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Produto pode ser usado no combate a pestes | 05.09.23 - 12:41
(Foto: divulgação)A Redação
Goiânia – A tecnologia e a ciência têm sido cada vez mais aliadas do campo, e a prova disso é o acordo estabelecido entre Universidade Federal de Goiás (UFG) e TEIA Bioprodutos, uma startup incubada no Centro de Empreendedorismo e Incubação (CEI-UFG), localizado no Parque Tecnológico Samambaia (PTS/UFG), em Goiânia. O contrato celebrado trata da transferência de tecnologia não patenteada envolvendo cinco linhagens diferentes de fungos do gênero Metarhizium, conhecido por infectar insetos diversos, como, por exemplo, pragas em lavouras. Nesta modalidade, o objeto é cedido pela Universidade para que a empresa possa avaliar o seu potencial para o desenvolvimento de produtos inovadores.
Os fungos Metarhizium anisopliae IP 429, Metarhizium humberi IP 46, Metarhizium robertsii IP 34, Metarhizium blattodeae IP 414 e Metarhizium pemphigi IP 143 fazem parte da coleção de fungos entomopatogênicos do Laboratório de Patologia de Invertebrados (LPI), do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da UFG (IPTSP/UFG). Fungos desse gênero até podem ocorrer em qualquer lugar do mundo, porém foi no estado de Goiás que uma equipe de pesquisadores liderados pelo professor Wolf Christian Luz isolou tais linhagens, de solo ou de insetos mortos, pela primeira vez.
Agora, eles serão colocados à disposição da TEIA Bioprodutos, que realizará estudos no intuito de desenvolver produtos destinados ao controle biológico das cigarrinhas-das-pastagens, praga que ataca gramados, capins, relvas e culturas como a de milho, arroz e cana-de-açúcar. Segundo Lucas Ulhoa, que é egresso da UFG e sócio da empresa, já são comercializados defensivos agrícolas com fungos do mesmo gênero dos mantidos pela UFG, mas as linhagens testadas são inéditas no mercado. “Buscamos a parceria junto à Universidade para desenvolver formulações mais eficazes e com maior tempo de prateleira”, explica.
Ulhoa ressalta que a ideia é criar um produto com maior concentração de esporos e que possa ser apresentado também em forma sólida. Assim, os produtores rurais ganhariam em aspectos como armazenagem, logística e economia. “Formulações mais concentradas podem ser aplicadas em menor quantidade sem perda de eficácia, e a forma sólida do produto facilita o transporte e estocagem”, garante. O trabalho de pesquisa e desenvolvimento da formulação deverá levar cerca de um ano e atravessar as etapas de laboratório, estufa e campo. Entretanto, antes que o produto seja comercializado, será necessário obter o registro junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).