Goiânia - O cordial encontro entre o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), a presidente Dilma Rousseff e o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), mereceu manchetes e análises de todos os tipos Brasil afora.
O fato político realmente mereceu destaque, especialmente em uma semana inflamável, que começou com os protestos contra o governo federal e a demissão-show do ministro Cid Gomes.
Apesar dos inevitáveis desgastes entre seus militantes mais radicais pela postura amistosa em um cenário reforçado pela segurança, os três, petistas e tucano, se beneficiaram muito do encontro.
Dilma encontrou a mão de Marconi estendida em seu momento mais difícil.
Marconi ocupa espaço próximo a Dilma, em um momento em que Lula não aparece para defendê-la. Isso lhe será valioso na pavimentação de uma pré-candidatura nacional nas eleições de 2018. Dilma não atacaria quem lhe afagou em tempos difíceis. Pelo menos em tese.
Paulo Garcia ganha a grande obra que vai marcar seu mandato. A quinta-feira no Paço pode ser o divisor de águas que faltava para que o petista traga boas notícias para o morador da capital.
No caso de Marconi, é equivocada a percepção de que ele estaria pavimentando uma saída do PSDB para uma candidatura presidencial no PSD apoiada por Dilma.
O governador goiano aparece como um dos líderes nacionais do PSDB e começa a incomodar cardeais de estados tradicionais. Afinal, foi ele que denunciou o mensalão, é o único no PSDB que chamou Lula de canalha e venceu cinco eleições majoritárias contra o PT. Se o objetivo é atropelar tucanos paulistas e mineiros, o goiano saiu na frente.
Mas quem mais ganhou mesmo foi Goiânia. Finalmente a cidade foi contemplada com uma grande obra de mobilidade urbana, que vai fazer muita gente chegar mais cedo em casa. E para ninguém falar que não trouxe boas notícias a Goiás, Dilma disse que entrega o novo aeroporto de Goiânia em novembro. Por Santa Genoveva.
*João Unes é jornalista e advogado