Amava. Do que mais se precisaria, afinal?
De receber, um dia finalmente pensorresolutou. Porque Amor que é Amor tem que ser sem conter-se. Okay, Amor até existia, mas ainda estava de longe, era isso? Ah... bastasse, então, que... que... ligasse as matemáticas, não, não; as matemáticas, não; as geográficas fábricas de transver. Para pertoamar. Nossa, diziam tantas coisas, perturbando-se, confundindo-se, gente aconselhando, anúncios conduzindo, qual danação!
E foi que: decidiu fazer anúncios próprios ao Amor. Que juntassem as coisas, como
sugeriam, os pratos, colheres, triunfos, quadros, papéis, canetas de imaginar, anoiteceres em penumbra de estupor ou esplendor, tudo o menos, tudo o mais, até as judiarias... Porque era para dividir até os resvalos, as impertinências, não era? Os lapsos, desfeitos, os muitos aconchegos e atrasos. Pois se era para ser assim... Mas tem-que- então que: a vida segue.
Passavam as horas. Monumentos, dias, meses, tempo-tempo. Tão logo, ali: que o silêncio contivesse palavras que explodissem. E assim teria pelo menos dito que não acreditava mais nas ladainhas contadas, nos dias que já eram de... de... Ah, mais de amizade que qualquer outra coisa. Não estava certo aquilo, estava? Não, daquele jeito não queria Amor, não. Concluía. Tinham (re)aconselhado, em contrapartida, que bobagem, que só podia isso ser besteirice, que pensasse melhor, no Amor. E enfins...
Ocorria então que o Amor, fim das contas, inexistia? Ou tinha só relampeado faíscas de proximidade, voltando para longe? Aquelas mesmas conversas de fila de supermercado, no trabalho, telas e outdoors, nos silêncios das matérias de jornal, ou no ruidoso das páginas dos livros. Só cenas. Era isso? Amor só fazia existência sem pertoamar?
Uma coisa, entretanto, era de se pressentir: abrisse a porta para que saísse, com ou sem motivo, custoso que o Amor quisesse voltar logo. Talvez nunca mais. E então, às dez e trinta e três da noite, ainda estava ali, querendo prosa, que não tinha sido nada daquilo. Explicando-se. Em querença de pertencimentos.