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José Abrão
Goiânia - O Sistema OCB/GO apresentou nesta sexta-feira (15/8) o Panorama do Cooperativismo Goiano no auditório do Edifício Goiás Cooperativo, no Jardim Goiás, em Goiânia. Os dados da pesquisa, desenvolvida em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG), revelaram que Goiás possui 666,4 mil cooperados, um aumento de 9,3% em 2024 em relação a 2023 (609,7 mil) e que o cooperativismo goiano impacta diretamente na vida de pelo menos 2,5 milhões de pessoas.
E este avanço tem sido veloz: em 2020, eram 301,2 mil cooperados, ou seja, o número mais que dobrou desde então. A expectativa é atingir a marca de 700 mil ainda em 2025. Entre todas as áreas atendidas pelo cooperativismo, o ramo de crédito se destaca, concentrando 5734,5 mil cooperados (86,1% do total). Em segundo lugar está o agro, com 49,9 mil cooperados (7,5%). Os cooperados pessoa física também são maioria: 74,4%, enquanto pessoa jurídica representam 25,6%. A maior parte dos cooperados estão na faixa etária entre 41 e 50 anos (32,3%), seguidos pelos entre 26 e 40 anos (30%). Em relação à escolaridade, a maioria possui ensino médio completo (79,8%).
Luís Alberto Pereira (José Abrão/A Redação)
"São dados pujantes que nós mostramos aqui. Nós colocamos na economia de Goiás R$ 1,5 bilhão só em sobras das cooperativas e já temos quase 700 mil cooperados. Isso significa confiança que as pessoas têm de investirem nas cooperativas, um modelo que se prova altamente confiável", afirmou o presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira.
Carlos Eduardo Matos (Foto: José Abrão/A Redação)
O coordenador de cooperativismo e negócios da OCB/GO, Carlos Eduardo Matos, explicou como a pesquisa é feita: "Nós entramos em contato com as cooperativas no início do ano por meio do Anuário das Cooperativas, que é uma publicação nacional, e através do sistema fazemos a coleta de dados econômicos e financeiros e a área de cooperativismo e negócios responsável por essa coleta. Os números são surpreendentes. A gente percebe um avanço muito grande de cooperados, empregados e no número de faturamento", pontuou.
Rentabilidade e impacto na economia
Outro dado importante é em relação à renda. Empreender ou trabalhar de forma autônoma apresentou um retorno acima da média segundo o levantamento da UFG. A renda média de um cooperados em 2023 era de R$ 8,7 mil mensais enquanto a renda dos autônomos não cooperados foi de R$ 3,9 mil.
Segundo o levantamento, as cooperativas goianas, juntas, faturam R$ 31,2 bilhões, cerca de 10% do PIB do Estado. Já os ativos totais somado de todas elas (266 cooperativas) chegam a R$ 70,7 bilhões, o que seria 21% do PIB goiano.
Professor Mario Diaz (Foto: José Abrão/A Redação)
"O objetivo era mostrar a realidade das cooperativas no Estado de Goiás em 2024 e verificar se havia alguma vantagem em estar dentro do Sistema OCB/GO. Nosso resultado aponta que sim", disse o professor do Instituto de Matemática e Estatística da UFG, Mario Piscoya Diaz, um dos responsáveis pelo levantamento. Entre as vantagens, ele apresentou "tempo de sobrevivência das cooperativas, empregabilidade e rotatividade do emprego. isso é extremamente importante para o Estado, porque o cooperativismo também é uma forma de empreender. Se espera que com esses números se consiga incentivar mais este modelo de produção que acreditamos ser bastante mais justo", concluiu.
Palestra com ex-presidente do Banco dos Brics
O evento desta sexta ainda contou com a palestra “Brasil e o Mundo: A força do cooperativismo frente aos cenários econômicos” proferida por Marcos Troyjo, ex-presidente do Banco dos Brics que também é economista, cientista social e diplomata.
Marcos Troyjo (Foto: José Abrão/A Redação)
No atual cenário de incertezas e em pleno tarifaço de Donald Trump, Troyjo destacou a resiliência do cooperativismo em momentos de incerteza. "É melhor ter união, diminuir riscos, e o espírito cooperativo ajuda. Sem dúvida nenhuma, ter cooperativas atuando em diversos setores da economia, inclusive no de crédito, que é um facilitador de acesso ao capital, é uma das forças que o Brasil tem", afirmou.
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