Goiânia - Os Auditores Fiscais do Trabalho estão cobrando do Governo Federal um acordo que foi realizado em março deste ano. Em troca da suspensão da greve legal da categoria o Governo apresentou uma proposta de reajuste salarial fruto de uma longa negociação iniciada em julho de 2015. O Governo atendeu parte da proposta da categoria que já estava cansada de tanta luta.
Mas o reajuste negociado e prometido não saiu até a presente data. Algumas categorias já foram atendidas pelo novo governo. A demora no atendimento da Auditoria Fiscal do Trabalho não está sendo tolerada pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais _ SINAIT que realizou uma Assembléia Geral Nacional para consultar os auditores que decidiram pela greve geral a partir do dia 02 de agosto próximo.
Atualmente sob orientação do Comando Nacional de Mobilização do SINAIT os auditores fiscais do trabalho de todo o país estão realizando operações padrão, no sentido de fazer ver aos trabalhadores e à população a necessidade do combate às inúmeras irregularidades que são cometidas contra os trabalhadores e muitas vezes colocando suas vidas em risco.
No dia 27/7 foi realizada uma fiscalização no Aeroporto Santa Genoveva, de Goiânia, com a presença de 20 auditores fiscais do trabalho que verificaram a situação empregatícia dos trabalhadores que ali laboram, como também dos aeronautas e dos aeroviários. Foram flagrados: descumprimento de jornada, alimentação inadequada dos aeronautas, falta de realização de exames médicos periódicos e irregularidades em relação aos tanques de combustíveis em desacordo com a Norma regulamentadora nº 20. A fiscalização continua. Os auditores estão analisando a documentação apresentada pelas empresas para verificar a necessidade de lavratura de autos de Infrações e emitirem um relatório.
A Vila Olímpica no Rio de Janeiro também foi fiscalizada ontem pelos auditores do trabalho que verificaram uma série de irregularidades trabalhistas como a falta de registro de 630 empregados, muitos deles em jornada exaustiva, trabalhando até 23 horas, ou seja, entrada às 07 horas e saída às 06 horas. O valor da multa é de 500 reais por empregado o que somaria um valor de 315 mil reais.
No Espírito Santo a fiscalização está verificando o trabalho dos portuários, Na Bahia, em Rondônia em São Paulo, no Mato Grosso e em vários outros Estados está havendo fiscalização do transporte rodoviário nas estradas, sobretudo para verificar a jornada do motorista de caminhão.
Enfim, a fiscalização está dando uma resposta ao governo, mas em breve irá parar e cruzar os braços, caso suas pretensões continuem sem atendimento. É uma pena porque quem perde é a população que é vítima de acidentes de trânsito com caminhões, cujos motoristas realizam jornadas exaustivas e perdem também aqueles trabalhadores que não tem os seus direitos respeitados.
Odessa Martins Arruda Florêncio
Presidente da Delegacia Sindical dos auditores Fiscais do Trabalho em Goiás.