A Redação
Goiânia - O Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG) realiza, entre segunda (14/8) e sexta-feira (18/8), uma programação voltada a pacientes, familiares e trabalhadores do hospital, especialmente gestantes e lactantes, destacando a importância de continuar o aleitamento materno, mesmo após o retorno da licença-maternidade. A programação terá discussões de temas como os direitos das lactantes, mitos e verdades da amamentação e aspectos emocionais, além de oficinas de pega e posicionamento para amamentar e método canguru. As atividades serão realizadas na sala de aula da Maternidade, no 10º andar do Edifício de Internação. Para conferir mais detalhes, clique
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A ação faz parte da Semana Mundial do Aleitamento Materno (SMAM), que é uma campanha
internacional que ocorre simultaneamente em centenas de países no mês de agosto, desde 1992. A cada ano, a semana debate um aspecto importante do aleitamento materno. Nesta edição, de 2023, o tema é “Apoie a amamentação: faça a diferença para mães e pais que trabalham”.
A SMAM
Em 2023, o tema da Aliança Mundial para Ação de Aleitamento Materno (WABA), aborda a temática da mulher trabalhadora e tem os seguintes objetivos elencados: “informar as pessoas sobre as perspectivas dos pais trabalhadores com relação à amamentação e paternidade; fundamentar a licença remunerada e o suporte no local de trabalho com como ferramentas importantes para facilitar a amamentação; envolver as pessoas e organizações para melhorar a colaboração e o apoio à amamentação no trabalho; e conscientizar sobre ações de melhoria das condições de trabalho e apoio relevante ao aleitamento materno”.
Aleitamento Materno e Prematuros
O leite materno é um alimento tão rico para o recém-nascido, que é preconizado ser a nutrição exclusiva do bebê até os primeiros seis meses de idade, não havendo necessidade sequer de dar água ou chás, por exemplo. Oferece inúmeros benefícios fisiológicos, com adequadas quantidades de nutrientes e elementos que fortalecem a imunidade do bebê.
Além disso, o ato de mamar estimula o desenvolvimento motor, neurológico e afetivo do recém-nascido e o vínculo dele com a mãe. Já há evidências científicas de que, mesmo quando administrado pela mãe por via de sondas, nos casos em que o bebê não consegue sugar ou deglutir ainda, a evolução terapêutica e nutricional para o bebê é bastante significativa.
Fernanda Peixoto, médica neonatologista na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, aponta como a vulnerabilidade imposta ao bebê pela prematuridade pode ser contornada pelo aleitamento materno. “Como nas últimas semanas de gestação o sistema imunológico do bebê é formado com os anticorpos da mãe através da placenta, os prematuros não possuem essa proteção. Portanto, ele tem uma resposta imunológica fragilizada, mas esses anticorpos podem ser compensados pelo aleitamento materno.”
A profissional neonatologista ainda chama a atenção para o fato do leite materno fornecer substâncias de acordo com a idade gestacional do bebê, o que torna cada liquido único. Para o recém-nascido prematuro, o aleitamento se faz ainda mais importante. “O leite materno protege contra infecção, ajuda no sistema imunológico, protege do desenvolvimento de sequelas graves da prematuridade...”, enumera Fernanda.