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Consequências da pandemia

Brasileiros vivem expectativa de abertura das fronteiras dos Estados Unidos

Turismo e negócios foram prejudicados | 20.09.20 - 15:07 Brasileiros vivem expectativa de abertura das fronteiras dos Estados Unidos (Foto: Divulgação)
Carolina Pessoni
 
Goiânia - Desde que o Governo dos Estados Unidos anunciou no dia 24 de maio, como medida para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus, a suspensão da entrada de estrangeiros que estiveram no Brasil nos 14 dias que antecederam a chegada deles ao País, brasileiros vivem a expectativa do momento em que esse veto não estará mais vigor.
 
Na nova regra, o governo Trump determinou que desde o último dia 14 deste mês fossem canceladas as restrições de voos procedentes do Brasil, o que deixou turistas e empresários brasileiros esperançosos. Entretanto, as exigências para se entrar no País seguem as mesmas.
 
O advogado Witer de Siqueira (ao lado), especialista em imigração, explica que, na prática, pouca coisa foi alterada desde as primeiras medidas de contenção. "Os aeroportos estão abertos, mas não para o turismo brasileiro. Todos aqueles que possuem vistos de trabalho, Green Card ou são cidadãos americanos estão autorizados a entrar. O que mudou é que até o dia 14, somente 15 aeroportos aceitavam a entrada dessas pessoas, agora todos os aeroportos estão aceitando. Então, as fronteiras estão abertas, entre aspas", diz.
 
A expectativa é que as restrições caiam logo e que a, partir do início de outubro, os voos do Brasil possam entrar normalmente no País. Atualmente, explica o advogado, os brasileiros só conseguem entrar nos Estados Unidos por outras maneiras. "Existe uma possibilidade de o brasileiro entrar, mas ele tem que cumprir uma regra que é de ir para um País em que a contaminação por covid-19, como México e Canadá, esteja em baixa e ficar 14 dias, para depois entrar em território americano", ressalta.
 
O fechamento das fronteiras traz fortes consequências para os Estados Unidos, principalmente no que se refere ao movimento turístico. Para se ter uma ideia, os brasileiros são responsáveis por cerca de 40% do turismo de Orlando.
 
"Os Estados Unidos estão sentido a ausência dos brasileiros. A Disney está implorando para que o governo americano reabra as fronteiras porque quase metade dos seus clientes diários não estão lá. Locais turísticos estão vazios porque quem mais movimenta esse mercado são brasileiros e asiáticos, que também estão impedidos de entrar no País", explica Witer.
 
Além das consequências para a movimentação econômica norte-americana, o fechamento das fronteiras trouxe dificuldades para brasileiros. Witer aponta queda de 60% no número de novos clientes de seu escritório, que é especializado em imigração legal para os Estados Unidos. 
 
Houve também uma retração nos processos de imigração para as pessoas que já tinham intenção de mudar para os Estados Unidos e fazer a aplicação deste processo já no país. Isso acontece porque, para determinados tipos de visto, é preciso entrar nos Estados Unidos como turista para, posteriormente, fazer o processo de imigração legal.
 

(Foto: Divulgação)

"Aqueles que estão aplicando o processo aqui do Brasil continuaram normalmente, porque o USCIS não parou, fechou para o público e continuou trabalhando internamente. Mas aqueles brasileiros que querem aplicar o processo de dentro dos Estados Unidos e, para isso, precisam entrar com seu visto de turista e aguardar 90 dias para mudar seu status de imigrante não deram entrada nos seus processos ou estão atrasando a entrega dos documentos, pois precisam aguardar a abertura das fronteiras", explica o advogado.
 
Entretanto, como o Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS) suspendeu apenas o atendimento ao público e continuou com os trabalhos internos, processos que já estavam em andamento tiveram resposta. "Ao contrário do que se pensava, que tudo ia atrasar, os processos estão andando mais rápido do que antes", explica Witer.
 
A retomada das fronteiras deve acontecer a partir do momento em que embaixada e consulados forem abertos. "O presidente Trump deve uma Ordem Executiva, o que seria semelhante a uma Medida Provisória no Brasil, determinando a reabertura das embaixadas e, aí sim, esperamos que ele assine junto com isso a abertura total das fronteiras", ressalta o advogado.
 
Planos adiados
A viagem do gerente de produção Danilo de Faria (ao lado) para Orlando estava marcada para junho, entretanto, o fechamento das fronteiras mudou todos os seus planos. A viagem seria um encontro de família para o casamento de um dos seus irmãos, mas precisou ser adiada e agora está sem uma data exata para acontecer.
 
"Meu irmão mora nos Estados Unidos há cinco anos, já é cidadão americano e marcou o casamento lá para a família do Brasil ir. Ele teve que reagendar o casamento para dezembro, então nós conseguimos remarcar as passagens, mas continuamos na expectativa da abertura das fronteiras", acrescenta.
 
Ele conta ainda que, além da dificuldade que teve para remarcar as passagens, foi preciso mudar toda a logística da viagem. "A programação era toda para o mês de junho, perto do feriado de Corpus Christi. Meu irmão precisou remarcar o casamento para dezembro, na expectativa de que as fronteiras já estejam abertas, mas pelas últimas notícias que estamos acompanhando, não sabemos ao certo se isso vai acontecer", lamenta.
 
Danilo afirma que, se a entrada de brasileiros não for permitida ainda esse ano, não sabe o que fará com as passagens. "O casamento do meu irmão vai acontecer em dezembro, de qualquer forma, porque ele não vai adiar mais uma vez. Então, se não conseguirmos ir, vamos tentar remarcar novamente para irmos aos Estados Unidos quando as fronteiras abrirem ou redirecionar as passagens para outro destino. A gente fica ansioso, com essa expectativa ruim, porque o que era uma reunião de família, um momento feliz, pode não acontecer por conta dessa restrição", diz o gerente de produção.
 
Enquanto Danilo vive a expectativa de participar do casamento do irmão, o professor universitário e especialista em empreendedorismo, Adriano Salvador (ao lado) vive a ansiedade de que as fronteiras sejam reabertas para que possa imigrar legalmente para os Estados Unidos. O motivo da mudança é a ampliação de seus negócios, que depende de entrada em solo americano.
 
"Minha viagem está agendada para o dia 1º de outubro. Muito provavelmente essa data terá que ser remarcada, e o processo, adiado, o que é muito ruim porque eu tenho um filho com 20 anos, e o meu processo de imigração só pode contemplar o visto para ele antes que complete 21 anos, o que ocorre em abril do ano que vem. Então, todo esse impedimento de entrada nos Estados Unidos, sobretudo de brasileiros, tem causado muito prejuízo, especialmente no meu caso, que envolve essa questão de família", diz o professor.
 
A imigração de Adriano se dará por meio de um visto EB-2, que é concedido a qualquer pessoa que tenha curso superior, pós-graduação, como especialização, mestrado ou doutorado. Para conceder o visto, o governo americano avalia o que esta pessoa irá acrescentar em benefícios aos Estados Unidos, como inovação e empreendedorismo. 
 
O visto EB-2 dá direito à imigração, ou seja, é um Green Card, o que explica a ansiedade de Adriano. "Esse fechamento das fronteiras já está trazendo prejuízos irreparáveis, porque depois que meu filho completar 21 anos eu não vou poder incluí-lo no processo. Ele vai ficar fora do processo que futuramente me dará um Green Card", diz.
 
Caso não seja permitida a entrada de brasileiros nos Estados Unidos neste ano, o professor planeja entrar no país pelo México, o que deve elevar seu custo em três vezes. "Eu vou perder as passagens que eu comprei para Orlando e também corro o risco de perder as de Orlando para o outro Estado para onde vou. Neste período, as passagens e hotelaria para o México estão com os preços elevados por que todo mundo está saindo para fazer turismo nos países que estão abrindo e isso vai elevar muito os meus gastos", afirma.

Comentários

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  • 09.11.2020 08:56 Lucca Canal

    Bom dia! Caso eu fique 14 dias (faça quarentena no México) após isso posso entrar nos USA com o visto B1/B2?

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