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Rose Cruvinel

Envelhecer digno é prioridade civilizatória

| 09.04.25 - 09:35
Excelente o evento Mais Justiça, promovido no dia 5 de abril, pelo Tribunal de Justiça de Goiás, numa edição especial para pessoas idosas. Foram milhares de atendimentos em todo o Estado. A atenção do Judiciário contrasta com amplos setores da nossa sociedade, que ainda teimam em ignorar que o Brasil envelhece aceleradamente, mas nossas políticas públicas marcham a passo de tartaruga.
 
Enquanto a população acima de 60 anos já representa 15,6% dos brasileiros (Censo 2022), essa fatia deve aumentar para 25% da população até 2040, segundo o IBGE. E mesmo assim, continuamos tratando a velhice como uma questão marginal e não como uma prioridade estratégica.
 
A iniciativa do Judiciário goiano merece aplausos por nos fazer lembrar de problemas crônicos: os milhares de casos de violência e maus tratos contra idosos registrados anualmente em Goiás, segundo dados do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa.
 
Além disso, há quase uma epidemia de negligência familiar ou mesmo de abandono afetivo no país. E os idosos ainda sofrem com uma vulnerabilidade jurídica agravada pela falta de acesso a informações sobre direitos e pela dificuldade em buscar reparação legal. Por isso, eventos pontuais não substituem a necessidade de uma rede permanente de proteção.
 
Dedico este meu novo mandato na Câmara Municipal a fazer esses alertas e, especialmente, a lutar para que Goiânia cumpra os quatro pilares do envelhecimento saudável estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde: saúde física e mental, participação social, segurança e aprendizagem contínua. Como décima cidade mais populosa do Brasil, é urgente materializar esses princípios.
 
Para que isso ocorra, uma série de medidas precisam ser tomadas. A primeira delas é também a minha maior bandeira: a criação de centros-dia municipais, onde idosos vão receber estimulação cognitiva, atividades físicas, refeições balanceadas e acompanhamento multiprofissional enquanto suas famílias trabalham.
 
Mas as políticas públicas precisam envolver outros aspectos, como a melhoria permanente do atendimento aos idosos nos três poderes e em todas as esferas. Sem contar a urgência de um programa de letramento digital específico para a terceira idade, combatendo a exclusão que torna nossos idosos alvos fáceis de todos os tipos de golpes.
 
Aos muitos jovens que me questionam sobre nossos projetos para a terceira idade, tenho devolvido essa pergunta: que tratamento da sociedade vocês querem ter quando estiverem mais velhos? A resposta é sempre a mesma: todos defendem que essas políticas devem sair do papel imediatamente. Se depender de mim, isso vai acontecer.
 
*Rose Cruvinel é médica e vereadora pelo União Brasil em Goiânia

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