A Redação
Goiânia - A Associação Brasileira dos Credores Trabalhistas da Falência da Encol S/A (ABCTE) se manifestou contra o mutirão de conciliação realizado nesta semana pela Massa Falida da Encol, representante de uma construtora que encerrou as atividades em 1999.
Os acordos fechados durante o mutirão ficarão condicionados à utilização da TR (Taxa Referencial). Segundo a Associação, caso os trabalhadores aceitem a proposta, “serão obrigados a renunciar à decisão da Justiça, abrindo mão da correção imputada pela Corte Especial. Conforme a decisão, a correção dos direitos trabalhistas dos ex-funcionários da Encol deveria ser feita pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e não pela TR.
O presidente da Associação Brasileira dos Credores Trabalhistas da Falência da Encol S/A (ABCTE), Luiz Eloy Marques de Oliveira, afirmou “lamentar profundamente” a ação da massa falida. De acordo com Eloy, a tentativa de acordo visa pagar o máximo de ex-trabalhadores pelo “menor valor possível”. “É um absurdo sem precedentes se aproveitarem da situação dramática dessas pessoas, muitos desesperados para receber qualquer valor”.
Advogado que representa cerca de 1.800 ex-trabalhadores da Encol, Gustavo Rodrigues de Castro Soares avalia que o chamamento dos ex-funcionários pela massa falida, marcado para ser realizado entre os dias 13 e 17 de maio, “é golpe duro” para homens e mulheres que esperam justiça há mais de duas décadas. “Aproveitam do desespero financeiro dos ex-trabalhadores, a grande maioria sexagenários e com graves problemas de saúde. Neste mutirão, proposto pela empresa, os ex-trabalhadores da Encol somente poderão receber seus créditos com a correção pela Taxa TR, que não corrige a inflação, se desistirem de receber a diferença advinda pela correção do INPC”, denuncia.