Comando-Geral da PM de Goiás é patrimônio vivo no coração de Goiânia

Carolina Pessoni

 

Goiânia - No coração pulsante do Centro de Goiânia, ergue-se imponente o Comando-Geral da Polícia Militar de Goiás, um marco histórico que atravessa décadas acompanhando as transformações da capital. Fundado em 17 de janeiro de 1938, por meio do Decreto-Lei nº 208, o Comando-Geral nasceu de uma necessidade urgente de reorganização da força policial, impulsionada pela mudança da capital de Goiás para Goiânia. Inicialmente, suas operações foram estabelecidas de forma precária, em uma sala do Tribunal Regional Eleitoral, sob o comando interino do Tenente-Coronel Arnaldo de Moraes Sarmento, o primeiro Comandante-Geral.

 

A história do Comando-Geral é também a história da própria Polícia Militar e de nosso Estado. Entre as operações ou missões mais emblemáticas conduzidas pelo Comando-Geral estão a participação na Guerra do Paraguai, o auxílio na mudança da capital, a participação da Revolução de 1930 e da Revolução Constitucionalista de 1932. 

 

Entre outros episódios estão também o enfrentamento de Tropas do Exército Brasileiro em 1964 contra a deposição do governador Mauro Borges, a atuação essencial no evento radioativo do Césio 137, o envio de militares para a formação da Polícia Militar do Estado do Tocantins no recém-criado estado, entre diversos outros eventos históricos que marcaram Goiás e o Brasil.

A sede do Comando-Geral integra o conjunto arquitetônico e urbanístico que deu vida ao centro da cidade, marcado por edificações de estilo art déco e projetos que refletiam a modernidade de uma nova capital. Localizado em uma das regiões mais movimentadas, o prédio se tornou parte da identidade visual da região, convivendo harmoniosamente com outros marcos históricos e o fluxo contínuo da vida urbana.
 

Comando-Geral da PM de Goiás é parte da própria história do Estado (Foto: Rodrigo Obeid/A Redação)

 

O comandante-geral da PM, coronel Marcelo Granja, destacou a importância da localização da sede no Centro de Goiânia. "Antigamente, o Comando-Geral ficava na Secretaria de Segurança Pública, perto da Rodoviária de Campinas. Agora tem uma sede própria, com localização ainda mais estratégica na região central. Neste mesmo local estamos construindo o Comando de Gestão e Finanças, que deve ser inaugurado entre junho e julho", revela.

 

Para Granja, a presença da unidade no coração da cidade fortalece a segurança pública e intensifica o patrulhamento ostensivo, especialmente em áreas como a Região da 44. "Com a localização da sede do Comando-Geral, conseguimos fazer um patrulhamento ostensivo, preventivo, e quem ganha é a população", afirma. 

 

O coronel ressaltou ainda o impacto positivo na resolução de questões sociais. "A localização de uma unidade policial militar ajuda a resolver transtornos da região, como o problema da população de rua, que é uma demanda social e requer várias áreas atuando de maneira conjunta, mas que muitas vezes a PM é chamada para auxiliar em alguma situação. Conseguimos aumentar a segurança da população local de uma maneira geral."
 

Comandante-geral da PM, coronel Marcelo Granja: "A sede própria tem localização ainda mais estratégica na região central" (Foto: Divulgação)

 

Além do valor histórico e arquitetônico, o Comando-Geral representa um vínculo estreito entre a PM e a população. Seu posicionamento no centro facilita o acesso da comunidade, reforçando o sentimento de proteção e proximidade com os cidadãos. A presença constante de militares nas imediações traz um senso de segurança que transcende as fronteiras físicas, consolidando o local como um ponto de referência de estabilidade.

 

"A Polícia Militar é chamada para tudo. Quando acontece alguma coisa, as pessoas tendem a lembrar mais facilmente do 190 e somos sempre acionados. Quando temos uma unidade policial, as viaturas saem e entram e isso gera mais segurança para a localidade", complementa o comandante.

 

Preservar a história do Comando-Geral da PM de Goiás é valorizar um capítulo fundamental da memória coletiva de Goiânia. Em meio ao dinamismo da capital, o edifício permanece como um guardião de tradições, um símbolo de resistência e um marco histórico que perpetua a conexão entre segurança e patrimônio cultural no coração da cidade.