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Direitos Humanos

Dra Cristina Lopes: 'Bolsonaro dá total desassistência à saúde da mulher'

Presidente proibiu distribuição de absorventes | 07.10.21 - 18:43 Dra Cristina Lopes: 'Bolsonaro dá total desassistência à saúde da mulher' (Foto: Reprodução)
 
 
Théo Mariano
 
Goiânia - O veto do presidente Jair Bolsonaro à distribuição de absorventes para estudantes e pessoas pobres “é uma grande chance perdida de estabelecer uma política pública que reconheça a pobreza menstrual como realidade”. A avaliação é da secretária de Direitos Humanos de Goiânia, Cristina Lopes, que concedeu entrevista exclusiva ao jornal A Redação nesta quinta-feira (7/10).  “A política para a saúde da mulher foi desidratada ao longo dos anos e, neste governo, identificamos total desassistência em qualquer âmbito que envolva a saúde da mulher”, pontua Cristina. 

A decisão do presidente acompanhou a sanção do projeto que estabelece o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, publicado nesta quinta (7) no Diário Oficial da União (DOU). “Eu espero muito que o veto dele seja derrubado pelo Congresso Nacional, que precisa estabelecer o entendimento social correto”, avalia a auxiliar da gestão municipal. No entanto, segundo a secretária de Direitos Humanos, a decisão em âmbito federal não é capaz de afetar as campanhas realizadas no município.

Em Goiânia, a Secretaria de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas (SMDHPA) recebe doações de coletores menstruais e absorventes. Até o momento, foram recebidas respectivamente 800 e 3,2 mil unidades de cada. Cristina Lopes destaca ainda que a entrega dos itens pode ser feita na sede da pasta municipal, mas que, caso seja necessário, representantes da SMDHPA podem se deslocar para buscar as doações. "Essa campanha é contínua e atuamos agora para conseguir apoio de entidades que atuem no ramo dos supermercados e farmácias", comenta.

De acordo com a secretária, a política é realizada pela pasta porque o Conselho Nacional de Justiça entende a pobreza menstrual como uma questão de Direitos Humanos. Cristina Lopes ainda relembrou uma situação que marcou sua vida: a história de uma garota que perdeu uma prova importante porque, sem dinheiro para comprar absorventes, substituiu o item por uma esponja de lavar louça. "Ela fez o tampão com a esponja, só que o produto criou aderência interna e ela precisou ser submetida a três cirurgias para retirar esse item", conta.

Para a titular da SMDHPA, é "evidente" o problema social por trás da pobreza menstrual. "Ainda assim, vemos um presidente ignorar completamente as necessidades de termos políticas públicas que aumentem o acesso dessas mulheres a absorventes", acrescenta. Ela ainda pondera ser necessário reduzir o custo de impostos sobre os itens vendidos: "O absorvente é classificado como produto de luxo, mas é uma necessidade básica e mensal das mulheres que estão em período fértil. E vale citar que só existe vida humana porque existe o ciclo menstrual."

Para fazer doações, basta entrar em contato com a secretaria pelos números (62) 9 9965-7466 ou (62) 9 8404-2552.

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