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Othaniel Alcântara
Othaniel Alcântara

Othaniel Alcântara é professor de Música da Universidade Federal de Goiás (UFG) e pesquisador integrado ao CESEM (Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical), vinculado à Universidade Nova de Lisboa. othaniel.alcantara@gmail.com / othaniel.alcantara@gmail.com

Música Clássica

A batuta

| 23.05.19 - 17:03 Othaniel Alcântara Jr.

 
Nos tempos em que atuei como violinista da Orquestra Filarmônica de Goiás (OFG) - década de 1980 ao início dos anos 1990 - era comum algum conhecido me perguntar o nome e também, qual a função daquele “pauzinho” na mão do regente. Considerando o título deste texto, podemos deduzir que no universo da música “clássica”, aquele objeto, semelhante às varinhas usadas pelos bruxos de Hogwarts, é denominado “batuta”. 
 
Em via de regra, o uso da batuta está mais associado à figura do regente de uma orquestra. E, quanto a sua função, de acordo com Neylson Crepalde (2015, p. 42), ela serve, basicamente, para ampliar os gestos do condutor, tornando-os mais inteligíveis, mais claros e precisos para os oitenta, noventa músicos (em média) que integram uma orquestra sinfônica/filarmônica atual.

 

Maestro Neil Thomsom em concerto com a Orquestra Filarmônica de Goiás (OFG)
(Foto: Rafaella Pessoa)
 

É importante esclarecer, no entanto, que os gestos do regente não servem apenas para marcar o ritmo da música durante os ensaios e apresentações (concertos). Tampouco a função deste profissional se restringe a conferir em sua “partitura” - que contém as linhas musicais (“partes”) de todos os instrumentos e/ou vozes -, se os artistas estão tocando todos os elementos musicais (notas, ritmo, dinâmica etc.) grafados pelo compositor em uma determinada obra musical. Ora, é preciso mais do que isso para concretizar um processo de recriação artística. Nessa direção, Crepalde (2015, p. 35) argumenta que o condutor é, na realidade, o “intérprete” da obra que os demais instrumentistas do grupo executam. Para tanto, este artista deve demonstrar vários saberes próprios do campo musical e, até mesmo, alguns outros extramusicais. Um detalhamento sobre o ofício do regente será apresentado na próxima postagem.

A batuta de Spohr
 
Parece que não existe consenso quanto às informações sobre a invenção do modelo atual da batuta. Muitos historiadores, entre eles Norman Lebrecht (2002, p. 28) e Dorothy B. Commins (1961, p. 55), apontam o nome do germânico Ludwig “Louis” Spohr (1784-1859) como sendo o primeiro músico a usar uma batuta moderna. Tal fato teria acontecido em um concerto realizado pela Sociedade Filarmônica de Londres, em 1820.

 
 
 

O uso da batuta é facultativo. Ao longo dos séculos XX e XXI, alguns dos mais renomados regentes do mundo optaram por usar apenas as mãos na condução de uma orquestra. Nesse pequeno grupo encontram-se, entre outros, o inglês Leopold Stokowski (1882-1977), que conduziu a orquestra do filme Fantasia (1940) da Disney; o francês Pierre Boulez (1925-2016); o alemão Kurt Masur (1927-2015) e o letão Mariss Jansons (1943).

 

Maestro Marris Jansons regendo a Orquestra Filarmônica de Berlim
Trecho da Sinfonia Fantástica do compositor francês Hector Berlioz (1803-1869)
 


Antes da batuta de Spohr
 
É relevante mencionar aqui, a título de contextualização, que a instituição “orquestra”, como a conhecemos atualmente, esteve em processo de estruturação durante o Período Barroco (1600-1750, aproximadamente). No século XVII, por exemplo, raramente esses conjuntos musicais contavam com um número maior do que doze músicos, sendo quase que obrigatório que um deles fosse um instrumentista de teclas (cravista ou organista). Também cabe relatar que, praticamente, não havia concertos públicos. O consumo de música orquestral, em geral, era exclusivo da igreja ou da nobreza, os principais empregadores daquela época.
 
A liderança da orquestra nas principais cortes europeias daquela época, era exercida pelo ocupante do cargo de mestre de capela (em italiano: maestro di capella; em alemão: Kapellmeister; em português europeu antes do AO-1990: mestre-de-capela). Esse termo, de acordo com Norman Lebrecht, teria sido criado em Veneza para o compositor Claudio Monteverdi e serviria para designar as funções da primeira geração de regentes. De fato, esse profissional acumulava as atividades de compositor, professor, copista, administrador, instrumentista e regente. Acrescenta o autor que , naqueles tempos, “esperava-se que o compositor participasse da execução de sua própria música e a dirigisse” (LEBRECHT, 2002, p.26). 
 
No decorrer do século XVII, existiram duas figuras responsáveis pela condução da orquestra: o Kapellmeister e o Konzertmeister. O primeiro deles era o tecladista (cravista ou organista) que, na maioria das vezes, era o próprio compositor. Curiosamente, esse intérprete, exercia duas funções ao mesmo tempo: tocar seu instrumento e liderar (marcar o ritmo etc.) do grupo. O segundo, o Konzertmeister, era representado pelo primeiro violinista (ou spalla). Este músico, acompanhando a liderança de seu colega Kapellmeister, ora tocava as passagens de solo, ora conduzia os demais instrumentistas na execução, transmitindo-lhes o estilo e o sentido da música. Mas, nesse caso, usava o arco de seu violino em vez de uma batuta que, naquele tempo, tratava-se de um simples rolo de papel ou de couro. (COMMINS, 1961, p. 54; CREPALDE, 2015, p. 42; LEBRECHT, 2002, p. 26).
 
Contudo, como era de se esperar, “essa obediência a dois mestres - ao primeiro violino e ao músico ao teclado - não produzia resultados satisfatórios” (COMMINS, 1961, p. 54). Trazendo a opinião de N. Crepalde, a condução compartilhada era problemática, pois esses regentes podiam discordar em suas decisões ou dividir a atenção dos instrumentistas (CREPALDE, 2015, p. 42). O caminho natural foi, então, optar por apenas um desses músicos para a tarefa de líder.
 
Assim sendo, ainda no século XVII, teve destaque a figura do mestre de música da corte de Luís XIV (“Rei Sol”), o italiano Giovanni Battista Lulli (1632-1687) - Jean-Baptiste Lully para os franceses - que, entre outros conjuntos, liderou os famosos 24 Violinos do Rei. Este excelente violinista, em vez de brandir um arco ou bater um pé para marcar o ritmo durante a performance de sua orquestra, preferia bater um grande bastão (uma espécie de cajado) no chão (LEBRECHT, 2002, p. 26). Na França, a partir de Lully, os regentes passariam a ser identificados pelo termo batteurs de mesure (encarregado de “bater o compasso”).
Todavia, essa técnica de regência “ruidosa” tornou-se fatal para Lully. Por ocasião da apresentação de um Te Deum, composto para celebrar a cura de uma doença do monarca francês Luís XIV, o maestro acabaria atingindo fortemente o seu pé com a sua “ferramenta” de trabalho. Em seguida, em decorrência de uma forte infecção, contraiu gangrena. Não há consenso entre os historiadores de música sobre o que aconteceu após esse terrível acidente. Para alguns autores, Lully teria se recusado a amputar o pé, falecendo poucos meses depois do trágico concerto. Para outros como Norman Lebrecht, o compositor teria passado por “várias amputações”, morrendo “em prolongada agonia” (LEBRECHT, 2002, p. 26).
 
Nas décadas seguintes, variando de lugar e de momento, a condução de um grupo orquestral, esteve sob a responsabilidade do cravista ou organista e, posteriormente, do spalla, antes do surgimento, mais adiante, da figura do maestro especialista. 
 
É verdade que muitas orquestras do século XVIII continuaram a contar com a condução do cravista ou organista na condição de único líder. Essa versão de condutor costumava reger com uma das mãos (normalmente a direita) enquanto tocava com a outra. Esse foi o caso de compositores barrocos como, por exemplo, os germânicos Johann Sebastian Bach (1685-1750) e Georg Friedrich Händel (1685-1759), bem como dos clássicos austríacos Franz Joseph Haydn (1732-1809) e Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791). Porém, esse tipo de regência do tecladista se tornaria impraticável. Para se ter uma ideia, no Período Clássico (1750-1810, aproximadamente), uma orquestra contava normalmente com, pelo menos, 38 músicos, mas, outras vezes, poderia se apresentar com quase 50 instrumentistas. 
 
O modelo de regente especialista começaria a ser observado no final do século XVIII. Como exemplo desse profissional “moderno”, costuma-se citar o violinista virtuose e compositor checo Johann Stamitz (1717-1757). Este músico ocupou brilhantemente o posto de mestre de capela na corte de Mannheim (Alemanha). Consta da historiografia musical, que esse líder introduziu inovações que revolucionaram a prática orquestral. São atribuídas a tal artista a organização dos naipes da orquestra (cordas, sopros, metais etc.), ou seja, a estrutura sinfônica atual. Por outro lado, este condutor recorreu a novos parâmetros de dinâmica que incluíam, além do tradicional contraste forte-piano, os recursos do “crescendo e decrescendo, além de acentuações e de alguns tipos de efeito” (MACEDO, 2016, p. 20). De tal modo, acabou conseguindo grande “refinamento interpretativo” de seus comandados (CREPALDE, 2015, pp. 42-43). 
 
Adentrando o século XIX, fatores como o contínuo desenvolvimento dos instrumentos, o aumento da complexidade das obras sinfônicas e, por conseguinte, a ampliação no número de executantes, bem como o acréscimo de diferentes instrumentos, estimularam a mudança nas práticas de regência. Logo, surgiu, de fato, a figura do regente moderno. 
 
Consequentemente, no lugar das antigas técnicas ruidosas do batteurs de mesure de Lully e de seus seguidores, ou a forma confusa da liderança compartilhada entre Kapellmeister e Konzertmeister, entra em cena a atual modelo de batuta, modelo este utilizado e convencionado pelo compositor Louis Spohr. 
 
*A batuta pode ser feita com diversos materiais: madeira, fibra de vidro, carbono etc. Embora possa ter tamanhos diferenciados, os modelos mais utilizados medem em torno de 13” a 16”.


 
Leia também:
A “Orquestra” de Monteverdi (postado em 4/4/2019)

Os 24 Violinos do Rei (postado em 20/4/2019)

Les Petits Violons (postado em 16/9/2019)

La Grande Écurie (postado em 2/10/2019)

A família francesa do violino (postado em 9/3/2020).

O violino e sua representação no Renascimento (postado em 12/7/2019)

O violino e suas origens (postado em 2/8/2019)
 


Referências Bibliográficas
 
CREPALDE, Neylson. O maestro, a orquestra e a racionalização das práticas musicais. Belo Horizonte, 2015, 76p. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais. 
 
DOROTHY, Berliner Commins. A Orquestra Sinfônica. Tradução de Gisela Brigitte Laub. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 1961.
 
MACEDO, Israel Cardoso. Refletindo sobre as competências do regente: três pré-requisitos para um regente planejar um ensaio eficiente. São Paulo, 2016, 35p. Trabalho de Pós-Graduação em Regência. Faculdade Mozarteum de São Paulo.
 
LEBRECHT, Norman. O Mito do Maestro. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2022.
 

 
 


Comentários

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  • 07.08.2024 22:21 Jônatas Ferreira de Jesus

    O autor vai além ao esclarecer que o papel do regente não se limita a marcar o ritmo, mas envolve a interpretação artística da obra, demonstrando conhecimentos musicais e extramusicais. Essa visão mais profunda do trabalho do regente enriquece o texto e oferece uma perspectiva mais completa sobre o ofício. A seção sobre a história da batuta é bem fundamentada, mencionando historiadores como Norman Lebrecht e Dorothy B. Commins, e atribuindo a Ludwig Spohr a introdução do modelo moderno da batuta. Esse contexto histórico adiciona valor ao texto, mostrando a evolução do uso da batuta na regência.

  • 07.08.2024 16:07 Giovanna Felix da Costa

    O texto traz não só clareza sobre a historia e as adaptações que as orquestras passaram ao longo dos anos, mas também traz clareza sobre um objeto que representa muito sobre a historia e melhorias das orquestras que muitas vezes passa desapercebido para os leigos da musica clássica. E interessante que o texto mostre como um objeto simples pode passar tantas informações e trabalhar tantos conceitos e alterações complexas para a apresentação de uma obra.

  • 06.08.2024 13:22 Tulio Henrique

    O uso da batuta é mais associado à figura do regente de uma orquestra,serve basicamente, para ampliar os gestor de quem conduz a orquestra tornando-se mais claros e preciso para oitenta,noventa músicos que integra a orquestra sinfônica atual.As informações sobre a invenção do modelo atual da batuta aponta Ludwig "Louis"Spohr como o primeiro músico a usar a batuta moderna em 1784-1859,teria acontecido em um concerto pela sociedade Filarmônica de Londres em 1820

  • 03.08.2024 01:30 Francisco de Azevedo Castro Neto

    O texto oferece uma análise detalhada e fascinante da função e história da batuta na regência orquestral. A partir de sua experiência pessoal e pesquisa histórica, Alcântara explica como a batuta facilita a comunicação entre o regente e os músicos, traçando sua evolução desde o Período Barroco até o modelo moderno atribuído a Ludwig Spohr. Com informações ricas e bem contextualizadas, o texto é uma leitura essencial para qualquer entusiasta

  • 31.07.2024 00:46 Andressa de Barros Duarte

    O texto apresenta uma visão histórica e funcional sobre a batuta, objeto utilizado pelos regentes de orquestra. Inicialmente, contextualiza sobre esse "pauzinho" na mão do maestro, identificando-o como batuta. Explica que sua principal função é ampliar os gestos do regente, tornando-os mais claros para os músicos. Também destaca que a batuta é opcional, citando renomados maestros que preferiram usar apenas as mãos. O texto traça a evolução da liderança de orquestras, desde o uso de métodos rudimentares até a introdução da batuta moderna por Ludwig Spohr.

  • 28.06.2024 11:18 Lucas Cruz

    Muito interessante compreender a figura do regente e da batuta não só como meros "fiscalizadores" de partitura, mas também como interprete e artista da música. O instrumento em si como prolongação do corpo do regente tem papel fundamental não só para os músicos como para o público na experiência de se assistir a uma orquestra.

  • 11.04.2024 00:59 Saulo Ribeiro

    Ironicamente, graças a aula de regência que tive na semana passada, conheci a história do regente Jean-Baptiste Lully e a lesão que o levou a morte, graças a uma pancada no pé, provocada pelo uso de um cajado. Destaco o profissionalismo consagrado pelo violinista tcheco Johann Stamitz e a famosa escola de Mannheim, responsáveis diretas pela modernização da atividade do regente e organização dos músicos em cima do palco. Um detalhe que eu desconhecia completamente era que cravista ou organista precederam o spalla, no papel de condutor da orquestra.

  • 10.04.2024 20:15 Vitor Davi Ferreira

    O texto fornece uma perspectiva fascinante sobre a evolução da orquestra e o papel do regente, enfatizando a importância da batuta como uma ferramenta para amplificar os gestos do condutor. A discussão sobre a falta de consenso em relação à invenção da batuta moderna, assim como a referência a Ludwig “Louis” Spohr como o primeiro músico a adotá-la, evidenciam a complexidade da história da música. Além disso, o texto destaca a progressão da orquestra desde o período barroco, quando era liderada pelo mestre de capela, até a formação da orquestra moderna. A descrição das diversas funções desempenhadas pelo mestre de capela ressalta a versatilidade desse papel. Por fim, a menção aos regentes renomados que optaram por conduzir a orquestra apenas com as mãos demonstra a diversidade de abordagens na regência de uma orquestra.

  • 01.02.2024 15:08 Amanda Silva Cordeiro

    O texto “A batuta” é um interessante ensaio sobre a relação entre a ética e a música na Antiguidade Clássica grega. É interessante a explicação sobre como os filósofos gregos concebiam a música como uma forma de educação moral e política, capaz de influenciar o caráter e o comportamento dos cidadãos. Além de também destacar o papel da paideia, o sistema educacional grego, que incluía a música como uma disciplina fundamental para o desenvolvimento da virtude e da sabedoria.

  • 31.01.2024 17:42 Lara Fabiana Cardoso de Neiva Araujo

    O texto explicitou bem o que é a batuta e sua função no contexto da orquestra, sendo interessante o quao esse objeto mudou seu significado ao longo dos anos com historias extremamente interessante como o caso fatal de Lully. Apenas em 1820 foi utilizada a Batuta, sendo que a orquestra já existia a milhares de anos.

  • 28.01.2024 18:37 Gabriel Costa Paz

    A narrativa sobre Lully e sua "ferramenta" de trabalho foi intrigante, mas ao mesmo tempo trágica. Imaginar a transição das conduções compartilhadas para a figura do regente especialista, como Stamitz, e o refinamento interpretativo que ele introduziu, é realmente inspirador. Acho interessante como a batuta, além de guiar a orquestra, serve como extensão dos gestos do regente, tornando a comunicação mais clara para os músicos. E pensar que ela pode ser feita de diferentes materiais, como madeira, fibra de vidro e carbono, adiciona uma camada moderna à tradição.

  • 27.01.2024 00:30 Kaic Toledo Camilo

    Caro professor, ao explorar a trajetória da batuta na história da regência, mergulhamos em um enredo fascinante que destaca a figura seminal de Ludwig Spohr. No século XIX, esse músico não apenas introduziu a batuta moderna como uma ferramenta pragmática, mas a elevou a uma extensão de sua expressão artística. A evolução do papel do regente, desde os tempos barrocos até o surgimento do especialista no final do século XVIII, é uma sinfonia de transformações delineada por músicos visionários como Johann Stamitz. Ao abordar a técnica de Lully, cujo gesto ruidoso teve consequências trágicas, e ao testemunhar a transição para o modelo moderno de batuta no século XIX, percebemos como esse artefato tornou-se uma varinha mágica na caixa de ferramentas do regente contemporâneo. Materiais diversos, gestos complexos e a influência de Spohr moldaram a batuta não apenas como um marcador de ritmo, mas como uma extensão do ethos do regente, conduzindo-nos por uma sinfonia de eventos que enriquecem a complexidade da arte conduzida por gestos.

  • 25.01.2024 16:59 Arthur Borges Taveira

    Penso que a batuta representa um símbolo clássico no contexto das orquestras; ao questionar qualquer pessoa sobre o assunto, a primeira imagem que vem à mente geralmente é a do regente e seus movimentos. No entanto, poucos compreendem precisamente a função do objeto que o regente segura em mãos, e eu me incluo nesse grupo. Portanto, este texto foi extremamente valioso para ampliar meu entendimento sobre essa manifestação artística. Um aspecto destacado no texto foi a evolução dos utensílios e materiais utilizados para conduzir o tempo e a dinâmica entre os músicos, com a história marcada por tentativas e erros, como evidenciado na inadequada utilização de dois maestros durante o século XVII e na trágica narrativa de Jean-Baptiste Lully. Esses eventos foram cruciais para a configuração da batuta conforme a conhecemos hoje.

  • 23.01.2024 19:33 Orlando Torquato da Silva Neto

    O texto oferece uma visão fascinante da evolução da orquestra e do papel do regente, destacando a importância da batuta como ferramenta para ampliar os gestos do condutor. A menção à falta de consenso sobre a invenção da batuta moderna e a referência a Ludwig “Louis” Spohr como o primeiro músico a usá-la ilustram a complexidade da história da música. O texto também destaca a evolução da orquestra desde o Período Barroco, com a liderança exercida pelo mestre de capela, até a orquestra moderna. A descrição das várias funções desempenhadas pelo mestre de capela ressalta a multifuncionalidade desse papel. Finalmente, a menção aos regentes renomados que optaram por conduzir a orquestra apenas com as mãos ilustra a diversidade de abordagens na condução de uma orquestra.

  • 17.01.2024 19:54 MARCEL FAZANI BORGES

    Consideramos a batuta um símbolo clássico no cenário das orquestras, sendo que, ao questionar qualquer pessoa sobre o tema, a imagem que logo vem à mente é a do regente e seus movimentos. Entretanto, compreendem precisamente a utilidade do objeto que o regente maneja, eu até. Portanto, este texto foi fundamental para ampliar minha compreensão sobre essa arte. Uma observação destacada no texto foi a evolução dos objetos e materiais empregados na marcação do tempo e dinâmica entre os músicos, revelando uma história pontuada por sucessos e equívocos, como a utilização equivocada de dois maestros durante o século XVII e a trágica narrativa de Jean-Baptiste Luly. Essas decisões foram fundamentais para a metamorfose da batalha no instrumento que confirmamos nos dias atuais.

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