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Patrimônio

Steinbruch restaura prédio histórico do Jockey Club em São Paulo

Obra é executada pela empresa Elysium | 08.08.20 - 08:00
Steinbruch restaura prédio histórico do Jockey Club em São Paulo (FOTO: DIVULGAÇÃO)
Mônica Parreira
 
Goiânia –
Os andaimes instalados pelos corredores de entrada do Jockey Club de São Paulo não passam despercebidos. De longe chama a atenção o vai e vem de operários, o tira e põe das vidraças e esquadrias. Sim, o maior complexo Art déco da América Latina está em fase de restauração. A obra teve início em junho e é fruto de uma parceria entre o empresário Benjamin Steinbruch, que preside o conselho do clube, e a empresa Elysium Sociedade Cultural, responsável pela revitalização.
 

A restauração do complexo contará com seis etapas. A primeira delas se concentra no pórtico de entrada principal, com previsão de entrega para outubro e investimento de R$ 3,7 milhões, por meio da lei de Incentivo Federal Rouanet. Pelos próximos três anos, as obras prometem dar uma repaginada na beleza arquitetônica de importantes componentes do Jockey Club, preservando, claro, suas características originais. É o caso do mobiliário, Bar Inglês, Edifício das Tribunas Sociais, Tattersal e Tribuna dos Jockeys.

 
A diretora da Elysium, Giulyane Nogueira, garantiu que a intenção de todo esse minucioso trabalho é proporcionar aos frequentadores do clube uma viagem no tempo. “Queremos que o Jockey Club resgate seus encantos, que aqueles ambientes tenham a mesma essência de quando foram projetados. Quem visita o complexo hoje, percebe os sinais do tempo, a degradação. Estamos trabalhando para estimular a população a se apropriar daquele patrimônio, e preservá-lo”, disse.
 
Detalhes
Inaugurado em janeiro de 1941, e posteriormente remodelado pelo arquiteto francês Henri Sajous – que aplicou o estilo Art Déco –, o hipódromo de Cidade Jardim compreende uma área de 600 mil metros quadrados e é composto por vários edifícios. Por ali são realizadas inúmeras atividades, desde corridas de cavalos, shows e celebrações de casamentos até eventos empresariais e temáticos, como a Casa Cor.
 
Tantos anos de história justificam o desgaste causado pelo tempo. Coordenador técnico da Elysium, o engenheiro civil Wolney Unes explicou que cada detalhe da obra é minuciosamente pensado, por se tratar de um patrimônio histórico. “Esse é o primeiro restauro feito com todos os cuidados, preservando a originalidade da estrutura”, garantiu o especialista, que também é professor de Patrimônio Cultural da Universidade Federal de Goiás (UFG). “O complexo carrega uma memória afetiva de gerações que passaram por lá. Além disso, estamos falando do maior exemplar Art déco das Américas. É uma importância que extrapola os limites de São Paulo”, ressaltou.

 
A empresa que executa o serviço já tem 30 anos de experiência e inclusive assina projetos para restaurações históricas, como é o caso do Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro; do Complexo Ferroviário de Ribeirão Vermelho, em Minas Gerais; e tantos outros em cidades como Goiás e Pirenópolis. “A Elysium se dedica à memória cultural do país”, observou Wolney.
 
Pandemia
A disseminação da covid-19 mudou a rotina interna da obra. A princípio, o trabalho estava previsto para começar em fevereiro, mas só foi possível a partir de junho, depois que a construção civil retomou as atividades em São Paulo. Além disso, foi preciso repensar a rotina da equipe especializada em restauro, que vem de várias partes do País e está passando uma temporada na capital paulista em virtude da obra.
 
“Montamos uma estrutura dentro do próprio clube para alocar os operários. Preparamos e mobiliamos um alojamento, e também fornecemos a alimentação. Isso de certa forma protege a equipe, já que evita a circulação desnecessária pelas ruas e a consequente exposição ao coronavírus”, observou a diretora da Elysium.
 
Fazem parte do projeto de restauração do Jockey Club de São Paulo algumas atividades paralelas, como intervenções artísticas e culturais nas dependências do complexo para envolver os visitantes. Mas, devido à pandemia, as exposições, apresentações musicais e conferências precisaram ser adiadas por medidas de segurança. “Devido às determinações para evitar aglomerações, essa programação precisou ser adiada”, argumentou Giulyane. A expectativa da Elysium é retomar a ideia original tão logo seja possível.


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