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Valor ideal deve ficar pela metade, prevê | 22.11.24 - 14:35
Henrique Meirelles (Foto: Arquivo/A Redação)João Unes
Goiânia - O pacote de corte de gastos que deve ser anunciado nos próximos dias pela equipe econômica do governo federal deveria chegar ao montante de R$ 60 bilhões, “para resolver de vez” o problema das contas públicas. Na avaliação do ex-ministro Henrique Meirelles, este montante seria suficiente para promover o ajuste fiscal necessário ao País.
“Vamos aguardar agora o tamanho desses cortes, porque isso é que será fundamental”, analisa Meirelles, que foi presidente do Banco Central e ministro da Fazenda. “Se for um corte de R$ 60 bilhões, estabiliza a política fiscal.”
No entanto, Meirelles vê dificuldades para o governo chegar ao valor considerado ideal. “Fala-se em um corte de R$ 30 bilhões nas contas do governo.”
O ex-presidente do Banco Central acredita que, caso o tamanho dos cortes fique pela metade do ideal, ainda assim traria benefícios à economia, mesmo que em caráter temporário.
“Um corte de R$ 30 bilhões nos gastos públicos é positivo, mas não resolve o problema”, calcula. “Vai ficar ainda coisa para fazer lá na frente.”
Em visita a Goiânia para lançar seu livro Calma Sob Pressão, Meirelles vê pontos positivos na condução da economia pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Acredito que o ministro está fazendo o melhor possível”, revela.
“Existe esta questão do corte de gastos, em meio a pressões do PT, dos ministérios, etc.”, afirma, em referência às resistências dentro e fora do governo contra o corte de gastos. Mas ele acredita que o corte vai prevalecer: “Fernando Haddad é o responsável por manter o equilíbrio fiscal. Ele está, digamos assim, em um equilíbrio entre estes lados opostos.”
Transição no BC
Sobre o momento de transição no comando do Banco Central do Brasil, no qual o presidente Roberto Campos Neto, indicado por Jair Bolsonaro, está prestes a passar a presidência para o diretor Gabriel Galípolo, indicado por Lula, Henrique Meirelles acredita em uma sucessão sem grandes turbulências: “É um momento de expectativa, né? Vamos aguardar o que o futuro presidente, Gabriel Galípolo, vai fazer.
“Espero, por tudo que ele está dizendo e fazendo como diretor, que ele vai seguir a linha técnica correta. E ele próprio disse que já tem luz verde do presidente Lula,” afirma. “Então a minha expectativa é que ele basicamente cumpra o que está dizendo.”
Sobre a cotação do real frente ao dólar e outras moedas, Meirelles acredita em uma estabilização. “Acho que o dólar deve ficar por aí onde está mesmo.”