro, carne, irão assistir à queda das exportações. Prejuízos enormes e desnecessários, investimentos pesados terão de ser feitos para reconquistar mercado e desfazer os males à imagem do Brasil nessa área. No entanto, o que vemos é uma pessoa que atira para todo lado e que infelizmente perde oportunidades. Outro dia falei com um empresário muito importante. Ele me disse que o temor é que, acuado por algum motivo, o presidente adote alguma medida imediata e de conserto muito complicado no futuro e no rumo da história. Ou seja, o risco de num rompante agir sem medir consequências.
 
A economia subiu um pouco, gradativamente os empregos estão surgindo e devagar podemos ir conquistando novas marcas positivas. Bastaria que a área econômica agisse mais no sentido de destravar a economia hoje, bastaria que o presidente se recolhesse mais e deixasse que o mercado fizesse sua parte. Os empresários, com a taxa de juros extremamente baixa e com tendência a cair ainda mais, podem e devem partir para investimentos produtivos, para compras e aquisições. Só precisam de uma dose de confiança para isso. Está, portanto, nas mãos do presidente permitir que as coisas fluam de forma mais tranquila. Deixo ao final apenas um alerta: a situação doméstica, com todos os problemas, é ainda melhor que a área externa. Há riscos de crises envolvendo vários países, como Argentina, EUA e China, por exemplo. Isso é suficiente para arrolar todo mundo num péssimo desempenho. Se tivermos um quadro doméstico melhor sofremos menos. Nisso deveria pensar o governo.

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