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18.10.2011 08:33 Maurício Zaccariotti
Sempre brilhante, João. Um abraço. Maurício
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João Unes é jornalistas e diretor presidente do jornal A Redação / joao.unes@aredacao.com.br
Paris - O jornalismo de qualidade é o oxigênio da democracia. É por meio do jornalismo que a população fica sabendo o que acontece nos gabinetes do poder, em todas as suas instâncias. Fazer jornalismo é explicar para o povo o que acontece. Jornalismo com independência deve ser feito sem se deixar levar pelas pressões de apoiadores e opositores, mas garantindo que todos os lados sejam ouvidos. Isso inclui o leitor, que tira suas próprias conclusões.
Neste ponto, o jornal digital gratuito desempenha um papel ainda mais importante para a sociedade. Pois é o jornal gratuito que garante acesso à informação àqueles que não podem se dar ao luxo de pagar por uma assinatura mensal de um meio de comunicação para se informar.
A proposta do jornal A Redação passa pela democratização do acesso à informação. Além da independência, temos o compromisso de garantir que a informação chegue ao leitor de maneira instantânea e com total garantia de credibilidade.
Essa preocupação em equilibrar qualidade, independência e acessibilidade foi manifestada por vários editores e donos de jornais de todo o mundo, na semana que passou, durante o Congresso Mundial de Jornais e o Forum Mundial de Editores, realizados em Viena, na Áustria.
O Congresso, promovido pela Associação Mundial de Jornais, teve como tema o futuro dos jornais, tema polêmico, principalmente com o inevitável declínio dos veículos impressos. “O bom jornalismo precisa chegar até o povo, só assim pode haver democracia em sua plenitude”, afirma o editor-chefe do jornal digital Moscow News, Tim Wall. “Em países como Rússia e Brasil, onde as famílias tem prioridades básicas em seu orçamento, pobre não tem acesso a informação crítica”, diz. “Não sobra dinheiro para o povo comprar assinatura de jornais. No caso russo, os jornais digitais gratuitos são os únicos que fazem esse papel com eficiência.”
Para o pesquisador chileno Aldo van Weezel, PhD em Comunicação pela Universidade de Norköpping, na Suécia, e professor da Universidade de los Andes, no Chile, os jornais digitais são uma realidade mais do que necessária para o desenvolvimento da sociedade. “Não há democracia sem uma imprensa livre, tanto do ponto de vista jornalístico como em termos de acessibilidade”, afirma. Ele defende o jornalismo investigativo e questiona: “De que adiantam grandes reportagens na internet se o leitor se depara com dezenas de obstáculos – principalmente financeiros - para ler estes textos?”
Uma observação importante sobre países do porte do Brasil foi feita pelo empresário Vinnet Sethia, diretor-proprietário de uma das maiores cadeias de jornais e televisões da Índia. “A população de países pobres vive de certa forma sob opressão, na medida em que não tem acesso a informações básicas sobre o que se passa na política local”, afirma. “Por isso os jornais digitais, mais fáceis de distribuir em lugares remotos, são tão importantes para a sociedade.”
Publicidade digital
Outra constatação de peso da Semana do Jornal em Viena é a participação da publicidade na internet. “O jornalismo digital é a mídia que mais cresce no mundo, tanto em número de leitores como em volume de publicidade”, afirmou o CEO da Associação Mundial de Jornais, Cristoph Riess, durante a apresentação da pesquisa anual Tendências na Imprensa Mundial.
A pesquisa mostrou que a América do Sul lidera o crescimento global da publicidade em jornais digitais, com incremento de 31% em 2010.