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Ricardo Naves Rosa

Show de Paul foi uma aula de áudio

Som bom não precisa ser som estridente | 07.05.13 - 18:50
 
Goiânia - Era grande a expectativa para saber se tudo sairia bem no show da turnê Out There, de Paul McCartney, em Goiânia. Ainda mais depois das críticas que o show de Elton John recebeu no Estádio do Mineirão, em março deste ano. Felizmente, Goiás provou que pode receber eventos de grande porte, mesmo sem ter gastado milhões em reformas. 

Muito bem organizado, desde o trânsito, segurança, banheiros, bares, até a venda dos ingressos. Reuniu 40 mil pessoas, de todos os cantos do Brasil, e com um único pequeno aborrecimento. O da entrada um pouco tumultuada, mas que não apagou o brilho do concerto. Poderíamos muito bem receber jogos da copa do mundo de futebol. Mas esse assunto já é passado.
 
Em relação à infraestrutura, trazida pela equipe do ex-Beatle para o show, foi digna dos mega espetáculos mundiais, como já era esperado. Além das músicas que tanto queríamos escutar, como Helter Skelter, Day Tripper, Eleanor Rigby, dentre tantas outras, a iluminação, efeitos, imagens e até a pirotecnia deixaram todos boquiabertos. 

Sem falar também no carisma do cantor, que disse algumas palavras em português e expressões goianas como “trem bão”, e sua amizade com “Harold”, um dos milhares de louva-deus que invadiram o palco praticamente todo o show e que o cantor encarou com a maior naturalidade e bom-humor do mundo. Tudo isso fez com que o público fosse ao delírio.
 
Além de todos estes fatos teve um detalhe que me deixou extremamente surpreso. A qualidade do som. Mas já não era de se esperar que um show deste porte tivesse muita qualidade? Sim, era. Só que foi um espetáculo a parte a aula de áudio, que serve para diversos técnicos do ramo. 

Na primeira impressão achei que o som estava baixo, não por causa do volume em si, e sim por que era possível conversar sem ter que gritar. Em qualquer canto do estádio Serra Dourada podia-se ouvir as músicas com o mesmo volume, clareza e definição. Não é à toa que é recomendada uma quantidade de decibéis máxima para proteger à audição. O excesso pode causar danos irreversíveis e com certeza esse limite foi respeitado sem comprometer o espetáculo.
 
Essa foi a maior prova de que qualidade continua sendo diferente de quantidade. Tanto que a primeira regra que se aprende em um curso de áudio é: quanto menos mais. Não medi os decibéis para comprovar o que estou relatando, mas agradeço por meus ouvidos não estarem com um zumbido após o show. E que venham os Rolling Stones e vários outros mega espetáculos. Goiás os espera de braços abertos.
 
*Ricardo Naves Rosa é Engenheiro Civil e Técnico de áudio formado pela CAM.

Comentários

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  • 11.05.2013 14:53 Jales Naves

    O show do cantor, compositor e baixista Paul McCartney foi especial em todos os sentidos. Em termos de organização, disciplina, interação com o público e quanto ao som, de altíssima qualidade, permitindo a todos ouvir, cantar e participar. Foi a primeira vez, em Goiás, que assisti a um espetáculo musical como esse. A observação do engenheiro Ricardo Naves é importante para que, a partir de agora, todos se preocupe com esse detalhe, a qualidade do som, que é fundamental. Parabéns.

  • 07.05.2013 19:27 Gustavo Balduino - Chal

    Tá passando da hora dos Brasileiros, não digo os técnicos, que em sua maioria conhecem essas regras, mas dos músicos envolvidos e principalmente da produção desses músicos perceberem esse notável esquema de preservação da qualidade. Muito bom o artigo!

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