A Redação
Goiânia - Para fortalecer o cuidado contínuo das pessoas vivendo com o vírus HIV no Estado, Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) promove workshop nesta quarta e quinta-feira (29 e 30/5), para profissionais de 18 municípios-polos que atuam nos Serviços de Assistência Especializada (SAE).
O objetivo é aprimorar as habilidades dos profissionais no manuseio do Sistema de Monitoramento Clínico das Pessoas Vivendo com HIV/Aids, qualificando o acompanhamento dos pacientes e melhorando a adesão ao tratamento. A capacitação é realizada na Escola de Saúde Pública.
“O curso é uma experiência importante para traçar estratégias para melhorar os indicadores e fortalecer o cuidado permanente com pessoas vivendo com HIV em todo o Estado”, comenta a coordenadora estadual de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), Milca de Freitas Queiroz. Segundo ela, o encontro é importante para sensibilizar os profissionais a ampliar o tratamento e reduzir o abandono.
Psicólogos, enfermeiros, farmacêuticos, entre outros profissionais participam do curso. Eles atuam nos serviços de Atenção Especializada para Pessoas Vivendo com HIV/Aids, que são os locais que realizam a entrega do medicamento e dos métodos de prevenção à infecção pelo vírus HIV oferecidos pelo SUS, como a Profilaxia Pré-Exposição (Prep) e que realizam todo o acompanhamento do paciente.
No curso são apresentados temas como o processo do cuidado contínuo, o monitoramento clínico, as metas do Ministério da Saúde, os métodos de cálculo dos indicadores, busca ativa dos pacientes, cuidados integral das pessoas que vivem com HIV que usam álcool e outras drogas. Ainda durante o workshop, serão pactuadas metas para este ano e traçado plano singular para ampliar e qualificar a assistência a esses pacientes.
No ano passado, com as ações do Estado e dos municípios, foi possível atingir a meta dos gaps (lacunas) de tratamento, de abandono ao tratamento e de carga viral detectada (indivíduos que estejam com pelo menos seis meses em esquema terapêutico e com, pelo menos, uma dispensa de medicamento nos últimos 100 dias).
De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2017 existiam 866 mil pessoas no Brasil com HIV sem diagnóstico. Com as estratégias, aproximadamente 84% desses pacientes já realizaram o teste.
De acordo com Fabiana de Paula, enfermeira e técnica da coordenação de IST/Aids, esses profissionais são fundamentais para realizar a busca ativa dos usuários que descobrem que estão com HIV e abandonam o tratamento. Segundo a técnica, estudos mostram que cerca de 70% deixam o tratamento, por isso a importância de conscientizar o profissional para que ele promova a busca ativa desses pacientes.
Profilaxia Pré-Exposição
Novo método de prevenção à infecção pelo vírus HIV, a Profilaxia Pré-Exposição (Prep) consiste na ingestão de um comprimido por dia, que impede o vírus de infectar o organismo da pessoa, antes de ela se expor ao HIV. A Prep é oferecida pelo SUS para grupos de pessoas vulneráveis ao vírus, como profissionais do sexo, casais sorodiscordantes (quando um tem o vírus e o outro não), homens que fazem sexo com outros homens, pessoas trans e privadas de liberdade, usuários de álcool e outras drogas.
Números em Goiás
Entre 1984 e 30 de junho de 2018, foram notificados em Goiás 15.304 pessoas com Aids, dos quais 10.451 (68,3%) dos casos ocorreram no sexo masculino e 4.848 (31,7%) no sexo feminino.
A maior taxa de detecção foi encontrada em 2013, com 13,7 casos por 100 mil habitantes. Após esse período, as taxas de detecção apresentaram declínio, atingindo em 8,9 casos/100 mil habitantes em 2017. Atribui-se a redução dos casos à ampliação do acesso à testagem rápida para o HIV na Atenção Primária à Saúde, que viabilizou o diagnóstico precoce e tratamento oportuno, bem como a maior eficácia dos antirretrovirais.
Em pessoas com mais de 13 anos, entre 2007 a 2018, foram notificados 7.634 casos de aids. As taxas são maiores no sexo masculino, sendo mais frequentes na faixa etária de 30 a 39 anos.