Entre os mais influentes da web em Goiás pelo 12º ano seguido. Confira nossos prêmios.

Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351

Alano Queiroz

A gestão pública deve ser mais eficiente com os cuidados bucais

| 26.03.24 - 10:04
A saúde bucal é um pilar essencial da saúde pública, e os números alarmantes relacionados à cárie em crianças, adultos desdentados e câncer bucal exigem uma reflexão profunda sobre a eficácia das políticas públicas nessa área. Como cidadãos, temos o dever de analisar criticamente a atuação do governo e exigir melhorias concretas.
 
De acordo com a Pesquisa Nacional sobre Saúde Bucal em Crianças, a prevalência de cárie nos dentes decíduos (dentes de leite) é de 36%. Essa taxa alarmante destaca a urgência de intervenção e a necessidade de medidas preventivas eficazes.
 
Os números mostram também que, no Brasil, 34 milhões de brasileiros adultos, com mais de 18 anos já perderam 13 ou mais dentes, e outros 14 milhões vivem sem nenhum dente, após perdas ao longo da vida. A  situação é preocupante e está relacionada a desigualdades sociais, falta de acesso a cuidados odontológicos e efeitos cumulativos de doenças bucais.
 
A gestão pública da saúde bucal no Brasil enfrenta desafios significativos que exigem ações coordenadas e estratégicas. Os dados apontam para uma situação preocupante: uma grande parcela da população sofre com problemas dentários graves, que não só afetam a saúde bucal, mas também têm implicações significativas na qualidade de vida e no bem-estar geral.
 
A eficiência na gestão pública é crucial para reverter esse cenário. Isso implica não apenas em aumentar o acesso aos serviços odontológicos, mas também em garantir a qualidade desses serviços. As estratégias devem ser abrangentes, incluindo programas de prevenção, tratamento, educação para a saúde bucal, e políticas públicas que visem à redução das desigualdades sociais e ao acesso universal aos cuidados odontológicos.
 
Investimentos em tecnologia e capacitação profissional são essenciais para a modernização dos serviços de saúde bucal. A implementação de prontuários eletrônicos, por exemplo, pode melhorar a eficiência do atendimento, permitindo um acompanhamento mais eficaz do histórico do paciente e facilitando a gestão de informações para a tomada de decisão baseada em evidências.
 
Além disso, é fundamental que haja uma integração entre as políticas de saúde bucal e as políticas sociais, educacionais e econômicas. A promoção da saúde bucal deve ser vista como parte de um contexto mais amplo que inclui a luta contra a pobreza, a melhoria da educação e a promoção de estilos de vida saudáveis.
 
O papel da sociedade civil é igualmente importante. A mobilização social e a participação cidadã são fundamentais para pressionar o governo a implementar e manter políticas públicas eficazes. O envolvimento de organizações não governamentais, associações profissionais e a comunidade em geral pode contribuir significativamente para a promoção da saúde bucal e o fortalecimento das políticas públicas.
 
Em conclusão, a gestão pública da saúde bucal deve ser encarada como uma prioridade, dada a sua importância fundamental para a saúde geral e a qualidade de vida. É necessário um esforço conjunto de todos os setores da sociedade para enfrentar os desafios existentes, implementar soluções inovadoras e garantir que todos os cidadãos tenham acesso a cuidados odontológicos de qualidade. Somente assim poderemos construir um futuro onde a saúde bucal seja um direito acessível a todos, contribuindo para a redução das desigualdades e para a promoção de uma sociedade mais saudável e justa.
 
*Alano Queiroz é médico ortopedista e presidente estadual do Partido Novo em Goiás

Comentários

Clique aqui para comentar
Nome: E-mail: Mensagem:
Envie sua sugestão de pauta, foto e vídeo
62 9.9850 - 6351