Goiânia - O badalado e polêmico filme “Ninfomaníaca” de Lars Von Trier entrou em cartaz dia 10 de janeiro no Brasil e com ele levantou um burburinho sobre o tema Ninfomania.
Muita gente acredita que deve ser incrível uma mulher ser ninfomaníaca, pois ela vai querer transar o tempo inteiro. Muitos homens e mulheres acham que ficar eternamente excitada é um sonho de consumo. Mas, a ninfomania vai para muito além do sexo, é doença. Transar compulsivamente não traz prazer. E, geralmente há uma história triste por trás desse tesão eterno.
Qual seria então a quantidade “normal” de sexo? Definir o que é excessivo no desejo e no comportamento sexual é um dos dilemas da psicologia da sexualidade. Saiba que a questão não é a frequência, mas sim o prejuízo que causa na vida da pessoa, em sua rotina e em seus relacionamentos afetivos, e sua capacidade de produzir sofrimento.
Outro ponto são as atividades sexuais serem impulsivas e inconsequentes, o que acarreta no não uso de preservativo, por exemplo. Deixando a pessoa mais exposta a doenças sexualmente transmissíveis. A busca pelo sexo não passa pelo seu bem estar.
Assim, o transtorno de desejo sexual hiperativo, comumente conhecido por ninfomania, no caso das mulheres, não é sobre gostar de sexo, não é sobre gostar muito de sexo. Aqui a mulher se torna escrava de seus próprios desejos. Ela busca por diversas parcerias sexuais e não consegue se satisfazer. E tem, ao fim, culpa. Veja que no filme, a narrativa de diversas aventuras sexuais são repletas de sofrimento.
É preciso muito cuidado ao diagnosticar uma mulher como ninfomaníaca. Ainda há tabus e preconceitos em torno da vida sexual da mulher. A doença é diferente da mulher gostar de sexo e ponto! E sim, mulher pode gostar (e muito!) de sexo. Ela simplesmente querer mais sexo que o(a) companheiro(a) não a torna ninfomaníaca.
Até quando basta? Até onde basta? Vamos aguardar a segunda parte do filme.
Agora, caso você tenha se identificado com a protagonista do filme, ou seja, a vontade excessiva de sexo atrapalhar a sua vida e causa sofrimento a você, procure ajuda de um especialista em sexualidade humana. Busque por qualidade de vida e tenha uma boa saúde sexual.
*Carolina Freitas é mestre em psicologia, sexóloga e especialista em Educação Sexual.