Fernando Dantas
Goiânia - No dicionário, a palavra empreender significa ‘decidir realizar, tentar ou pôr em execução’. Esse verbo tem sido cada vez mais conjugado e praticado entre os jovens brasileiros, tendo ainda inovação, tecnologia e soluções para o mercado como diferenciais somados aos negócios. Em diferentes setores do comércio ou de serviços, o que não faltam são histórias de sucesso dos ‘sangues novos’, ou seja, empreendedores jovens que mesmo enfrentando desafios, colocam em prática ideias e hoje impulsionam a economia das cidades onde vivem.
A comprovação vem por meio de estatísticas de entidades ligadas ao empreendedorismo. De acordo com o relatório Global Entrepreneurship Monitor (GEM) de 2022, 18,3% da população que já têm negócios e empresas no mercado há mais de três anos possuem idade entre 18 e 34 anos, enquanto 48,2% dos novos empreendedores - os que iniciaram atividades no ano passado - estão nessa faixa etária.
Realizada pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pela Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (Anegepe), a pesquisa revelou o que motiva essas pessoas a empreenderem. A maioria respondeu ‘ganhar a vida devido à escassez de empregos’, especialmente para os empreendedores novos/nascentes. A segunda razão mais mencionada no estudo foi ‘fazer a diferença no mundo’ e em terceiro ‘construir uma riqueza ou renda muita alta’.
Para os sócios da Yellot, empresa que oferece soluções relacionadas à energia elétrica, desde instalação de grandes usinas, mercado livre de energia, mobilidade elétrica, gestão de usinas e energia por assinatura, a motivação para empreender surgiu do perfil inquieto de cada um, além da paixão por criar soluções e pensar no futuro. “Foi um misto de oportunidade do setor, com a visão de construir algo que de fato impactasse a vida das pessoas. Quando conseguimos economizar dinheiro para as pessoas, sabemos que essa economia gerará uma série de consequências positivas para os empreendimentos e famílias”, ressalta o diretor executivo da empresa, Pedro Bouhid.
A Yellot é resultado de sociedade entre Pedro (31 anos) e Jilson Brasil (32 anos), com o agora novo sócio, Jordan Jorge (27 anos). A empresa passou a atuar no mercado em março de 2016, voltada para instalação de usinas solares e com foco em trabalhar com algo novo, sustentável e tecnológico, oferecendo soluções para economia de energia. A escolha pela área se deu exatamente por ser um segmento em constante crescimento no País, com grande demanda de mercado. “Enquanto investimento, a primeira coisa que qualquer empreendedor deveria buscar mapear é o tamanho de mercado. Este deve ser um impulsionador e não o contrário. No nosso caso, 100% da população faz uso de energia elétrica”, pondera Pedro.
Como em qualquer negócio, desafios surgiram no caminho empreendedor dos sócios. “Vivemos uma insegurança jurídica nos últimos anos, que agora foi pacificada com a Lei 14.300/2022 [Marco Legal da Geração Distribuída]. Mas o desafio é diário. Hoje, encontramos muita dificuldade com taxa de juros para o cliente final, por exemplo. Temos ainda muito desconhecimento do mercado por parte dos clientes e uma barreira de entrada relativamente baixa para novos players, o que cria uma insegurança grande para o cliente final”, explica. A burocracia também é um ponto de atenção para os jovens empreendedores. “A ideia é construir sempre um ecossistema menos burocrático possível. Que existam processos organizacionais, mas que as pessoas sejam livres para inovar e desempenhar seu melhor papel. Burocracias relacionadas ao estado, juntas comerciais etc. fazem parte do jogo e infelizmente não temos muito o que fazer”, acrescenta.
Pode até parecer senso comum, mas Pedro reforça a necessidade de o empreendedor jovem investir sempre em qualificação. “Uma boa formação, com uma boa faculdade e um bom MBA, é muito importante, mas não o mais. Buscamos constantemente bastantes cursos, treinamentos e imersões. Já estive no Vale do Silício, na Califórnia, para uma imersão sobre como as maiores startups atuam. Recentemente estivemos em Israel, segundo maior ecossistema de tecnologia do mundo. Nada melhor que a prática e a troca de experiências. Estar sempre em aprendizado e se cercar de pessoas boas é necessário. Então, a dica para quem pretende empreender é estudar bastante o setor, gestão e começar. Nunca estaremos prontos. Vivemos um aprendizado constante e sempre pode ser melhor. O frio na barriga é diário e a graça é ser melhor que ontem”, enfatiza.
E o frio na barriga e a vontade de inovar são crescentes entre os sócios da Yellot. Com visão estratégica de mercado e atentos às demandas que surgem junto à sociedade, eles investiram também em um novo negócio e lançaram a startup goiana YellotMob, que é voltada para soluções em eletromobilidade, como estações de carregamento para carros elétricos.
No primeiro semestre de 2023, este setor alcançou um marco histórico em vendas, de acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Foram registrados mais de 32 mil emplacamentos de veículos leves eletrificados em todo o País, aumento de 58% em relação ao mesmo período de 2022. Somente em Goiás, o crescimento foi de 123%, passando de 796 unidades para 1.774. “É como a energia solar lá atrás. É o futuro que já chegou. O mercado tem crescido bastante e no Brasil, pelo fato de termos uma matriz elétrica limpa, o potencial de descarbonização da mobilidade é gigante. Queremos ser os protagonistas da mobilidade elétrica no Centro-Oeste. Que quem queira ter um carro elétrico, não o deixe de ter por problema de infraestrutura. Sabemos que os grandes investimentos em tecnologia tendem a se iniciar pelo Sudeste. Queremos quebrar esse ciclo. Fazer do Centro-Oeste um grande case de sucesso na mobilidade elétrica do país. O desafio é grande, mas tem sido gratificante”, enfatiza o jovem empreendedor.
O estudo da GEM 2022 identificou também que de cada 10 brasileiros, seis têm o sonho de empreender. O resultado é o recorde da série histórica, realizada há 23 anos no Brasil, com crescimento de 14% em relação a 2021, quando o percentual de pessoas que sonhavam em ter um empreendimento ficou em 46%. Entretanto, colocar em prática esse sonho não é uma tarefa tão simples. Especialistas da área alertam que exige uma série de estratégias, medidas e planejamento para que o negócio alcance resultados positivos e vida longa no mercado.
E como no início nada é fácil, dúvidas sempre surgem ao empreender, desde questões burocráticas, como conseguir crédito para investir, e até o que fazer para divulgar a empresa. Um dos caminhos para ampliar conhecimento e nortear melhor como se tornar um empreendedor é buscar apoio de entidades representativas do segmento. Hoje, existem diferentes instituições voltadas para fortalecer o empreendedorismo jovem. É o caso da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Jovem Goiânia, responsável por desenvolver novos líderes e fomentar o empreendedorismo jovem na capital. A instituição é composta por jovens empresários, com idade entre 18 e 40 anos, que atuam em diversos segmentos do comércio e serviços.
Segundo o presidente da entidade, Eberth Motta – que também é empreendedor -, a CDL Jovem foi criada exatamente para proporcionar às Câmaras de Dirigentes Lojistas um espaço onde possam desenvolver jovens empresários, com espírito de liderança e empreendedorismo para a vida profissional e para seguirem carreira nas entidades. Para que isso ocorra, o trabalho é desenvolvido de acordo com pilares como networking, sustentabilidade, inovação, gestão pela liderança, conscientização política e mudança de hábitos de consumo. “No contexto do empreendedorismo, formar novas lideranças é importante para garantir o crescimento e o desenvolvimento do setor. Jovens empresários, por estarem mais próximos das novas tecnologias e tendências, podem trazer inovação e dinamismo para o mercado”, diz.
Eberth informa que várias atividades são realizadas, junto aos associados ou até mesmo para a comunidade, com o intuito de promover o empreendedorismo jovem na capital ou mesmo conscientizar a população para que compreenda a importância do empreendedorismo como oportunidade de negócios, além de criação de empregos e geração de renda. São desde eventos, reuniões, palestras e seminários, que possibilitam a troca de ideias e experiências entre jovens empresários, assim como cursos e capacitações sobre temas relacionados ao empreendedorismo, gestão empresarial, marketing e vendas. “A CDL Jovem Goiânia busca, ainda, oferecer aos seus associados uma rede de contatos com outros jovens empresários, que pode ser útil para o desenvolvimento de negócios. Atuamos para criar um ecossistema saudável para desenvolvimento da economia e novos negócios. Acreditamos que o trabalho de promover o empreendedorismo responsável é nossa forma de mudar a sociedade”, cita.
Uma das ações realizadas pela CDL Jovem Goiânia, que tem mobilização e aproximação direta com a sociedade, é o Dia Livre de Impostos, que já faz parte do calendário da capital. O foco é a alta carga tributária que incide em produtos e fazer um alerta de como o complexo sistema tributário brasileiro impacta a vida de empreendedores e de toda população.
Presidente da CDL Jovem Goiânia, Eberth Motta destaca que no empreendedorismo, formar novas lideranças ajuda a garantir o crescimento e o desenvolvimento da economia (Foto: divulgação)
Outra entidade voltada para o desenvolvimento do empreendedorismo jovem na capital é a Associação de Jovens Empreendedores e Empresários de Goiânia (AJE Goiânia). A instituição atua para fomentar a cultura empreendedora por meio de capacitação, relacionamento e representatividade, além de contribuir para a geração de novos negócios e proporcionar um ambiente mais atrativo e aberto.
De acordo com o presidente da instituição, Donalvam Maia, a AJE Goiânia participa de ações voltadas a capacitação em parcerias com instituições públicas e privadas, impulsionando os empreendedores para que busquem cada dia mais qualificação, como, por exemplo, parcerias com Cotec [Centro Tecnológico de Goiás], gerido pela Secretaria de Estado da Retomada, além de Sebrae e PMI Goiás [Project Management Institute]. “No âmbito de representatividade, a AJE está presente nas principais discussões a nível municipal, participando efetivamente nos conselhos do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), PRODUZIR e Conselhos Temáticos da Federação da Indústria de Goiás (Fieg). Além disso, estamos sempre atentos às necessidades dos empreendedores e nas discussões necessárias que precisam ser pautadas tanto no município quanto no estado, estando junto ao executivo e legislativo municipal e estadual sempre com demandas pertinentes”.
Ele alerta ainda que as entidades representativas se tornaram ponte entre o jovem e a oportunidade de empreender. “O empreendedorismo é a ferramenta que os jovens têm para saciar seus anseios de mudar a direção da sua vida. Empreender é lançar semente em solo fértil, com muitas dúvidas, com muitos desafios, mas com um sonho sendo o seu guia. Força de vontade e comprometimento mudam a vida não somente do empreendedor, mas de sua família e todos que estão a sua volta. E a AJE Goiânia está aberta ao jovem que quer empreender no mercado. Temos uma visão ampla do jovem empreendedor, não nos limitamos a idade e sim a pessoas ligadas a novos empreendimentos, a novos desafios e que querem melhorar a sociedade por meio do empreendedorismo. Hoje temos associados e mantenedores de várias idades com negócios que estão nascendo ou disruptando seus setores a todo momento”, reforça.
Ao contrário do que muitos pensam, empreender vai além de investir na abertura de um negócio ou empresa. “É pensar diferente, pôr em prática novas formas de fazer. É possível empreender até mesmo dentro do negócio de outro empreendedor. Fazer diferente e colocar em prática ações que mudem a realidade, inclusive dentro do setor público”, orienta o presidente da AJE Goiânia, Donalvam Maia – que hoje possui 31 anos e com 26 anos foi gestor público estadual.
O empreendedorismo está em toda parte, seja na prestação de serviços, produção e comercialização de produtos, independentemente do tamanho do negócio ou do setor. Donalvam acrescenta que oportunidades existem em diferentes ambientes e lugares, mas que há barreiras que precisam ser vencidas em qualquer cenário. “Os principais desafios estão primeiramente na mentalidade do jovem em saber que seus sonhos podem virar realidade, depois disso a capacitação é primordial para que ele se sinta preparado para empreender e enfrentar os desafios do mercado. Porém mesmo com sua mentalidade empreendedora aflorada e capacitado, o desafio de entrar no mercado ainda trilha uma longa jornada”, cita.
De acordo com ele, toda empresa precisa de tempo de mercado para que fique conhecida, com credibilidade, para que seus processos se tornem mais ágeis e eficientes. “E esse tempo precisa de investimento, onde um grande desafio é o crédito para suportar esse processo. Preocupar-se com fornecedores, qualidade, clientela, fluxo de caixa, impostos são temas diários do empreendedor, portanto o que é mais necessário e desafiador hoje para o jovem empreendedor são crédito, capacitação e conexão com steakholder para que seja mais competitivo”, ressalta.
Donalvam Maia, Arthur Barros e Henrique Lelles, três dos quatro sócios da Fox Grãos: empresa foi criada em 2022 e já possui em seu portfólio os maiores players do mercado agropecuário (Foto: divulgação)
Donalvam Maia descreve com propriedade sobre empreendedorismo, porque além de presidente da AJE Goiânia e por ter atuado no setor público, ele construiu carreira no agro e com 31 anos, é um caso de sucesso de jovem empreendedor goiano. Juntamente com mais três sócios – Henrique Lelles (31 anos), Arthur Barros (26 anos) e Marcos Shimohira (32 anos) -, ele investiu na Fox Grãos, empresa de tecnologia na área do agronegócio que entrou em operação em 2022 e atua na comercialização de grãos, embarcando inteligência artificial para facilitar as negociações, aumentando a competitividade do setor agropecuário por meio da diminuição da racionalidade limitada dos agentes e dos custos de transação. “O foco é aumentar o acesso a mercados por meio de produtores rurais, compradores de grãos, prestadores de serviços e comerciantes de insumos agropecuários, democratizando as transações e gerando mais competitividade ao setor”, explica.
Com pouco mais de um ano de mercado, a empresa cresceu e atualmente a equipe é formada por 16 profissionais, que trabalham na operação, com especialidades em áreas como Agronomia, Tecnologia, Logística, Administração e Contabilidade. “A Fox é uma empresa bastante jovem, mas que traz processos inovadores e vem mostrando ao mercado um novo jeito de transacionar grãos. Com pouco mais de um ano de abertura, já transacionou mais de R$ 52 milhões e tem em seu portfólio os maiores players do mercado agropecuário goiano e nacional”, destaca.
Ele diz que apesar de estar em um setor bastante competitivo e pujante, com altas barreiras de entrada, as perspectivas são as melhores possíveis, por aliar o agronegócio à tecnologia. Mas os desafios também surgiram e são constantes no caminho da Fox, como em toda atividade econômica. “Para iniciar a empresa, os desafios foram, principalmente, burocráticos para ter todos os documentos e certificações para atuar no setor, documentos próprios da atividade junto aos órgãos governamentais e até de certificações junto a outras empresas privadas. Além disso, é necessário estar preparado para entrar em um setor extremamente organizado e com empresas já estabelecidas com muito tempo de mercado. O primeiro investimento nosso foi em tempo para desenhar todo o negócio e seus processos, depois os principais investimentos financeiros foram em tecnologia para construção de sistemas e contratação de pessoas”, relata.
Além da vontade constante de inovar, a ambição também fez e faz parte das metas dos jovens empreendedores. “A nossa é que nos próximos três anos, estejamos entre os principais players do agronegócio brasileiro, mas principalmente sendo reconhecido pelo produtor rural brasileiro como a plataforma digital referência para fazer suas transações comerciais”, enfatiza Donalvam.
Para a analista técnica da Unidade de Soluções do Sebrae Goiás, Ivana Xavier, o que motiva o jovem a empreender são as oportunidades de carreira e de mudança de vida. Ela reforça que a entidade entende a importância desse perfil para o fomento aos negócios e o desenvolvimento do mercado, por isso investe em ações e programas que possam fortalecer o empreendedorismo jovem em Goiás, como é o caso do Desafio Sebrae Jovens Empreendedores, mais conhecido como GO! JOVEM. “Por meio desse desafio, o jovem empreendedor, aquele que tem entre 18 e 39 anos, começa a enxergar o empreendedorismo como uma opção de carreira e, geralmente, assume um perfil disposto a correr riscos calculados para empreender em qualquer setor ou segmento, seja em um empreendimento tradicional ou em uma startup, a fim de gerar valor para o empreendimento e para a sociedade”, explica.
Analista técnica do Sebrae Goiás, Ivana Xavier diz que a principal do jovem para o empreendedorismo são oportunidades de carreira e mudança de vida (Foto: divulgação)
O programa teve início em 2022 e é uma competição que visa estimular o empreendedorismo jovem no estado, fortalecer a economia e incentivar os pequenos negócios. “Durante a competição, enquanto pontuam, os grupos participantes recebem capacitação em empreendedorismo, inovação, mercado e vendas. E no final da competição, os grupos mais bem pontuados são premiados. O GO! JOVEM veio para fortalecer as habilidades pessoais e profissionais dos jovens empreendedores e potenciais empreendedores para que as competências de gestão, liderança, sustentabilidade, cooperação, ética e engajamento sejam ampliadas”, reforça.
Ivana informa que desde a criação do programa, centenas de capacitações foram realizadas e dezenas de micro e pequenas empresas goianas receberam apoio por meio da atuação dos jovens empreendedores e potenciais empreendedores que executaram os seus planos de ação de digitalização dentro delas, apresentando resultados reais e tornando-as mais competitivas em um mercado cada dia mais digital.
Além do GO! JOVEM, o Sebrae é parceiro dos jovens empreendedores e oferece soluções, seja por meio de capacitações ou orientações, para ajudá-los a evoluir em seus negócios. Quem sabe bem disso é o estilista Raphael Aquino, que há 15 anos atua no mercado da moda. Em 2017, após experiências em outras empresas, ele criou a Jacobina, marca própria de moda autoral, e teve o apoio do Sebrae Goiás para conseguir empreender. “Na empresa, eu sou o criativo, mas o meu negócio, como outros, demanda conhecimento em diferentes setores, por isso busquei a instituição para ter mais qualificação nas áreas financeira, administrativa etc. São partes que preciso saber, como empreendedor, para manter a atividade”, informa.
O sonho de empreender veio desde criança. Ele morava no interior de Goiás, no município de Barro Alto, e ajudava o pai e o irmão no comércio. Com 13 anos de idade, fazia cartões e velas artesanais e comercializava esses produtos na cidade. Isso fez aflorar a vontade de ter o próprio negócio. E a moda sempre esteve nos planos dele como primeira opção de carreira. “Já sabia que queria ser estilista. Tanto que quando me mudei para Goiânia, nem busquei outros cursos. Fui atrás do que eu sonhava fazer. Primeiro, trabalhei em outras empresas até mesmo para entender melhor o negócio. E quando tive a oportunidade, investi na minha marca própria, que é a Jacobina”.
Estilista Raphael Aquino sonhava em se tornar empreendedor desde criança. Hoje é proprietário da Jacobina, marca de moda autoral (Foto: divulgação)
A empresa de Raphael está há seis anos no mercado e conta, atualmente, com quatro colaboradores diretos, que são estagiários da área de moda, além do apoio de outros profissionais indiretamente como costureiras, modelista, cortador e prestador de serviço de impressão matriz. Mas ele lembra que para chegar ao que é a Jacobina hoje, passou por uma situação bem complicada, na época da pandemia da Covid-19, que demandou muito ‘jogo de cintura’. “Iniciamos as atividades em 2017 e pouco tempo depois veio a pandemia, travando todo o negócio. Porém, eu não deixei de persistir. Aproveitei para olhar para dentro da empresa e perceber o que eu estava fazendo, o caminho que queria seguir e assim busquei me especializar mais. Fui ler, fazer cursos, já que não podia ir para a rua. Usei o tempo disponível para me capacitar ainda mais”, relembra.
Hoje, Raphael colhe resultados dos investimentos na carreira e na mudança de vida. Ele é um dos três estilistas goianos que apresenta coleção fora de Goiás. Neste ano, estreou na Casa de Criadores, principal evento dedicado à moda autoral brasileira e também lançador de novos talentos. A história dele serve de inspiração para outros jovens que queiram empreender, por mostrar que competência e profissionalismo podem romper barreiras no mercado de trabalho. E ele mesmo dá dicas para quem pretende se tornar jovem empreendedor: “não existe receita pronta ou fórmula mágica. O que existe é estudo, persistência e coragem para arregaçar as ‘mangas’ e correr atrás do que quer. Trabalhe muito e estude muito que os resultados virão”, finaliza.