Caroline Louise
Goiânia - O presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg), Rubens Fileti, criticou o pronunciamento do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre as novas medidas de ajuste fiscal do governo federal durante entrevista exclusiva ao jornal A Redação, nesta quinta-feira (28/11). Fileti classificou o discurso como “populista e provocativo”, apontando que ele gerou insegurança no setor empresarial.
Haddad anunciou na quarta-feira (27/11) a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Ele esclareceu que a medida não terá impacto sobre as contas públicas porque será bancada com a taxação extra de quem ganha mais de R$ 50 mil mensais.
Segundo Rubens Fileti, o pronunciamento careceu de clareza sobre a execução das medidas anunciadas, além de trazer impacto negativo imediato, como a queda da bolsa e a alta do dólar. “Muitos juristas falam que até R$ 5 mil o imposto de renda já existe em algumas isenções, então aquilo ali foi um anúncio para jogar para a torcida, para a população, sem nenhuma regra clara. O mercado, que realmente movimenta a economia do Brasil, ficou em completa incerteza. Isso desestimula investimentos nos próximos meses”, afirmou.
O presidente da Acieg também destacou que, ao focar no aumento de receita sem apresentar planos concretos para contenção de gastos ou reformas estruturais como a reforma administrativa, o governo federal optou por um discurso de apelo popular. “O que se esperava era um plano para conter gastos e dívidas. O que foi apresentado decepcionou tanto economistas quanto o setor produtivo”, frisou.
Entre os pontos mais criticados está o impacto da tributação sobre rendas mais altas e a falta de detalhamento de como as medidas serão implementadas. Para Fileti, essas ações podem gerar consequências graves, como retração de investimentos, aumento do desemprego e incertezas econômicas no longo prazo. "Decepcionante, a frase que a gente ouviu dentro da nossa diretoria, dos economistas, do mercado, a palavra seria decepcionante, é uma decepção o ministro da Fazenda ter esse tipo de posicionamento, mas nós acreditamos que isso pode mudar", completou.
Diante do cenário, a Acieg pretende intensificar as articulações junto à bancada federal e empresários associados, buscando alternativas que possam diminuir os impactos negativos das medidas anunciadas. “Estamos determinados a mostrar que esse tipo de posicionamento não leva ao crescimento do Brasil, mas sim a conflitos e dúvidas que prejudicam o mercado e a sociedade como um todo”, concluiu.