A Redação
Goiânia - A campanha Novembro Laranja visa ampliar a conscientização sobre o zumbido, um sintoma frequentemente negligenciado, mas que tem se tornado cada vez mais comum entre os jovens. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1 bilhão de pessoas entre 12 e 35 anos estão em risco de perda auditiva devido ao uso inadequado de dispositivos de áudio e à exposição frequente a ruídos elevados. A OMS também prevê que, até 2050, aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo terão algum grau de deficiência auditiva.
Embora o zumbido seja geralmente associado ao envelhecimento, com sensações como chiados, apitos ou ruídos sem fonte externa, especialistas alertam para o aumento desse sintoma entre os mais jovens, especialmente devido a hábitos modernos, como o uso excessivo de fones de ouvido em volumes elevados.
A Dra. Pauliana Lamounier explica que esse desconforto auditivo não escolhe idade. “Ele pode surgir tanto em jovens quanto em adultos, sendo frequentemente associado a condições como problemas circulatórios, hipertensão e diabetes. No entanto, entre os jovens, o uso constante de fones de ouvido em volumes elevados e a exposição a ambientes ruidosos aumentam os riscos significativamente”, afirma.
Dra. Pauliana destaca ainda a importância de investigar o sintoma precocemente, pois ele pode estar relacionado a condições graves, como tumores no nervo auditivo. “Todo caso de desconforto auditivo deve ser investigado, e uma avaliação de imagem pode ser necessária para descartar problemas mais sérios”, alerta.
Outro ponto importante abordado pela especialista é a desmistificação da ideia de que esse sintoma não tem tratamento. Embora a cura completa nem sempre seja possível, o tratamento visa identificar e tratar a causa subjacente, uma vez que o zumbido não é uma doença em si, mas um sinal de que algo não está bem no organismo. “Muitos acreditam que o desconforto auditivo não tem cura, mas isso é um mito. Em muitos casos, é possível tratá-lo, e quando não há cura, o sintoma pode ser amenizado, permitindo que o paciente tenha uma vida mais tranquila. O diagnóstico precoce, especialmente para descartar condições graves, é essencial”, explica.
Cuidados com o uso de fones de ouvido e a exposição a ruídos
De acordo com a OMS, a exposição contínua a sons acima de 85 decibéis (dB) pode causar danos auditivos permanentes. Recomenda-se que o volume dos fones de ouvido não ultrapasse 60% da capacidade máxima do dispositivo e que o tempo de uso seja limitado. "Se outra pessoa ao lado consegue ouvir o som que sai dos fones de ouvido, é sinal de que o volume está além do limite seguro, aumentando o risco de desconforto auditivo", alerta Dra. Pauliana.