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Sobre o Colunista
José Abrão
José Abrão é jornalista e mestre em Performances Culturais pela Faculdade de Ciências Sociais da UFG / atendimento@aredacao.com.br
(Foto: divulgação)Estreou no começo de novembro, com antecipação e pouca fanfarra, a excelente série original Samurai de Olhos Azuis, na Netflix. A animação adulta, com uma classificação indicativa dura de 18 anos, é belíssima e excelente, com muita ação, personagens envolventes e uma trama engajante que surpreende em um mar de adaptações meia boca e produções feitas por algoritmos.
Criada por Michael Green, roteirista por trás de Logan (2017), Blade Runner 2049 (2017), Deuses Americanos (2017) e as recentes adaptações de Agatha Christie (Assassinato no Expresso do Oriente, Morte no Nilo e Noite das Bruxas), em parceria com sua esposa, Amber Noizumi, a série consegue ser subversiva ao contar uma excelente história de samurai ao mesmo tempo em que evita as costumeiras ciladas de produções ocidentais sobre o Japão.
A trama acompanha Mizu, uma guerreira em uma jornada de vingança contra os quatro homens brancos que viviam no Japão quando ela nasceu em meados do século XVII, um deles responsável por lhe conferir seus característicos olhos azuis. Conforme ela busca vingança e ainda vira de ponta cabeça papéis de gênero, ela encontra outros excelentes personagens em suas próprias jornadas de descoberta e nos oferece flashbacks sobre seu passado traumático.
Na parte costumeira, temos alguns tropos clássicos muito bem feitos de samurai: o lobo solitário órfão, a vingança, o guerreiro excepcional que sai de qualquer enrascada assim como a linha condutora central de família por escolha, amizade e escolher o amor sobre o ódio. Porém, na subversão temos a forma como isso é feito e como os personagens são afetados, especialmente por se tratarem de personagens, no geral, marginalizados: mulheres, deficientes, desonrados.
A série ainda não foi oficialmente renovada e nem possui previsão para a estreia de uma segunda temporada, mas é, sem dúvida, uma das melhores animações originais dos últimos anos, que não é infantil ou de comédia. É quase um crime que a Netflix não a tenha promovido e a tenha deixado relegada ao boca a boca. Bom, fiz aqui minha parte, agora você deve fazer a sua e dar uma chance. Pode me agradecer depois.