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Othaniel Alcântara
Othaniel Alcântara

Othaniel Alcântara é professor de Música da Universidade Federal de Goiás (UFG) e pesquisador integrado ao CESEM (Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical), vinculado à Universidade Nova de Lisboa. othaniel.alcantara@gmail.com / othaniel.alcantara@gmail.com

Música Clássica

A música na corte do "Rei-Sol"

| 03.10.19 - 18:09
Othaniel Alcântara Jr.


Luís XIV (1638-1715) é frequentemente apresentado como o exemplo máximo do soberano absoluto. A “corte” do Rei-Sol foi algo único e o próprio monarca é considerado um fenômeno singular e exclusivo de seu tempo. Cabe lembrar que Luís subiu ao trono em 1643, com apenas 4 anos de idade e, assessorado pelo cardeal e primeiro-ministro Mazarin, soube utilizar não apenas o controle fiscal e militar de seus domínios, mas também criar uma eficiente “máquina de propaganda” governamental. Estratégias como essas tornaram possível a construção de uma valiosa imagem pública para o rei, transformando-o em um símbolo de glória e, acima de tudo, numa fiel representação de Deus na terra.
 
Evidentemente, entende-se aqui pelo termo “imagem” não apenas aquela como foi retratada, por exemplo, em pinturas e esculturas, mas também aquela carregada de sentido metafórico, projetada em poemas, peças teatrais, óperas, balés etc. Enfim, ocorreu um verdadeiro “marketing político” direcionado, em especial, à “dominação” das classes altas da França e que também despertou uma boa impressão nas cortes estrangeiras. (BURKE, 1994, pp. 13, 56 e 165; ELIAS, 1969, pp. 21 e 44; SCHWARCZ, 2000, p. 258).

Nesse cenário, destaca-se a junção da arte e do poder no processo de manipulação do imaginário (coletivo) simbólico. Particularmente relevante para este texto é conhecer o papel da música nessa conjuntura. Entretanto, é pertinente lembrar, antes de qualquer coisa, que no século XVII, as atividades musicais de grande porte eram possíveis apenas quando decorrentes de patrocínio. Se na Itália era comum o apoio dos mecenas da classe burguesa ou da Igreja, na França existia um único patrono, o rei.

 
Luís XIV da França (1702)



Da esquerda para a direita:
O Cardeal Richelieu, Luís XIII, o Delfim (Futuro Luís XIV), Ana da Áustria e a duquesa de Chevreuse.

 
Particularmente na estrutura hierárquica da sociedade de corte do Rei-Sol, as equipes de artistas eram dirigidas por comitês de patrocinadores. Acerca disso, Peter Burke (1994, p. 70) esclarece que se pensarmos essa estrutura na forma de um organograma, no topo estaria Luís XIV “que intervinha eventualmente para encomendar determinadas obras (...)”. Imediatamente abaixo do monarca viria Jean-Baptiste Colbert (1619-1683), o ministro da economia que, por sua vez, era aconselhado por um representante de cada área artística, exceto a música. A área musical (incluindo o balé e a ópera) era controlada diretamente por Jean-Baptiste Lully (1632-1687).


Jean-Baptiste Lully (1632-1687)
Surintendant de la Musique du Roy
Ao fundo: um grupo de músicos da corte do Rei-Sol.

 
Peter Burke está falando, mais precisamente, do italiano Giovanni Battista Lulli (1632-1687) que, ao se transferir, ainda jovem, para a França, passou a ser chamado de Jean-Baptiste Lully. Este músico logo se tornou amigo do rei e, com o tempo, monopolizou o comando das atividades musicais em Versalhes (corte) e Paris (Ópera de Paris).

Clique aqui “Lully e o 'cajado' da morte”
para ler mais a respeito do mais importante compositor do Barroco francês.


A supramencionada amizade entre Lully e o Rei-Sol se originou, de forma inusitada, nos palcos, quando, por cerca de 30 vezes, dançaram juntos nos balés da corte (NUNES, 2015, p. 54). Sim! Luís XIV teve uma brilhante e extensa carreira de bailarino. O “projeto de performance do rei” havia sido iniciado em 1651, quando ele tinha 13 anos, e durou 20 anos, aproximadamente. (FRANKO, 2000, p. 82).

No entanto, costuma-se dizer que, de fato, a amizade entre os dois jovens teve origem durante os ensaios de Le ballet royal de la nuit, em 1653. Curiosamente, a alcunha de Rei-Sol surgiu também naquela ocasião, quando o monarca, aos 14 anos, fez o papel de Apolo - deus do sol na mitologia grega - que, em sua juventude, havia matado a gigantesca serpente Píton (NUNES, 2015, p. 107). Esta, supostamente, seria uma analogia às possíveis desordens e/ou aos inimigos da França.


Luís XIV com o figurino da personagem sol (Le Ballet de la nuit, 1653)
Fonte: Wikimedia Commons


 

Compartilhando da opinião do maestro Arcadio Minczuk, nota-se que as atividades musicais em Paris e Versalhes, sob a liderança musical e empresarial de Jean-Baptiste Lully, seguiu a linha de atuação política de seu amigo e soberano, ou seja, aquela de cunho absolutista (MINCZUK, 2014, pp. 16 e 17).

É sabido que, sob o comando de Lully, tanto a Banda1 Vingt-Quatre Violons du Roy em Versalhes, quanto a “Orquestra” da Académie Royale de Musique (criada em 1672; atual Opéra National de Paris) se tornaram os mais disciplinados e reconhecidos conjuntos musicais europeus daquele período (SPITZER e ZASLAW, 2004, p. 72).

Abaixo, os grandes eixos que sustentavam a produção artística na corte de Luís XIV em Versalhes:

1) Chambre (Câmara), formado por 2 grupos:

    - Les Petits Violons (Os pequenos violinos)
       Leia: 
Les Petits Violons  (postado em 16/09/2019)   
                                                  

    - Vingt-Quatre Violons du Roy (Os 24 Violinos do Rei)
        Leia: Os 24 Violinos do Rei (postado em 24/04/2019)
                                                                                             
2) La Grande Écurie
      Leia: La Grande Écurie - a música dos estábulos na França 
        (
postado em 02/10/2019)

3) Chapelle Royale (Capela Real)
 
______

NOTA:

1) Banda/Band/Bande: "Esse termo foi utilizado amplamente para designar as orquestras da corte de Luís XIV. É legado pela tradição de agrupamentos musicais que uniam instrumentos de diferentes características sonoras, chamados de bandes, as bandas [...]. O vocábulo passou a representar a orquestra francesa no século XVII". (Prust, 2019, p. 22).



Leia também:

Os 24 Violinos do Rei (postado em 20/4/2019)

Les Petits Violons (postado em 16/9/2019)

La Grande Écurie (postado em 2/10/2019)

Lully e o "cajado" da morte (postado em 18/9/2019)

A família francesa do violino (postado em 9/3/2020).

“O que é uma orquestra?” (postado em 14/3/2019).   

Conjuntos pré-orquestrais (postado em 22/3/2019)
 
A “Orquestra” de Monteverdi (postado em 4/4/2019)

A batuta (postado em 23/5/2019) 

Atribuições do regente de orquestra (postado em 12/7/2019)

O violino e sua representação no Renascimento (postado em 12/7/2019)

O violino e suas origens (postado em 2/8/2019)



REFERÊNCIAS:

BURKE, Peter. A Fabricação do Rei: a construção da imagem pública de Luís XIVTradução, Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.

ELIAS, Norbert. A Sociedade de Corte: investigação sobre a sociologia da realeza e da aristocracia de corte. Tradução, Pedro Süssekind; prefácio, Roger Chartier. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
 
FRANKO, Mark. Inversões figurais do corpo dançante de Luís XIV. Tradução, Ana Teixeira e Marcelo Fernandes. Dança: Revista do Programa de Pós-Graduação em Dança da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, v. 4, n. 1 pp. 76-95, jan./jun. 2015

MINCZUK, Arcadio. O contexto histórico, político e econômico de orquestras sinfônicas do Brasil. São Paulo, 2014. Tese (Doutorado). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

NUNES, Bruno Blois. As danças de corte francesa de Francisco I a Luís XIV: história e imagem. Pelotas/RS, 2015, 125p. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal de Pelotas.

Prust, M. T. Le roi des instruments : a constituição da família do violino da França e seus usos na corte de Luís XIV de 1653 a 1687 (Dissertação de mestrado). Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil, 2017.

SCHWARCZ, Lilia K. Moritz. A Fabricação do Rei: a construção da imagem pública de Luís XIV. Revista Antropológica, São Paulo, v. 43, n. 1, p. 257-261, 2000.

SPITZER, John; ZASLAW, Neal. The Birth of the Orchestra: history of an institution, 1650-1815. New York: Oxford University Press Inc., 2004.


Comentários

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  • 01.02.2024 15:15 Amanda Silva Cordeiro

    Muito interessante perceber como esse texto se relaciona com a minha própria área de estudos, que é relações internacionais. Luís XIV é objeto de estudos por diversos internacionalistas pela forma como exercia o soft power pessoal dele e do Estado francês através de meios artísticos, seja pela moda, pelo teatro e, agora, pela música. A melhor parte deste artigo é saber que ele também buscava exercer essa influência e fazer a propaganda dele para as pessoas que também estavam próximas e presentes em sua corte, o que é particularmente fascinante. O Rei-Sol, era vaidoso e absolutamente esperto, é incrível ver como ele pode pegar a arte e usá-la como uma forma de manobrar as massas.

  • 28.01.2024 18:41 Gabriel Costa Paz

    A organização disciplinada das orquestras, como os Vingt-Quatre Violons du Roy, reflete o empenho em criar conjuntos musicais de renome, contribuindo para a grandiosidade da corte. A divisão em "Chambre", "La Grande Écurie", e "Chapelle Royale" oferece uma visão abrangente das diferentes facetas da produção artística na corte de Luís XIV. A trajetória de Luís XIV como bailarino, culminando na alcunha de Rei-Sol durante a representação de Apolo, adiciona um toque intrigante à narrativa. A interconexão entre a performance artística e a política absolutista, liderada por Lully, evidencia a eficácia do uso da música como um meio de consolidar a imagem do monarca.

  • 27.01.2024 00:36 Kaic Toledo Camilo

    Professor, na corte do Rei-Sol, Professor Luís XIV, frequentemente apresentado como o expoente máximo do soberano absoluto, desenvolveu uma máquina de propaganda governamental eficaz. Sua imagem, meticulosamente construída, o transformou em símbolo de glória e representação de Deus na terra. A música desempenhou papel crucial nesse contexto, especialmente sob o comando de Jean-Baptiste Lully. Com o monopólio sobre atividades musicais em Versalhes e Paris, Lully, amigo íntimo do rei, consolidou conjuntos musicais notáveis, como a Banda Vingt-Quatre Violons du Roy. O cenário artístico na corte de Luís XIV incluía grupos como Les Petits Violons, Vingt-Quatre Violons du Roy, La Grande Écurie e Chapelle Royale, refletindo uma fusão eficiente de arte e poder no século XVII francês.

  • 25.01.2024 17:06 Arthur Borges Taveira

    O texto destaca o papel central de Luís XIV na manipulação simbólica através do "marketing político", utilizando a música como uma ferramenta de poder. Luís XIV, soberano absoluto, empregou a arte como uma eficiente "máquina de propaganda" governamental, sendo o único patrono para atividades musicais significativas na França. A estrutura hierárquica da corte incluía comitês de patrocinadores, liderados por Luís XIV, Jean-Baptiste Colbert e, na música, por Jean-Baptiste Lully. A amizade entre Luís XIV e Lully, formada nos palcos, fortaleceu-se durante os ensaios de "Le ballet royal de la nuit". As atividades musicais sob a liderança de Lully refletiram a abordagem política absolutista de Luís XIV.

  • 23.01.2024 19:41 Orlando Torquato da Silva Neto

    O texto destaca a influência política e ideológica da corte do Rei Luís XIV, evidenciando como a música e as artes foram utilizadas como ferramentas de propaganda para construir a imagem do monarca como uma representação terrena de Deus. Além disso, ressalta a importância do mecenato real para sustentar as atividades musicais de grande porte na época. O fato de Luís XIV ter tido uma extensa carreira como bailarino e a amizade com Jean-Baptiste Lully, um renomado compositor e regente, são aspectos interessantes que demonstram a estreita relação entre a música e o poder político na corte do Rei-Sol.

  • 17.01.2024 19:57 MARCEL FAZANI BORGES

    O texto explora o cenário político e ideológico da corte do Rei Luís XIV, conhecido como o Rei-Sol, durante o período do absolutismo na França. Destaca-se a construção cuidadosa da imagem do monarca por meio de estratégias de marketing e propaganda, transformando-o em uma representação terrena de Deus. Luís XIV, desde a sua juventude, assumiu o trono e desempenhou um papel fundamental na promoção das artes, especialmente da música, ao patrocinar apresentações para entretenimento e engrandecimento. A amizade com Jean-Baptiste Lully, renomado compositor e regente, é evidenciada, assim como o fato peculiar de Luís XIV ter tido uma extensa carreira como bailarino, culminando com a atribuição do título de Rei-Sol ao interpretar o papel de Apolo. O texto também destaca a relevância do mecenato real para sustentar atividades musicais de grande porte na época. O texto explora o cenário político e ideológico da corte do Rei Luís XIV, conhecido como o Rei-Sol, durante o período do absolutismo na França. Destaca-se a construção cuidadosa da imagem do monarca por meio de estratégias de marketing e propaganda, transformando-o em uma representação terrena de Deus. Luís XIV, desde a sua juventude, assumiu o trono e desempenhou um papel fundamental na promoção das artes, especialmente da música, ao patrocinar apresentações para entretenimento e engrandecimento. A amizade com Jean-Baptiste Lully, renomado compositor e regente, é evidenciada, assim como o fato peculiar de Luís XIV ter tido uma extensa carreira como bailarino, culminando com a atribuição do título de Rei-Sol ao interpretar o papel de Apolo. O texto também destaca a relevância do mecenato real para sustentar atividades musicais de grande porte na época. O texto explora o cenário político e ideológico da corte do Rei Luís XIV, conhecido como o Rei-Sol, durante o período do absolutismo na França. Destaca-se a construção cuidadosa da imagem do monarca por meio de estratégias de marketing e propaganda, transformando-o em uma representação terrena de Deus. Luís XIV, desde a sua juventude, assumiu o trono e desempenhou um papel fundamental na promoção das artes, especialmente da música, ao patrocinar apresentações para entretenimento e engrandecimento. A amizade com Jean-Baptiste Lully, renomado compositor e regente, é evidenciada, assim como o fato peculiar de Luís XIV ter tido uma extensa carreira como bailarino, culminando com a atribuição do título de Rei-Sol ao interpretar o papel de Apolo. O texto também destaca a relevância do mecenato real para sustentar atividades musicais de grande porte na época. O texto explora o cenário político e ideológico da corte do Rei Luís XIV, conhecido como o Rei-Sol, durante o período do absolutismo na França. Destaca-se a construção cuidadosa da imagem do monarca por meio de estratégias de marketing e propaganda, transformando-o em uma representação terrena de Deus. Luís XIV, desde a sua juventude, assumiu o trono e desempenhou um papel fundamental na promoção das artes, especialmente da música, ao patrocinar apresentações para entretenimento e engrandecimento. A amizade com Jean-Baptiste Lully, renomado compositor e regente, é evidenciada, assim como o fato peculiar de Luís XIV ter tido uma extensa carreira como bailarino, culminando com a atribuição do título de Rei-Sol ao interpretar o papel de Apolo. O texto também destaca a relevância do mecenato real para sustentar atividades musicais de grande porte na época. texto explora o cenário político e ideológico da corte do Rei Luís XIV, conhecido como o Rei-Sol, durante o período do absolutismo na França. Destaca-se a construção cuidadosa da imagem do monarca por meio de estratégias de marketing e propaganda, transformando-o em uma representação terrena de Deus. Luís XIV, desde a sua juventude, assumiu o trono e desempenhou um papel fundamental na promoção das artes, especialmente da música, ao patrocinar apresentações para entretenimento e engrandecimento. A amizade com Jean-Baptiste Lully, renomado compositor e regente, é evidenciada, assim como o fato peculiar de Luís XIV ter tido uma extensa carreira como bailarino, culminando com a atribuição do título de Rei-Sol ao interpretar o papel de Apolo. O texto também destaca a relevância do mecenato real para sustentar atividades musicais de grande porte na época.

  • 15.01.2024 15:28 Filipe Castro Saraiva

    É bem comum a gente ver as pessoas falando para separar a arte, cultura, entre outras coisas do tipo de política mas estudando a história podemos ver como esses meios influenciam tanto indiretamente quanto diretamente em todas as questões dentro de uma sociedade. No texto é abordado como a música era utilizada para aumentar a influência do Rei Luís XIV.

  • 14.01.2024 20:55 Carlos Eduardo Neves de Sá

    O texto aborda o papel político e ideológico da arte na corte do Rei Luís XIV, conhecido como o Rei-Sol, durante o absolutismo na França. Destaca-se a construção da imagem do soberano através de estratégias de marketing e propaganda, tornando-o uma representação de Deus na terra. Luís XIV, desde tenra idade, assumiu o trono e desempenhou um papel crucial na consolidação das artes, especialmente na música, patrocinando apresentações para entretenimento e engrandecimento. A amizade com Jean-Baptiste Lully, compositor e regente, é ressaltada, assim como o fato curioso de Luís XIV ter tido uma extensa carreira de bailarino, recebendo o título de Rei-Sol ao interpretar Apolo. O texto também enfatiza a importância do mecenato real para atividades musicais de grande porte na época.

  • 10.01.2024 20:15 Giovanna Teodoro Melo Pereira

    Muito interessante perceber como a arte desde a antiguidade pode ser utilizada como estratégia política e que funciona muito bem, tanto é que Luís XIV foi visto como um exemplo máximo de soberano absoluto. Até os dias atuais há a fusão entre arte e poder na manipulação do imaginário simbólico coletivo, onde a música desempenha um papel significativo nesse contexto.

  • 07.01.2024 14:06 Matheus Henrique Bernardes Daniel

    O texto demonstra o papel da arte como um mecanismo político/ideológico. A figura de Luís LIX, o soberano exemplar do absolutismo, conhecido como o rei sol, fez-se construída por meio de muito marketing e propaganda, o tornando à época a representação de Deus na terra, no imaginário da nobreza. Muito interessante ver como Luís patrocinava as apresentações musicais como forma de se engrandecer e entreter seus súditos. O texto ainda traz que Jean-Baptiste Lully foi um músico muito importante que era amigo pessoal do rei e comandava as performances musicais na corte em Versalhes e também em Paris. A informação que Luís XIV teve uma carreira de bailarino que começou bem cedo e perdurou por cerca de 20 anos me chocou um pouco e que recebeu o nome de Rei Sol justamente por interpretar Apolo durante uma de suas apresentações aos 14 anos. É muito curioso como sempre há histórias interessantes e pouco conhecidas por trás de nomes tão consolidados e marcantes.

  • 04.01.2024 23:54 Isabela Moreira Bianchi

    O rei Luís XIV, também conhecido como o Rei-Sol, assumiu o trono francês com somente 4 anos de idade, tornando-se uma figura importante em todos os quesitos sociais, e, portanto, assumindo um papel fundamental para a consolidação das artes do período. É intrigante saber que, no contexto musical, o Rei-Sol teve grande importância como patrocinador e grande apoiador das bandas precursoras das orquestras, principalmente após fazer amizade com Jean-Baptiste Lully — o ilustre compositor e regente conhecido por seu cajado.

  • 03.01.2024 16:58 Janaina Sacramento Rocha

    É interessante saber que as atividades musicais de grande porte só eram possíveis quando patrocinadas, seja pela igreja ou burguesia como foi no caso da Itália, seja por meio de um reinado absolutista e manipulador como no caso da França por Luís XIV cujo era o único patrocinador. O texto fala sobre os gostos de Luís XIV pela música, pela arte, pela dança, e como utilizava-se disso para demonstrar a sua grandiosidade. Também trata-se de sua amizade com Lully, o mais renomado compositor barroco francês, e que durante a sua carreira teve um fim trágico após machucar o pé com sua ferramenta de trabalho; Lully obedecia aos gostos do seu amigo elaborando obras para ele.

  • 18.12.2023 08:07 Jordanna Coelho Neves

    Interessante saber que Luís XIV, conhecido como o Rei Sol, foi um grande patrono das artes e da música em sua corte em Versalhes. Onde sua influência na música apelava para seus gostos, ou seja, obras com grandiosidade. Como mencionado no texto ele valorizava a música e a dança, estabelecendo a Ópera Real de Versalhes e promovendo a produção de obras grandes, como óperas e balés. Contratou músicos renomados e compositores talentosos, tornando Versalhes um centro cultural de prestígio na Europa.

  • 18.09.2022 23:37 Nicolle Maria Oliveira de Moraes

    Luís XVI, além de seu reinado, teve uma carreira como bailarino, em que o projeto "Performance do rei", durou 20 anos. Além disso, o amigo Lully, do rei, tinha o controle musical e empresarial ainda seguiu a perspectiva política e soberana do rei sol.

  • 17.09.2022 23:22 ALYNE B CAVALCANTE

    Infelizmente, não é de se surpreender que a música esteve alienada ao interesse da corte, mais precisamente do próprio Rei Luís XIV que implementou o absolutismo na França, ainda mais que a música dependia, até então, de patrocínio. Mas, ainda assim, houveram tantos aperfeiçoamentos e grandes obras foram executadas, enriquecendo o modo de se fazer música. Por fim, os últimos anos de seu reinado foram marcados por guerra, os gastos com esta guerra e com o luxo excessivo acabaram por deixar o país à beira da falência, provocando a disseminação do grupo Os 24 violinos do Rei.

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Othaniel Alcântara é professor de Música da Universidade Federal de Goiás (UFG) e pesquisador integrado ao CESEM (Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical), vinculado à Universidade Nova de Lisboa. othaniel.alcantara@gmail.com / othaniel.alcantara@gmail.com

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