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Maria Fumaça e a representatividade da locomotiva a vapor nº 11

Monumento está exposto na antiga estação | 08.04.22 - 16:19
Maria Fumaça e a representatividade da locomotiva a vapor nº 11 Foto: Instituto BiapóCarolina Pessoni
 
Goiânia - Entre os marcos da Estrada de Ferro de Goiás, as locomotivas estão entre os mais representativos. Por meio delas, o progresso chegou ao Estado e, consequentemente, à nova capital.
 
Bem no Centro de Goiânia está um dos símbolos deste tempo, a Antiga Estação Ferroviária, que guarda uma peça que chama a atenção. No local da antiga plataforma de desembarque está a locomotiva a vapor nº 11, carinhosamente chamada pelos goianienses de Maria Fumaça.


A estação de Goiânia, em 1957 (Foto: Tomas Somlo)
 
O escritor Edmar César Alves, que dedica seu trabalho a estudos sobre as estradas de ferro, conta que a locomotiva que hoje é um monumento histórico de Goiânia foi utilizada pela Estrada de Ferro de Goiás e tinha sua identificação como sendo a nº 1, embora seja a de nº 11. "A primeira locomotiva a vapor, a nº 1 da antiga Goiás, utilizada na construção da ferrovia e no transporte de passageiros e de cargas, encontra-se na Praça dos Ferroviários em Araguari", explica.
 
Em seu livro, Edmar destaca o depoimento de Filemon Xavier, natural de Ipameri, antigo telegrafista e supervisor de movimento de trens sobre a Maria Fumaça. "Essa locomotiva aqui de Goiânia era a 11. Ela trabalhava em Goiandira, naquele intercâmbio entre a Rede Mineira de Viação e a Estrada de Ferro Goiás. O maquinista dela era o Barbosinha."
 

Locomotiva nº 11, antes do restauro (Foto: Edmar César)

Além de ser chamada pelo seu número, a locomotiva também era conhecida por outro nome: Ritinha. Especula-se que o apelido tenha sido escolhido por conta de seu porte. "Era uma locomotiva pequena, usada para manobras nos pátios ferroviários", explica o escritor.
 
Com o encerramento das atividades da estação ferroviária de Goiânia, que foi desativada na década de 1970, e a extinção da Estrada de Ferro de Goiás, a locomotiva nº 11 foi colocada como exposição na parte externa da antiga Estação. "Essa locomotiva foi colocada como símbolo histórico, símbolo da própria estrada de ferro de Goiás.”
 
A Estação Ferroviária
A Estação Ferroviária de Goiânia foi inaugurada em 1950 junto às demais estações do trecho de 95 km entre Leopoldo de Bulhões e a capital. A antiga Estrada de Ferro Goyaz passou a receber trens de cargas e passageiros no ano de 1952, funcionando durante 30 anos, quando o pátio ferroviário foi transferido para Senador Canedo, em 1980, permitindo a continuação da Avenida Goiás e a construção da Rodoviária da cidade.
 
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2002, o edifício compõe o acervo Arquitetônico e Urbanístico Art Déco da capital, com dois afrescos pintados por Frei Nazareno Confaloni.


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