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Eleno Mendonça
Eleno Mendonça

Jornalista, consultor de imagem e diretor da Eastside23 Comunicação Corporativa / elenomendonca@uol.com.br

Para entender a economia

Eu não teria estômago para ser presidente

| 02.04.19 - 11:32
São Paulo - Na semana passada eu e o Brasil assistimos entristecidos à disputa de vagas de trabalho em São Paulo por milhares de pessoas. Por várias vezes vi o teor de entrevistas que foram dadas aqui e acolá pelas pessoas da fila. Muitas passaram dois dias para pegar uma senha. A grande maioria está há mais de um ano sem nada, sem trabalhar, vivendo sabe Deus como. Eu fiquei vendo aquilo tudo e me vi entristecido com o que se fez do nosso País. Mais que isso: concluí que não poderia, em nenhum momento da vida, ser presidente ou ocupar um elevado cargo político. Como alguém pode ver tudo isso e ainda sorrir? Ainda seguir sua rotina de forma natural sabendo que, por seu poder e mobilidade, poderia dar ordens e tentar resolver isso de forma mais urgente?
 
O certo é que o povo está cabisbaixo, triste, sem ânimo. Entra numa fila como gado para pegar vagas de mil e poucos reais brutos. Topam fazer qualquer coisa, qualquer trabalho, qualquer condição. É preciso que o governo saiba disso. Saiba também que as pessoas estão se vestindo mal, comendo mal, sem condições mínimas de vida. É muito complicado ver tudo isso e saber-se impotente. Mas um presidente não. Se eu fosse Bolsonaro, daria um jeito. Em vez de ficar vendo redes sociais, escrevendo intrigas, dando asas às bobagens dos filhos, gastaria meu tempo em chamar uma reunião com todos os ministros e tentaria resolver isso o quanto antes.
 
Mas ao que tudo indica jogaram todas as expectativas na Previdência. Vale aqui um aviso: a Previdência é a solução, não é a panaceia para tudo. Falta de confiança também não faz voltar investimento. O governo precisa sorrir menos, fechar a cara e resolver os problemas, mostrar seriedade, ter planos para o futuro e dar ânimo a quem o elegeu.
 
Mas fica todo mundo batendo boca, brigando por protagonismos que nada levam de retorno para a nossa economia e população. O povo, senhor presidente, precisa demais de emprego, para ontem. Hoje sobrevivem sem médicos, sem dentistas, sem comprar sapato, uma camisa nova, sem ter uma perspectiva para oferecer aos filhos. Estamos vivendo com uma geração movida pela tristeza e sem futuro, que terá cada vez mais distante da pequena parcela mais favorecida da população. Não tem o menor cabimento manter esse estado de coisas sem nenhuma política ou intenção de solução.
 
A população vive mal, não tem casa, não tem saúde, não tem segurança, convive com bandidos. Falo isso em sua maioria. Poucos conseguem fugir desse cenário, muitos deixam o País desolados para viver noutras nações. É isso que queremos? Acho que não. E, repito, a aprovação da Previdência não será a solução para tudo. O Brasil precisa de muito, muito mais.
 

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