A Redação
Goiânia - O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU/GO) publicou, nesta sexta-feira (17/12), uma nota que repudia a decisão dos proprietários de imóveis de proceder com a demolição da edificação que foi sede da antiga empresa Centrais Elétricas de Goiás (Celg), localizada na Av. Anhanguera, 7171, no Setor Oeste, em Goiânia.
Em 12 de março de 2020, a Comissão de Política Urbana e Ambiental do CAU/GO (CPUA) encaminhou à 15ª Promotoria de Justiça de Goiânia pedido de providências quanto à depredação da edificação, considerando que o prédio está sob proteção, devido ao processo de tombamento solicitado pela Secretaria de Cultura de Goiás em junho de 2019.
Segundo o CAU/GO, a demolição do edifício representa "um ataque frontal à história da nossa capital", por se tratar de uma construção da década de 1950, projetada e executada por profissionais pioneiros na construção de nossa cidade, como o engenheiro Oton Nascimento e o arquiteto e artista plástico Gustav Ritter. "O local possui características modernistas, além de ser um exemplar autêntico do modo de entender e fazer Arquitetura de uma época, sua localização é emblemática dentro de um circuito de outros espaços importantes na cidade como o Lago das Rosas, a antiga estação Rodoviária (hoje sede do Corpo de Bombeiros), o Teatro Incabado e o antigo edifício que abrigou a sede do Iplan, demolido no início dos anos 2000", destaca o Conselho.
O CAU/GO ainda considera que o desaparecimento desta e de outras edificações na paisagem comprometem o conhecimento e o futuro de gerações que podem nunca ter acesso a esse tipo de cultura que foi a Arquitetura Moderna em nossa cidade.
"Manifestamos, mais uma vez, repúdio e preocupação com o caminho que o desmonte dos serviços estatais, somado à demolição em massa de nossas edificações históricas, tem tomado nos últimos anos e seguimos solicitando ao Ministério Público que nos acompanhe em nossas lutas", finaliza o Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goias.